quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Pimenteira-bastarda (Schinus molle)



Pimenteira-bastarda ou Pimenteira-americana (Schinus molle L.)
Árvore perenifólia, resinosa, com até 15 m de altura, com copa larga e arredondada, com ramos pendentes; tronco rugoso; folhas compostas, paripinadas ou imparipinadas, com 11 a 47 folíolos opostos, sésseis, linear-lanceolados; inflorescência racemiforme, com 10 a 20 cm que surge na ponta dos ramos, pendente, muito ramificada, pouco densa; flores com 3 a 5 mm, femininas e masculinas, de amarelo-esbranquiçado ou verdoso; fruto (drupa) com 6 a 8 mm de diâmetro, de cor rosada ou avermelhada, brilhante, que se desprende facilmente, depois de seco.
Tipo biológico: fanerófito;
Família: Anacardiaceae;
Distribuição: planta nativa da América do Sul (Peru, Equador, Bolívia e Chile), naturalizada no México.
Introduzida na Península Ibérica encontra-se "eventualmente naturalizada" no leste e na metade sul peninsular, incluindo em Portugal, no Alto Alentejo (Fonte), sendo, porém certo que a espécie não figura na Checklist da Flora de Portugal. Certo, certo, é que a planta é cultivada e usada em Portugal para fins ornamentais.
Floração (em Portugal): de Maio a Agosto.
Observação: nos países de origem, os frutos, depois de moídos, são usados como condimento em culinária, em substituição da pimenta (preta ou branca). Daí, suponho, a designação de Pimenteira-bastarda.
(Avistamento: Parque da Paz - Almada)

sábado, 21 de outubro de 2023

Catarinas-queimadas (Fumaria capreolata)




Catarinas-queimadas *(Fumaria capreolata L.)
Erva anual, prostrada ou trepadora, com folhas penatissectas (2 a 4 vezes); inflorescência em cacho terminal com 10 a 30 flores, com comprimento semelhante ao do pedúnculo; flores com sépalas mais largas que a corola, com margem dentada ou quase inteira; corola com 9 a 13 mm, inicialmente branca com ápice purpúreo, raras vezes toda branca, passando, com a fertilização, a apresentar cor avermelhada mais ou menos acentuada; fruto obtuso ou truncado, liso, salvo na zona da quilha (pouco notória) onde apresenta alguma rugosidade.
Tipo biológico: terófito:
Família: Papaveraceae;
Distribuição: espécie originária da Região Mediterrânica e do Sudoeste da Europa.
Em Portugal ocorre como planta autóctone e distribui-se, ainda que de forma descontínua, por todo o território do Continente. Presente também, mas como espécie exótica, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: orlas, sebes e muros de campos agrícolas, cultivados ou incultos, bermas de estradas e caminhos e outros locais ruderalizados, a altitudes até 1000 m.
Floração: de Dezembro a Agosto.
* Outros nomes comuns: Erva-das-candeias; Erva-moleirinha-maior; Fumária-maior.
(Avistamento: Serra do Risco (Arrábida); 14 - Janeiro - 2019)

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Erva-do-tabaco (Nicotiana tabacum)







Erva-do-tabaco *(Nicotiana tabacum L.**)
Erva anual, bienal ou perene, densamente glandular-pubescente em todas as suas partes, com pêlos curtos e finos; caule erecto, com até 3 m de altura, pouco ou nada ramificado; folhas com até 40 × 17 cm, oblanceoladas, inteiras, com nervuras principais bem marcadas na página inferior, sésseis (as caulinares), auriculadas, semi-amplexicaules; inflorescência composta por cimeiras helicoidais agrupadas em panícula terminal; flores actinomorfas, hermafroditas, pediceladas e bracteadas, com cálice campanulado, glandular-pubescente, com lóbulos ponteagudos mais curtos que o tubo; corola com 4 a 6 cm, infundibiliforme; tubo verde-amarelado, mais estreito na parte inferior; coroa lobada, branca ou rosada exteriormente, esbranquiçada no interior; fruto em forma de cápsula ovóide com comprimento aproximadamente igual ao do cálice.
Tipo biológico: caméfito; 
Família: Solanaceae;
Distribuição: planta originária da América do Sul. Introduzida e cultivada em várias outras regiões tropicais e temperadas para produção de folhas que, depois de tratadas, são utilizadas para fabricação do tabaco usado para consumo humano.
A planta é conhecida em Portugal e cultivada, ocasionalmente e de forma dispersa, sendo dado como ocorrendo, quer no território do Continente, quer nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Floração (em Portugal): de Fevereiro a Novembro.
*Outros nomes comuns: Erva-de-todos-os-males; Erva-do-rei; Erva-santa; Nicociana.
**Sinonímia: Nicotiana alba Mill.; Nicotiana alipes Steud.; Nicotiana attenuata Steud.; Nicotiana capensis Vilm.; Nicotiana caudata Nutt.; Nicotiana chinensis Fisch. ex Lehm.; Nicotiana crispula Steud.; Nicotiana florida Salisb.; Nicotiana frutescens Lehm.; Nicotiana fruticosa Moc. & Sessé ex Dunal; Nicotiana gigantea Lehm.; Nicotiana gracilipes Steud.; Nicotiana guatemalensis Bailly; Nicotiana havanensis Lehm.; Nicotiana lancifolia Willd. ex Lehm.; Nicotiana latissima Mill.; Nicotiana lingua Steud.; Nicotiana macrophylla Spreng.; Nicotiana marylandica Schübl. ex Dunal; Nicotiana mexicana Schltdl.; Nicotiana mexicana var. rubriflora Dunal; Nicotiana pallescens Steud.; Nicotiana pilosa Dunal; Nicotiana serotina Steud.; Nicotiana tabaca St.-Lag.; Nicotiana verdon Steud.; Nicotiana ybarrensis Kunth; Tabacum latissimum Bercht. & Opiz; Tabacum nicotianum Bercht. & Opiz; Tabacum ovatofolium Gilib.
(Avistamento: Troviscal (Sertã); 15 - Outubro - 2023)

