segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Goiveiro-encarnado (Matthiola incana subsp incana)

Goiveiro-encarnado, ou Goivo-encarnado (Matthiola incana (L.) R.Br. subsp incana*)
Planta da família Brassicaceae, de base lenhosa, perene (por vezes bienal ou anual, sobretudo, em variedades cultivadas) cujo caule pode atingir até 50 cm de altura. Nativa do sul da Europa, desde Espanha até à região da ex-Jugoslávia, encontra-se naturalizada na Europa Ocidental, na Região Mediterrânica e nos Açores. Em Portugal continental também surge como naturalizada, em terrenos incultos e, frequentemente, em áreas próximas da costa.
É também cultivada como planta ornamental e utilizada em jardinaria.
Floração: de março a maio
(Local e data: Margem sul do estuário do Tejo - Almada; 17 - março - 2011)
(Clicando na imagem, amplia)

domingo, 25 de setembro de 2011

Marcetão (Santolina rosmarinifolia)





Pequeno arbusto (30-60 cm de altura) da família Asteraceae, apresentando caule com numerosos rebentos (verdes e com consistência herbácea, quando jovens);  flores amarelas reunidas em capítulos densos, terminais e solitários. Em Portugal, a sua presença está limitada à região da Terra Quente e ao Centro Sul (miocénico e arrábido), ocorrendo em matagais pouco densos, com boas clareiras e em encostas pedregosas e mesmo rochosas.
É uma planta cultivada e utilizada em jardins, não só pela exuberância e longo período da sua floração, mas também porque resiste bem à secura.
Floresce de abril a novembro.
Bibliografia: Flores da Arrábida - guia de campo;- José Gomes Pedro - Isabel Silva Santos; ed. Assírio & Alvim (2010)
(Local e data: Serra da Arrábida; maio 2011) 
(Clicando nas imagens, amplia)


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Biscutella lusitanica




Biscutella lusitanica Jord.; sin: Biscutella macrocarpa Samp.

Planta herbácea, vivaz, da família Brassicaceae, com caules pouco ramificados, variando entre 30 e 50 cm de altura; folhas pilosas, as basilares penatifendidas, com lobos largos; e flores dispostas em cacho.
Socorro-me na redacção desta nota da obra abaixo citada, segundo a qual, a espécie é endémica de Portugal, ocorrendo em fendas de rochas e distribuindo-se pela "Bacia do Minho, Nordeste, Centro Oeste (calcário e olissiponense) Centro Norte (montano) e Este (meridional) , Centro Sul (miocénico e arrábido) e a norte de Sines".  Todavia, nesta outra fonte, a espécie é considerada um endemismo ibérico, pois também está presente na parte ocidental da vizinha Espanha, afirmação que parece bem razoável, atenta a  distribuição em território português, visto que, no caso do Nordeste e do Centro Leste (meridional), a espécie ocorre em regiões com fronteira com Espanha.
Floresce de maio a agosto.
Bibliografia: Flores da Arrábida - guia de campo;- José Gomes Pedro - Isabel Silva Santos; ed. Assírio & Alvim (2010) 
(Local e data: Azóia - Cabo Espichel; 01 - junho - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Madorneira (Artemisia crithmifolia)

(1)

 (2)

 (3)

 (4)
(5)
Madorneira ou Erva-lombrigueira (Artemisia crithmifolia L.*)

Planta da família Asteraceae  pode atingir as dimensões dum pequeno arbusto (30-80 cm de altura) apresentando-se geralmente muito ramificada, com caule suculento, mas lenhoso na base (como se pode ver na foto 3); folhas igualmente suculentas, divididas, mas variáveis na forma desde a base até à inflorescência; flores diminutas em capítulos também pequenos agrupados em cachos muito ramificados e densos.
Distribui-se ao longo da costa ocidental da Europa desde a Holanda até ao sul de Espanha (fonte), ocorrendo sobretudo nas areias das dunas. Em Portugal continental está presente ao longo de toda a costa.
Floresce, tardiamente, só a partir de julho, mas por um longo período que, segundo a fonte citada supra, vai até novembro.
Sinonímia: Artemisia campestris L. subsp. lloydii Rouy; Artemisia campestris L. subsp. maritima Arcang. 
(Local e datas: Fonte da Telha - Costa da Caparica; 04 - maio 2011 (foto 1); 26 - julho - 2011 (fotos 2, 3 e 4); 05 - agosto - 2011 (foto 5)
(Clicando nas imagens, amplia)

domingo, 18 de setembro de 2011

Agrimónia (Agrimonia eupatoria)




