terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Ervilhaca-amarela (Vicia lutea subsp. vestita)

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Ervilhaca-amarela [Vicia lutea subsp. vestita (Boiss.) Rouy *] 
Erva anual ou perenizante, trepadora, glabrescente ou com indumento ralo de pêlos mais ou menos rígidos; com caules ascendentes ou procumbentes, angulosos, podendo atingir até 50cm; folhas com 6 a 9 pares de folíolos, terminando em gavinha ramificada; folíolos elípticos ou oblongo-elípticos; inflorescências com 1 a 3 flores, com pedúnculo não superior a 2mm; flores com pétalas rosadas, com tons de púrpura; fruto muito comprimido, com 2 a 4 sementes, com revestimento denso de pêlos (6 a 10 por mm2) sedosos ou hirsutos, de início adpresos, erectos na maturação; sementes esferoidais ou ovóides, ligeiramente comprimidas, lisas, de cor castanha, mais ou menos acentuada.
Tipo biológico: terófito ou hemicriptófito;
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Distribuição: Sudoeste da Europa; Ásia Menor e Noroeste de África.
Em Portugal ocorre como planta autóctone, quer no Continente (Algarve; Alto e Baixo Alentejo; Estremadura e Beira Litoral), quer no arquipélago da Madeira. Inexistente no arquipélago dos Açores.
Ecologia/habitat; campos agrícolas, terrenos de pastagem, bermas de caminhos, orlas e clareiras de matos, a altitudes até 900m.
Floração: de finais de Fevereiro a princípios de Junho.
* Sinonímia: Vicia lutea Boiss. (Basónimo)
[Avistamentos: Setúbal (arredores do estuário do Sado); 25 - Fevereiro - 2016 (fotos 1 a 4); Murfacém - Trafaria (Almada); 25 - Abril - 2021 (foto 5)]
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Grizandra (Diplotaxis catholica)








 Grizandra [Diplotaxis catholica (L.) DC. *]

Erva anual, inodora, com raiz aprumada; caules folhosos, erectos, com pêlos dispersos; folhas inferiores profundamente recortadas, com 3 a seis pares de segmentos laterais, elípticos, oblongos ou ovados e um segmento terminal maior; as intermédias, menores, com segmentos mais estreitos, de elípticos a lineares, quase inteiros; as superiores, curtamente pecioladas ou quase sésseis, inteiras e lineares ou penatipartidas com 1 ou 2 pares de segmentos lineares; inflorescência em cacho; flores com 4 sépalas, 2 delas claramente corniculadas e 4 pétalas amarelas com unha estreita bem diferenciada;  fruto (silíqua) com 20 a 30 × 1 a 2 mm, em geral erecto-patentes, com 2 lóculos onde se alojam as sementes dispostas em 1 ou 2 fiadas por lóculo, terminando num rostro com 3 a 8 mm de comprimento contendo 1 ou 2 sementes ou primórdios; sementes: de ovóides a elipsoidais.
Tipo biológico: terófito;
Família: Brassicaceae (Cruciferae)
Distribuição: Península Ibérica e Norte de Marrocos.
Em Portugal ocorre como planta autóctone em quase todo o território do Continente e como espécie introduzida nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: planta ruderal, presente em campos agrícolas, cultivados, incultos e em pousio, baldios, bermas de estradas e caminhos, em solos preferentemente siliciosos, a altitudes até 800 m.
Floração: ao longo de quase todo o ano, mas com maior intensidade de Novembro a Junho.
* Sinonímia: Sisymbrium catholicum L. (Basónimo)
[Avistamentos: Carrasqueira (Alcácer do Sal); 8 - Janeiro - 2019 (fotos 1 e 2); Almada; 14 - Fevereiro - 2018 (fotos restantes)]
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Cenoura-brava (Daucus carota subsp. maximus)





Cenoura-brava * [Daucus carota subsp. maximus (Desf.) Ball]
Planta perene ou perenizante, em geral erecta, com 60 a 170 cm; caules escábridos ou híspido-escábridos, vilosos nos nós; folhas basais com contorno triangular, penatissectas (1 a 3 vezes), com divisões de última ordem de ovadas a oblongas; as caulinares semelhantes às basais, penatissectas (1 ou 2 vezes) com lóbulos linear-lanceolados; umbelas com 12 a 23 cm de diâmetro, com 35 a 120 raios, escábridos (com os internos menores que os externos) progressivamente contraídos após a antese; brácteas (10 a 13) penatissectas com lóbulos lineares, com comprimento inferior ao dos raios; flores com pétalas brancas, cordiformes, emarginadas, de cor branca; as externas das flores exteriores maiores que as restantes; flor central estéril e purpúrea sempre presente; frutos com 1,5 a 2,5 x 1 a 2 mm, elipsóide-oblongos, por vezes, subesféricos, de cor castanha.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Apiaceae (Umbelliferae)
Distribuição: Região Mediterrânica; Sudoeste da Ásia e Macaronésia.
Em Portugal ocorre apenas, e de forma descontínua, no território do Continente.
Ecologia/habitat: planta ruderal e arvense, presente em campos agrícolas, cultivados e em pousio; pastagens; orlas e clareiras de bosques e matos; taludes e bermas de estradas e caminhos, a altitudes até 1400m.
Floração: de Abril a Agosto.
* Outros nomes comuns: Cenoura-brava-grande; Chapéu-de-sol; Erva-salsa.
[Avistamento: Trafaria (Almada); 14 - Maio - 2021]
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quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Malva (Malva nicaeensis)






