Abrótea-lusitana (Asphodelus lusitanicus Cout.)
Erva perene, rizomatosa, glabra, com rizoma curto, vertical ou oblíquo; caule liso, erecto, com 70 a 140cm; folhas todas basais, com quilha, dispostas em espiral ou de forma dística, com margem, em geral, denticulada, podendo atingir até 100 cm de comprimento; flores hermafroditas com seis tépalas lineares, oblongas ou oblongo-elípticas, em geral, brancas, com uma faixa central acastanhada ou púrpura, caducas na frutificação; inflorescência em cacho simples ou composto com 1 a 6 ramos erectos ou erecto-patentes, simples, com excepção do ramo inferior que, embora raramente, se pode apresentar ramificado; frutos sob a forma de cápsula ovóide, subesférica ou ovóide-elipsóide, brilhante, não viscosa, ligeiramente truncada no ápice.
No portal da SPBotânica (Flora.on) assinala-se que o A. lusitanicus é muito semelhante ao A. ramosus diferenciando-se, além do mais, pelas folhas (que são mais compridas e menos consistentes naquele do que neste) e "pela cor das brácteas (mais homogénea e de um castanho mais escuro em A. lusitanicus do que em A. ramosus, onde são esbranquiçadas ou de um castanho mais claro nas bordas)".
São reconhecidas 2 variedades desta espécie: var. lusitanicus e var. ovoideus, variedades que se distinguem, segundo os especialistas, tendo em conta, principalmente, o tamanho das sementes e das tépalas e a forma da sua base.
Tipo biológico: Geófito;
Família: Xanthorrhoeaceae;
Distribuição: trata-se, enquanto espécie, de um endemismo ibérico, porquanto a sua ocorrência está circunscrita a Portugal (Algarve, Baixo Alentejo, Estremadura, Ribatejo, Beira Alta, Beira Litoral, Douro Litoral, Minho e Trás-os-Montes) e a Espanha (províncias de Cáceres, Zamora, Ourense, Lugo e Pontevedra). Cumpre, no entanto, referir que a var. lusitanicus ocorre apenas em território português do Continente.
Ecologia/habitat: orlas e clareiras de bosques, terrenos de matos baixos com clara influência atlântica, em solos ácidos, com alguma profundidade, derivados de granitos, xistos e arenitos, a altitudes até aos 1200m.
Floração: de Março a Junho.
(Avistamento: Serra de Monchique; 26 - Março - 2023)(Clicando nas imagens, amplia)
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