Agrimónia* (Agrimonia eupatoria L.)
Planta herbácea, vivaz, da família Rosaceae, com haste floral, geralmente não ramificada, que pode atingir até 1,50 m de altura. Distribui-se por quase toda a Europa, exceptuando o extremo norte, pelo oeste, centro e leste da Ásia, norte de África e ilhas da Macaronésia (excepto Cabo Verde). Em Portugal, além das ilhas da Madeira e dos Açores, distribui-se por quase todo o território do Continente, sendo, no entanto, duvidosa a sua presença na Beira Alta, Douro Litoral e Baixo Alentejo. Ocorre em quase todo o tipo de terrenos, geralmente sobre solos profundos e com alguma humidade, junto de sebes,  nas orlas e clareiras de bosques,  carvalhais  e soutos, designadamente.
Floresce da maio a julho.
As folhas e partes florais da Agrimónia são indicadas, em fitoterapia, para o tratamento de inflamações cutâneas e da orofaringe. Os seus componentes também são utilizados em cosmética e em tinturaria.
*Outras designações comuns: Erva-agrimónia, Erva-eupatória, Erva-hepática, Eupatória e Eupatória-dos-gregos.
(Local e data: Serra da Arrábida; 10 - maio - 2011)
(Clicando sobre as imagens, amplia)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Alho-paniculado (Allium paniculatum)

(1)

(2)

(3)

(4)
Alho-paniculado (Allium paniculatum L.)
Planta bulbosa, da família Alliaceae, é designada entre nós pelos nomes comuns de Alho-paniculado (Portugal Botânico de A a Z) ou de Alho-silvestre (segundo o Dias com Árvores, que opta pela designação científica de Allium pallens L. [sinónimo: Allium paniculatum L.]). Segundo esta fonte que apresenta uma longa lista de sinónimos há autores que entendem que o Allium paniculatum e o Allium pallens são espécies diferentes, embora a tese ali defendida vá no sentido de que se trata de sinónimos. De acordo com a mesma fonte, a espécie distribui-se pelo sul e leste da Europa, norte de África, Médio Oriente, Madeira e Canárias, tendo sido introduzida na América do Norte, onde prosperou, sobretudo na Califórnia, segundo li algures, a ponto de ali ser considerada planta nociva. Ocorre, ainda segundo a mesma fonte, em quase toda a Península Ibérica, incluindo, naturalmente, em Portugal, com excepção da região do Douro Litoral. Pessoalmente encontrei-me com ela em duas ocasiões, em locais tão distantes e tão diferentes como são o Cabo Espichel (onde vegetava entre rochas calcárias) e um cabeço no interior da Beira Alta (num relvado entre rochas graníticas) o que parece indiciar que a planta se adapta não só a ambientes bem diversos, mas também a solos de natureza bem diferente.
Floresce de maio a agosto.
(Locais e datas: Fotos 1, 2, 3: Rapoula do Côa - Sabugal; 21 - junho - 2011; Foto 4: Cabo Espichel; 01 - junho - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ornithogalum pyrenaicum