 Malva (Malva nicaeensis All.)
Erva bienal ou perene, com caules erectos ou ascendentes, simples ou ramificados desde a base, híspidos, com pêlos simples ou bífidos, glabrescentes na base, podendo atingir até 100cm; folhas com 2 a 10 cm de diâmetro, longamente pecioladas, de suborbiculares a sub-reniformes com 5 a 7 lóbulos mais (as superiores) ou menos  (as basais) profundos,  umas e outras densamente pubescentes na página inferior; flores com 1 a 1,5 cm de diâmetro, curtamente pedunculadas, agrupadas (2 a 6) em fascículos axilares;  epicálice formado por 3 peças, livres entre si, abundantemente ciliadas na margem; sépalas triangular-ovadas, pouco acrescentes na frutificação; pétalas oblongo-ovadas, emarginadas, de cor lilás ou azulada; fruto  com a forma de esquizocarpo discóide, com 8 a 9 mericarpos rugosos, de cor castanha escura na maturação.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Malvaceae;
Distribuição: Sul da Europa; Região Mediterrânica; Sudoeste da Ásia e Macaronésia. Naturalizada na América Central e do Norte.
Em Portugal ocorre como planta autóctone no território do Continente e como espécie introduzida nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: planta ruderal, presente em campos agrícolas, cultivados ou em pousio, baldios, bermas de estradas e caminhos, a altitudes até 1200.
Floração: de Janeiro a Julho.
(Avistamento: Almada; 5 - Março - 2020)

sábado, 11 de dezembro de 2021

Lírio-cardeno (Iris lutescens)




Lírio-cardeno * (Iris lutescens Lam. **)
Erva perene, com rizoma com 5 a 16 cm de diâmetro, com numerosas raízes flexíveis; caules com 4 a 40 cm, simples, cilíndricos, lisos; folhas ensiformes; as basais com 4 a 33 cm, persistentes; raras as caulinares; inflorescência não ramosa, reduzida, por via de regra, a uma flor solitária, ou excepcionalmente a 2 e ainda mais raramente a 3; flores com tépalas de cor variada: roxa, azul, púrpurea, amarela e, excepcionalmente, branca.
Tipo biológico: geófito;
Família: Iridaceae;
Distribuição: Oeste da Região Mediterrânica.
Em Portugal a sua distribuição está limitada ao território do Continente e circunscrita à Estremadura, Ribatejo e Beira Litoral.
Ecologia/habitat: prados e clareiras de matos, em terrenos secos, frequentemente pedregosos e pouco profundos, de natureza calcária, a altitudes até 2000 m.
Floração: de Fevereiro a Maio.
Nota: É controversa a inclusão das plantas com as tépalas de cor roxa, como as que figuram nas imagens supra e que ocorrem em Portugal no "centro oeste calcário e olissiponense", no Sudeste de Espanha e em Marrocos, na zona de Tânger, na espécie Iris lutescens. Com efeito, alguns autores classificam tais plantas com pertencendo a uma espécie distinta a que é dada a designação de Iris subbiflora Brot., designação que, para outros, é apenas sinónimo de Iris lutescens.
* Outros nomes comuns: Lírio-cardano; Lírio-roxo;
**Sinonímia: Iris subbiflora Brot.; I. chamaeiris Bertol.;I. olbiensis Hénon; I. lutescens subsp. olbiensis (Hénon) Rouy & Foucaud; I. lutescens subsp. subbiflora (Brot.) D.A. Webb & Chater.
[Avistamento: Cheleiros (Mafra); 13 - Março - 2018]
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Erva-toira-maior (Orobanche rapum-genistae)




Erva-toira-maior * (Orobanche rapum-genistae Thuill.)
Planta perene, desprovida de clorofila tal como as suas congéneres e que, tal como elas, se comporta  como parasita de outras espécies que lhe servem de hospedeiras. Neste caso, as hospedeiras são plantas arbustivas da família das leguminosas (Fabaceae), como as pertencentes aos géneros Cytisus, Ulex e Genista.
Tipo biológico: Geófito;
Família: Orobanchaceae;
Distribuição: Oeste da Europa e, dubitativamente, Noroeste de África.
Em Portugal ocorre apenas no Continente, encontrando-se dispersa por todo o território, embora de forma irregular, pois é comum no Norte e Centro do país, ao passo que no Sul é bastante rara.
Ecologia/habitat: matos e matagais; orlas de bosques, a altitudes desde 200 até 2400m.
Floração: de Março a Julho.
* Outros nomes comuns: Erva-toira-maior; Erva-toira-maior-folhosa; Genistão; Rabo-de-raposa; Rabo-de-zorra (fonte)
[Avistamento: Serra da Nogueira (Trás-os-Montes) 16 - Junho - 2019]
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Sanfeno (Hedysarum coronarium)







