sábado, 30 de julho de 2022

Avenca-negra (Asplenium adiantum-nigrum var. adiantum-nigrum)






Avenca-negra ou Feto-negro (Asplenium adiantum-nigrum var. adiantum-nigrum L.)

Feto com rizoma alongado, por vezes, ramificado, coberto de escamas castanhas, de lanceoladas a oblongo-lanceoladas, terminando em ponta comprida, filiforme; frondes com 10 a 30 cm, com pecíolo castanho-escuro ou negro arroxeado, com frequência verde na proximidade da lâmina, com cerca de metade do comprimento desta, glabro; lâmina ovado-triangular, em geral bipinada, aguda, mas não acuminada no ápice, com consistência mais ou menos coriácea, com aspecto brilhante, com 8 a 15 pares de pinas ovado-lanceoladas, agudas, não caudadas; pínulas de oblongo-ovadas a obovadas, com poucos dentes no ápice; soros oblongo-lineares, inseridos na proximidade da nervura média.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Aspleniaceae;
Distribuição: Europa Ocidental; montanhas da Região Mediterrânica; Região Macaronésia (com excepção do arquipélago da Madeira); América do Norte, Ásia temperada e, dubitativamente, montanhas da África Tropical.
Em Portugal ocorre não só em boa parte todo o território do Continente (Algarve, Beira Baixa, Beira Alta, Estremadura, Beira Litoral, Douro Litoral, Minho e Trás-os- Monte) mas também no arquipélago 
dos Açores.
Ecologia/habitat: locais sombrios e húmidos, fendas de rocha, em solos siliciosos ou calcários a altitudes até 3100 m.
Reprodução: de Janeiro a Novembro
[Avistamento: margens do rio Côa (Sabugal); 13 - Junho - 2022]
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terça-feira, 26 de julho de 2022

Euphorbia matritensis







Euphorbia matritensis Boiss.

Planta perene, multicaule, glabra ou glabrescente, com caules com 15 a 50 cm, erectos, por vezes lignificados na base, simples ou ramificados, alguns estéreis; folhas um tanto suculentas, lanceoladas, elípticas ou lineares, em geral sésseis, decíduas as do terço inferior; pleiocásio com 5 a 10 raios, bifurcados 1 a 3 vezes; brácteas pleiocasiais ovado-lanceoladas ou rombo-elípticas, agudas; brácteas dicasiais, ovadas, rômbicas ou reniformes, agudas, ligeiramente denticuladas na parte superior, livres; ciato glabro, com nectários com 2 apêndices corniculados; frutos sob a forma de cápsula ovóide, levemente sulcada, com 3 lóculos lisos.
Tipo biológico: caméfito; hemicriptófito;
Família: Euphorbiaceae;
Distribuição: planta endémica da Península Ibérica, confinada ao Centro e Oeste da Península. Em Portugal, onde aparentemente é rara (nesta altura são apenas 4 as ocorrências registadas no portal  da APBotânica) é dada como presente apenas na Beira Baixa; Beira Alta e Trás-os-Montes.
Ecologia/habitat: matos ralos, terrenos incultos e em pousio, bermas de estradas e caminhos, em solos secos e, frequentemente, pedregosos, a altitudes desde 200 a 900 m. Planta indiferente à composição do solo.
Floração: de Abril a Julho.
[Avistamento: Rapoula do Côa (Sabugal); 15 - Junho - 2022]
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quinta-feira, 21 de julho de 2022

Hypericum pulchrum



Hypericum pulchrum L.
Erva perene, glabra, com caules avermelhados ou corados que podem atingir até 100cm. As folhas do caule, apresentam-se de ovadas a quase triangulares, cordadas, obtusas, amplexicaules; as dos ramos, de elípticas a ovadas, curtamente pecioladas; todas glabras e apenas com glândulas translúcidas. Brácteas sem glândulas. Flores com sépalas um tanto imbricadas, com glândulas negras apenas nas margens; pétalas com nervação avermelhada, com glândulas negras marginais. Fruto sob a forma de cápsula ovóide.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Hypericaceae;
Distribuição: Centro, Norte e Oeste da Europa.
Em Portugal ocorre apenas no território do Continente e encontra-se praticamente circunscrita às regiões a Norte do Tejo.
Ecologia/habitat: orlas e clareiras de bosques, florestas e matagais, em terrenos com alguma humidade e substrato ácido, a altitudes até 1800m.
Floração: de Maio a Agosto.
[Avistamento: Mata da Margaraça (Serra do Açor); 1 - Julho - 2022]
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sábado, 16 de julho de 2022

Figueira-do-inferno (Euphorbia piscatoria)