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Junco-agudo (Juncus acutus)





Junco-agudo (Juncus acutus L.)
Erva perene, com 70 a 180 cm de altura, com rizoma curto (com cerca de 8 mm de diâmetro); touceira densa; caules robustos; folhas todas basais (2 a 8 por cada rebento); a inflorescência e, a seu tempo, a infrutescência, em geral densas, com cerca de 10 cm, com 2 brácteas foliáceas, uma geralmente mais comprida que a inflorescência/infrutescência, com ponta em forma de espinho forte e aguçado; outra  mais curta, espinhosa ou não. Fruto (cápsula) ovóide ou elipsóide, com a parte superior cónica. 
Tipo fisiológico: helófito; hemicriptófito;
Família: Juncaceae;
Distribuição: Oeste da Europa; Região Mediterrânica; Macaronésia e Próximo Oriente. Introduzida na Austrália e na Nova Zelândia. 
Em Portugal ocorre como espécie autóctone, quer no território do Continente (com presença concentrada sobretudo nas regiões do litoral), quer nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: marismas litorais e  juncais  no interior, em solos com permanência de humidade ao longo da maior parte do ano, a altitudes até 700m.
 Floração: de Fevereiro a Julho. 
(Avistamento: Costa da Caparica (Almada); 10 - Outubro - 2023)

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Plantas ornamentais: Balsamina-dos-jardins (Impatiens balsamina)

 



Balsamina-dos-jardins * (Impatiens balsamina L.)
Erva anual, com caule erecto, robusto, mais ou menos ramificado, podendo atingir até 80 cm de altura; folhas alternas, eventualmente opostas as da base; geralmente lanceoladas, com margens claramente serradas; flores de cor rosada, branca ou purpúrea, solitárias ou agrupadas (2 a 3) em fascículos axilares; fruto sob a forma de cápsula fusiforme que liberta as sementes nela contidas através de um fenónemo a que é dado o nome de "deiscência explosiva".
Tipo biológico: terófito;
Família: Balsaminaceae;
Distribuição; planta originária do Sul e Sudeste da Ásia (Índia, China e Malásia), introduzida em várias partes do planeta como planta ornamental, entretanto naturalizada em algumas regiões, como a Europa Central e Américas do Norte e Central, alcançando mesmo o estatuto de planta invasora em várias ilhas do Pacífico.
Em Portugal ocorre apenas como planta cultivada para fins ornamentais, salvo no arquipélago da Madeira, onde é tida na conta de espécie introduzida e, entretanto, naturalizada.
Ecologia/habitat: na Península Ibérica (Espanha) ocorre como subespontânea em bermas de estradas e valetas e outros locais alterados, a altitudes até 150m.
Floração na P. Ibérica: de Julho a Outubro.
* Outros nomes comuns: Balsamina; Beijo-de-frade; Não-me-toques; Melindres; Papagaios; Suspiros.
(Avistamento: Almada; 4 - Outubro - 2023)

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Plantas ornamentais: Ipomoea cairica

 