Sanfeno * (Hedisarum coronarium L.)
Erva perene, podendo atingir até perto de 100 cm, com indumento adpreso, denso ou lasso; caules decumbentes ou ascendentes, pouco ramificados; folhas com estípulas, pecioladas, com 3 a 5 pares de folíolos; estípulas triangulares ou lanceoladas; folíolos obtusos ou ligeiramente emarginados, glabros na página superior, e mais ou menos sedosos na página inferior, os laterais elípticos ou obovado-elípticos; o terminal elíptico, obovado-elíptico ou suborbicular; inflorescências em cacho denso podendo atingir até 30 cm, agrupando 30 flores ou mais; flores com cálice actinomorfo, com pilosidade dispersa; corola 2 a 3 vezes maior que o cálice, vermelha, púrpura ou arroxeada, com estandarte bastante maior que a quilha, tendo esta comprimento igual ou ligeiramente maior do que o das asas; fruto glabro, amarelado, com 2 a 4 segmentos elípticos ou suborbiculares, com revestimento de espinhos amarelados.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Distribuição: Região do Mediterrâneo Ocidental (Espanha, Marrocos, Argélia e Tunísia);  cultivada e naturalizada noutros países da Região Mediterrânica, como Portugal, França, Itália, Malta, Bósnia, Grécia, Líbano, Egito e Síria.
Em Portugal ocorre como planta introduzida no Alto e Baixo Alentejo, Ribatejo e Estremadura.  Inexistente nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/ habitat: terrenos de pastagem, taludes, bermas de estradas e caminhos, em solos profundos, frequentemente argilosos, a altitudes até 250 m.
Floração: de Março a Junho.
* Outros nomes comuns: Sanfeno-de-Espanha; Sula
(Avistamento: concelhos de Óbidos e da Nazaré; 24 - Maio - 2019)
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Cizirão (Lathyrus latifolius)








Cizirão ou Cizirão-de-flor-grande (Lathyrus latifolius L.)
Erva perene, rizomatosa, robusta, trepadora, glabra, podendo atingir até 2m; com rizoma lenhoso, vertical; caules ramificados alados (asas com 0,8 a 5 mm de largura); folhas pecioladas, em geral, com 1 par de folíolos, as superiores por vezes com 3 ou 4 folíolos, umas e outras terminadas em gavinha ramificada; estípulas ovadas, ovado-lanceoladas, lanceoladas ou linear-lanceoladas, semisagitadas ou, mais raramente, semihastadas, normalmente com 1 dente na base; pecíolo alado, com 1 a 6 cm de comprimento e asas com 1 a 5 mm de largura; folíolos glabros, elípticos, oblanceolados, lanceolados ou linear-lanceolados, com nervos principais paralelos; flores com pétalas (estandarte, asas e quilha) de cor arroxeada ou púrpura, dispostas em grupos de 2 a 12 em inflorescências pedunculadas; pedúnculo muito mais comprido que a folha axilante; fruto oblongo com 3 quilhas na parte ventral, com 13 a 22 sementes subesféricas, rugosas, escuras.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Distribuição: Centro, Sul e Leste da Europa; Noroeste de África e Canárias. Introduzida na América.
Em Portugal ocorre apenas no território do Continente (Alto e Baixo Alentejo; Estremadura, Ribatejo, Beira Alta;  Beira Litoral; Douro Litoral, Minho e Trás-os-Montes).
Ecologia/habitat: relvados húmidos, sebes, orlas de florestas e de matagais, a altitudes até 1500 m. Indiferente à composição do solo.
Floração: de Abril a Agosto.
[Avistamento: Almada (concelho); Abril/Maio; 2021]
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quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Mastruço (Lepidium virginicum)



Mastruço ou Mentruz (Lepidium virginicum L.)
Planta, por via de regra, anual, unicaule, glabra ou pubescente; caule com 30 a 50 cm, erecto, ramificado, pelo menos na parte superior; folhas basais pecioladas, liradas; as caulinares, sésseis, indivisas, com dentes agudos, ciliadas; flores [com 4 pétalas brancas, diminutas (1,5 a 2 mm)] agrupadas em cachos compridos e densos, mesmo na frutificação; frutos comprimidos, orbiculares, estreitamente alados no ápice, glabros.
Tipo biológico: terófito;
Família; Brassicaceae (Cruciferae)
Distribuição: planta originária da América do Norte, introduzida e naturalizada na Europa, África, Macaronésia e Austrália.
Em Portugal ocorre como espécie introduzida, quer no território do Continente (Estremadura, Beira Litoral, Douro Litoral e Minho), quer nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: campos cultivados, bermas de estradas e caminhos e outros locais ruderalizados, a altitudes até 1000 m.
Floração: de Abril a Julho.
[Avistamento: Cova da Piedade (Almada); 4 - Maio - 2018]
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