Ornithogalum pyrenaicum L.
Foi num espaço por onde já passei milhares de vezes (digo bem: milhares de vezes) num relvado nas margens do Côa, que acabei por deparar com esta bela espécie da família Hyacintaceae e que identifiquei graças, uma vez mais, ao Paulo Araújo. Quem mais haveria de ser ? 
A espécie, que é uma herbácea bulbosa, distribui-se, segundo a Flora Digital, por boa parte da Europa até ao sul da Grã Bretanha, pelo Cáucaso, Turquia (sudoeste da Ásia),  Marrocos  (norte de África) e Macaronésia (Canárias) e, segundo o mapa de distribuição fornecido pela mesma fonte, a espécie ocorre em Portugal em quase todo o território do Continente, com excepção do Alto Alentejo, de parte do Ribatejo e da zona litoral do Algarve, em zonas de matos, matagais e relvados húmidos. Não é, ao que me parece, particularmente abundante.
Segundo esta fonte, esta e esta, a planta, ao brotar é comestível. Daí que, em francês, a espécie seja conhecida pelas designações comuns de asperge des bois e aspergette e, em inglês, por Prussian asparaguswild asparagus e Bath Asparagus. Em Portugal é que ainda se não descobriu esta utilidade da espécie, o que não admira, pois ainda nem sequer se encontrou um nome para a designar em vernáculo.
Floresce de maio a julho.
(Local e data: Rapoula do Côa - Sabugal; 21 - junho - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

domingo, 11 de setembro de 2011

Chamaesyce prostrata

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)
Chamaesyce prostrata (Aiton) Small **

Geralmente considerada como nativa da América, ou mais especificamente das Caraíbas, a Chamaesyce prostrata encontra-se naturalizada em quase todos os continentes, sendo considerada actualmente uma planta cosmopolita. Herbácea, anual, da família Euphorbiaceae, apresenta caule muito ramificado, desde a base, com os ramos prostrados a atingirem, normalmente entre 10 a 30 cm de comprimento. Apresenta folhas opostas, ovaladas, de pequenas dimensões (geralmente com comprimento inferior a 1 cm). Quer as flores (observáveis na foto 4), quer os frutos (v. foto 5) estes com 1 a 2 mm de largura, são praticamente invisíveis numa observação pouco atenta.
É considerada planta daninha, nalguns países como, por exemplo, no Brasil, onde a espécie é designada pelos nomes comuns de Quebra-pedra-rasteira, Beldroega-pequena, Caá-bambuí e Quebra-pedra. Como tal não é havida em Portugal, onde julgo não ser muito vulgar (neste sítio, se bem compreendi as siglas usadas [E] e [TM], assinala-se sua presença apenas na Estremadura e Trás-os-Montes*) nem  me parece ser muito frequente em terrenos de cultura. Pelos exemplares fotografados diria eu que a espécie prefere a beira de estradas e caminhos (fotos 2 e 3) e até lugares tão insólitos como o parque de estacionamento duma superfície comercial, aproveitando qualquer fenda no pavimento desde que tenha a protecção dum lancil (foto 1). Foi, aliás, o insólito da sua implantação que chamou a minha atenção pois a planta, só por si, é muito discreta e facilmente vítima duma pisadela.
Floresce de abril a dezembro, segundo a Flora Digital de Portugal.
(* A distribuição da espécie  em Portugal deve ser, no entanto, mais alargada do que a mencionada, pois as plantas fotografadas não foram encontradas em nenhuma das citadas regiões)
[** Sinonímia: Euphorbia prostrata Aiton. (Basónimo); Anisophyllum prostratum (Aiton) Haw.; Aplarina prostrata (Aiton) Raf.; Tithymalus prostratus (Aiton) Samp. Euphorbia callitrichoides Kunt; Euphorbia perforata  Guss.; Euphorbia trichogona Bertol.; Chamaesyce malaca Small; Euphorbia malaca (Small) Little]
(Local e data: Sertã; 07 - setembro - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pampilho-marítimo (Asteriscus maritimus)



Pampilho-marítimo [Asteriscus maritimus (L.) Less. *]