Ipomoea cairica (L.) Sweet *
Planta perene, com raiz tuberosa, de textura herbácea, mas com base algo lenhosa, trepadeira, ou prostada, com caule volúvel; folhas palmadas com 5 a 7 folíolos (lanceolados, ovais ou elípticos), flores infundibuliformes, vistosas, com 4 a 6 cm de diâmetro, com coloração rosa ou arroxeada.
Tipo biológico: hemicriptófito:
Família: Convolvulaceae;
Distribuição: planta nativa de África e Ásia, ocorrendo, actualmente, como espécie introduzida na maioria das zonas tropicais e subtropicais do planeta.
Em Portugal, ocorre, tanto quanto me é dado saber, como espécie introduzida, rara, ao que parece, pois não conheço outros registos, embora aparentemente apresente potencial como espécie invasora, visto ter capacidade para se espalhar e cobrir por completo terrenos adjacentes, com relativa rapidez.
Floração: durante boa parte do ano.
*Sinonímia: Convolvulus cairicus L. (basónimo).
[Avistamento: Costa da Caparica (Almada); 10 - Outubro 2023]

domingo, 8 de outubro de 2023

Feto-fêmea (Athyrium filix-femina)

 
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Feto-fêmea *[Athyrium filix-femina L.) Roth **]

Feto com rizoma suberecto, curto, grosso, ramificado, com revestimento de escamas castanho-escuras, translúcidas; frondes com 30 a 120 cm de comprimento; pecíolo com um quarto ou um terço do comprimento da lâmina; esta bi ou tri-pinada, lanceolada, macia, glabra; pinas curtamente pecioluladas, lanceoladas, dispostas alternadamente em número até 40 em cada um dos lados da lâmina; pínulas sésseis, penatipartidas, de oblongas a oblongo-lanceoladas, com o ápice agudo ou arredondado e dentado. Soros oblongos, arqueados, mais próximos do nervo médio do que da margem da pínula; indúsio persistente, virguliforme ou reniforme, com a margem livre fimbriada, esporos ovóides, papilosos.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Woodsiaceae;
Distribuição: planta subcosmopolita com presença em quase todo o Hemisfério Norte e na América do Sul.
Em Portugal ocorre como espécie autóctone, quer nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, quer em todo o território do Continente, sendo, porém, raro nas regiões a Sul do Tejo.
Ecologia/habitat: locais húmidos e sombrios, frequentemente nas margens de cursos de água e na orla de florestas húmidas, com preferência por solos ácidos, a altitudes até 2600 m.
Fase reprodutora: de Março a Setembro.
* Outros nomes comuns: Fentanha-fêmea; Fento-fêmea; Feto-de-espigo; Feto-manso.
** Sinonímia: Polypodium filix-femina L. (Basónimo)
[Avistamentos: Carvalhal (S. Pedro do Sul); 16 - Agosto - 2017 (fotos 1 a 5); Serra da Estrela (Manteigas); 23 - Abril - 2023) (fotos 6 e 7)

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Plantas ornamentais: Alecrim-costeiro (Westringia fruticosa)



Alecrim-costeiro * [Westringia fruticosa (Willd.) Druce]
Pequeno arbusto, muito ramificado, de folha perene, com copa densa e arredondada que pode atingir cerca de 150 cm de altura; folhas linear-lanceoladas, verde-escuras, dispostas em espiral ao longo dos ramos; flores brancas ou róseas, axilares, surgindo dispersas nas extremidades dos ramos.
Tipo biológico: fanerófito;
Família: Lamiaceae (Labiatae);
Distribuição; planta originária do Leste da Austrália, entretanto introduzida e actualmente cultivada como planta ornamental nos dois hemiférios do planeta.
Floração: durante quase todo o ano.
* Outros nomes comuns: Alecrim-australiano, Alecrim-do-litoral.
]Avistamento: Cova da Piedade (Almada); 5 - Outubro - 2023]

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Plantas ornamentais: Lobélia-azul (Lobelia erinus)





Lobélia-azul (Lobelia erinus L.)

Erva perene, eventualmente, anual ou bienal, de pequena dimensão (15 a 20 cm); folhas em geral dentadas; flores com corola bilabiada (com o lábio superior com 2 lóbulos de pequena dimensão e o inferior com três lóbulos muito maiores) com cores intensas (azul ou violeta, em plantas silvestres) agrupadas em cacho pouco denso; frutos em forma de cápsula prismatico-cilíndrica, com aberturas no ápice; sementes numerosas castanhas.
Tipos biológicos: hemicriptófito; terófito:
Família: Campanulaceae;
Distribuição: Afríca Austral (desde o Malawi e Zâmbia até à África do Sul. Introduzida noutras partes do globo para fins ornamentais. Em Portugal ocorre como espécie introduzida, sendo tida como assilvestrada nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. No caso de ocorrências no território do Continente, as plantas avistadas serão, por via de regra, plantas cultivadas.
Floração: dita de longa duração, indo desde a Primavera até ao Outono.
Toxicidade: todas as partes da planta são tóxicas.
(Avistamento: Almada; 4 - Outubro - 2023)
(Clicando nas imagens, amplia)