Figueira-do-inferno (Euphorbia piscatoria Aiton)
Arbusto suculento, muito ramificado, de copa arredondada, que, por via de regra, não ultrapassa os 2 m de altura; folhas sésseis, inteiras, linear-lanceoladas ou linear-oblongas, glaucas, dispostas na extremidade dos ramos, caindo no Verão; pleiocásio, com 5 a 8 raios; ciátio pedunculado; nectários avermelhados, emarginados no ápice; fruto sob a forma de cápsula aproximadamente esférica, glabra, ligeiramente sulcada, com 3 lóculos, avermelhada na maturação.
Tipo biológico: fanerófito;
Família: Euphorbiaceae;
Distribuição: Planta endémica do arquipélago da Madeira, com ocorrência nas ilhas da Madeira, Porto Santo e Desertas. Inexistente nas ilhas Selvagens.
Ecologia/habitat: terrenos rochosos ou pedregosos, em locais secos, ensolarados, próximos da costa (na Madeira), concentrando-se sobretudo a meia encosta (nos picos de Porto Santo).
Floração: de Janeiro a Agosto.
Nota: planta tóxica, cuja seiva (látex) será, ou terá sido, usada como veneno para peixes (daí advirá, porventura, o qualificativo piscatoria) e que, em humanos, pode danificar a pele ou mesmo causar cegueira, se atingir os olhos.
[Avistamento: ilha de Porto Santo; 29 - Setembro - 2019 (a última foto); 16 - Maio - 2022 (fotos restantes)
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quinta-feira, 14 de julho de 2022

Gilbardeira (Ruscus aculeatus)



A Gilbardeira  (Ruscus aculeatus L.) também designada por Azevinho-menor, Erva-dos-vasculhos e Pica-rato é um subarbusto, da família Ruscaceae, comum na Europa Ocidental, Central e Meridional, bem como no Sudoeste asiático e no Norte de África. Cresce em terrenos secos e arborizados, onde prospera à sombra protectora das árvores. Em Portugal, distribui-se por quase todo o país.
A Gilbardeira também é cultivada como planta ornamental e as suas raízes e rizomas são usadas em fitoterapia, no tratamento de hemorróidas e varizes.
Refira-se, como curiosidade, que as formações que aparentam ser  folhas são, na realidade, expansões do caule, designadas por cladódios, e é nessas formações que despontam as flores e se formam os frutos  (bagas que, depois de maduras, apresentam cor vermelha e cujo consumo não é recomendado, pois podem provocar vómitos, diarreias e convulsões). As folhas encontram-se reduzidas a escamas que passam despercebidas a olho nu.
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terça-feira, 12 de julho de 2022

Elatine macropoda



 



Elatine macropoda Guss.
Erva anual, de reduzidas dimensões (2 a 10cm), com caules prostrados ou erectos; folhas opostas, oblongas, por vezes pecioladas; flores pediceladas, tetrâmeras, axilares, solitárias, com pétalas brancas, geralmente mais curtas que as sépalas, estas acrescentes na frutificação e 8 estames; ovário com 4 carpelos; fruto subgloboso, deprimido na parte superior.
Tipo biológico: terófito; helófito;
Família: Elatinaceae;
Distribuição: Sudoeste da Europa e Região Mediterrânica.
Em Portugal ocorre apenas no território do Continente, onde, aparentemente, é rara, havendo registos da sua presença no Algarve, Alto e Baixo Alentejo, Beira Litoral, Beira Baixa e Trás-os-montes. A sua ocorrência, no entanto, pode não ser tão rara como aparenta, visto tratar-se de planta de reduzidas dimensões que pode, por isso mesmo, passar despercebida.
Ecologia/habitat: terrenos húmidos ou temporariamente inundados; margens de lagoas e de charcas de água doce ou com fraca salinidade, a altitudes até 1100m.
Floração: de Março a Novembro.
[Avistamento: Brotas (Mora); 29 - Junho - 2022]
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domingo, 10 de julho de 2022

Couve-da-rocha (Crambe fruticosa subsp. fruticosa)







Couve-da-rocha (Crambe fruticosa subsp. fruticosa L.f.)
Pequeno arbusto, em geral ramificado, podendo atingir até 90cm.
Tipo biológico: Caméfito;
Família: Brassicaceae (Cruciferae)
Distribuição: planta endémica do arquipélago da Madeira, com ocorrência nas ilhas da Madeira, Porto Santo e Desertas.
Ecologia/habitat: arribas, ravinas e penhascos na proximidade da costa, na ilha da Madeira e locais rochosos e pedregosos em alguns dos Picos de Porto Santo, designadamente no Pico de Ana Ferreira, no Pico do Castelo e no Pico Branco, a altitudes até próximo dos 300m.
Floração: de Março a Junho.
(Avistamento: Pico de Ana Ferreira; 16 - Maio - 2022)
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terça-feira, 5 de julho de 2022

Andryala glandulosa subsp. glandulosa





Andryala glandulosa subsp. glandulosa Lam. 
Erva vivaz, com revestimento de pêlos glandulosos, que pode atingir cerca de meio metro de altura.
Família: Asteraceae / Compositae;
Tipo biológico: hemicriptófito;
Distribuição: planta endémica do arquipélago da Madeira (fonte), com ocorrência nas ilhas da Madeira, de Porto Santo e Desertas.
Ecologia/habitat: arribas litorais e outros locais rochosos e/ou pedregosos. 
Floração: de Março a Outubro, mas com maior intensidade durante os meses de Abril e Maio.
(Local e datas do avistamento: ilha de Porto Santo; 16/17 - Maio - 2022)
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