Planta herbácea, perene, de base lenhosa, da família Asteraceae, o Pampilho-marítimo é uma espécie halófila que, se não aprecia, pelos menos, tolera muito bem os ambientes salinos, tendo em conta os locais onde, geralmente, se instala: nas encostas rochosas, falésias, e rochedos da orla marítima, ou nas areias do litoral.
Distribui-se pelas orlas costeiras do sul da Europa (Península Ibérica, França, Itália e Península Balcânica) e do norte de África (Marrocos, Argélia e Tunísia) e das Ilhas Canárias. Em Portugal, a sua presença está, segundo esta fonte, limitada à costa sudoeste meridional e ao Barlavento algarvio.
Apresenta folhas carnudas como característica que mais facilmente permite ao leigo, como eu, distingui-la doutras espécies do mesmo género.
Tem um longo período de floração que cobre toda a primavera e boa parte do verão.
*Sinonímia: Pallenis maritima (L.) Greuter; Buphthalmum maritimum L.; Bubonium maritimum (L.) Hill; Odontospermum maritimum (L.) Sch.Bip.
(Local e data: Praia do Alvor - Algarve; 23 - agosto - 2011)

(Clicando nas imagens, amplia)

sábado, 3 de setembro de 2011

Limonium algarvense

(1) 

(2) 

(3)

(4)

(5)
Limonium algarvense Erben

Planta perene, da família Plumbaginaceae, é considerada por alguns autores como um endemismo do sudoeste ibérico, limitado em Portugal, ao Algarve e, em Espanha, às províncias de Huelva e Cádis. Todavia, também há quem assinale a sua presença nas ilhas Baleares e nas costas do norte de Marrocos. Trata-se duma planta halófita obrigatória, pois necessita de sais para sobreviver e que tem, por isso mesmo, o seu habitat em terrenos de sapal (desde o sapal médio até ao alto) e em rochedos costeiros salpicados  pela ondulação marítima.
Apresenta folhas em roseta basal, raramente caulinares e hastes florais que podem atingir até 60 cm de altura.
Floração: de maio a agosto.
(Locais e datas: Fotos 1 e 2: Sapal de Castro Marim; 20 - agosto - 2011; fotos 3 e 4: Ria de Alvor, onde a espécie é muito abundante; 27 - agosto - 2011; foto 5: rochedo na praia dos Três Irmãos - Alvor; 30 - agosto 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Palmeira-anã (Chamaerops humilis)

(1)

(2)

(3)

(4)
Palmeira-anã (Chamaerops humilis L.)

Também designada vulgarmente por Palma, Palmeira-das-vassouras, Palmeira-de-leque-da-europa, Palmito-espanholLeque-do-mediterrâneo e Palmeira-vassoureira, esta espécie da família Arecaceae  distribui-se pelas duas margens do Mediterrâneo ocidental (no sul da Europa - Portugal, Espanha, França, Itália - em algumas ilhas, como Malta, e no norte de África -Marrocos, Argélia e Tunísia) e é mesmo a única palmeira nativa da Europa, sendo igualmente a única espécie do género Chamaerops
Reveste geralmente a forma arbustiva, não ultrapassando, por via de regra, os 4 metros e com frequência não atinge sequer tal altura, designadamente quando implantada em terrenos mais pobres. É como planta cultivada para fins ornamentais que a planta atinge maiores dimensões.
Em Portugal, a espécie surge espontânea sobretudo no Algarve, particularmente, ao longo de toda a zona do barrocal, desde o barlavento até ao sotavento, em terrenos secos e pedregosos.
Floresce de março a maio.
Planta dióica, a polinização das suas flores é, tanto quanto é sabido,  assegurada, principalmente, por um insecto que dá pelo nome de  Deleromus Chamaeropsis e, provavelmente, também pelo vento.
Os seus frutos (drupas - v. foto 4) servem de alimento a vários animais mamíferos (coelhos, raposas, texugos, além doutros) que pagam o favor, dispersando as sementes da planta.
Era usada tradicionalmente no fabrico de vassouras, de esteiras e cordas e é actualmente cultivada como planta ornamental mesmo em regiões donde não é originária. Mais importante, no entanto, que a importância económica da planta é a sua importância ecológica: graças à resistência à secura e à  capacidade de regeneração após incêndios, ela contribui para evitar a erosão dos solos e a desertificação.
(Locais e datas: Foto 1: Barrocal algarvio - região de Tavira; 20- agosto - 2011; Fotos 2, 3 e 4: Barrocal - região de Portimão; 30 - agosto - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)