quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Hepáticas: Targionia hypophylla





Targionia hypophylla L.
Hepática* talosa, com talo plano, simples ou bifurcado, com tons de verde escuro, que apresenta orgãos reprodutores femininos sob a forma de cápsulas globosas, negras, instaladas na extremidade dos talos, característica que permite distingui-la de outras espécies de hepáticas, com alguma facilidade.

Como é de norma para a generalidade das hepáticas, também esta espécie se instala em locais húmidos, embora suporte ambientes temporiamente secos. Daí que possa ser observada em paredes, muros e fendas de rochas, em locais sombreados.
Esta hepática ocorre em Portugal, como espécie autóctone, quer no território do Continente, quer nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Classificação científica:
Reino: Plantae;
Sub-reino: Embryophyta;
Superdivisão: Bryophyta sensu lato;
Divisão: Marchantiophyta ou Hepaticophyta;
Classe: Marchantiopsida;
Ordem: Marchantiales;
Família: Targioniaceae;
Género: Targionia;
Espécie: T. hypophylla.

* Nota: Sobre plantas hepáticas, o visitante dispõe aqui de um breve resumo, obviamente, muito simplificado.
(Avistamento: Almada; 28 - Janeiro - 2025)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Teline linifolia









Teline linifolia (L.) Webb in Webb & Berthel *

Arbusto inerme, com copa arrendondada, densamente ramificado, podendo atingir até 4 m de altura. Com caules e ramos com revestimento aveludado, quando jovens; folhas sésseis, trifoliadas, com folíolos lineares; flores amarelas, com cálice aveludado e com corola formada por estandarte densamente sedoso, tal como a quilha; asas glabras; frutos (vagens) densamente pilosos, negros na maturação, com 1 a 3 cm de comprimento e com 2 a 8 sementes.
Tipo fisionómico: fanerófito;
Família: Fabaceae;
Distribuição: planta originária da Região Mediterrânea Ocidental (Itália, França e Espanha, na Europa; Argélia e Marrocos em África). Ocorre na Austrália e Nova Zelândia, como espécie introduzida para fins ornamentais e ali naturalizada.
Também ocorre em Portugal, figurando no portal da SPBotânica (Flora.on), como espécie autóctone, classificação que, no entanto, não parece compaginável com o facto de no referido Portal só haver registo da ocorrência da espécie em 2 quadrículas, quando é certo que se trata de planta com sementes com fácil dispersão e germinação.
Floração em Portugal: de Fevereiro a Maio.
* Sinonímia: Genista linifolia L. (Basónimo); Cytisus linifolius (L.) Lam.
(Avistamentos: Feijó - Almada; Fevereiro, Março e Junho - 2024)

Fallopia baldschuanica

 





Cascata ou Cordão-prateado [Fallopia baldschuanica (Regel) Holub. *]
Planta trepadeira, lenhosa, podendo  atingir até 10 metros de comprimento ou, eventualmente, até mais, em condições particularmente favoráveis. Apresenta folhas pecioladas, cordadas na base e pontiagudas no ápice; flores brancas ou rosadas, dispostas em fascículos, por sua vez, agrupados em inflorescências em panícula mais ou meno densa; frutos: aquénios alados, negros, lisos. 
Tipo biológico: Fanerófito;
FamíliaPolygonaceae.
Distribuição: Planta originária da Ásia, introduzida e naturalizada em várias outras regiões do globo. Em Portugal ocorre como espécie introduzida, com o estatuto de planta invasora, incluída na Lista Nacional de Espécies Invasoras (fonte)
Floração em Portugal: de Maio a Outubro.
* Sinonímia:Bilderdykia aubertii (Louis Henry) Moldenke; Bilderdykia baldschuanica (Regel) D. A. Webb; Fagopyrum baldschuanicum (Regel) H. Gross; Fallopia aubertii (Louis Henry) J. Holub; Polygonum aubertii Louis Henry; Polygonum baldschuanicum Regel; Reynoutria aubertii (L. Henry) Moldenke; Reynoutria baldschuanica (Regel) Mold.; Reynoutria baldschuanica (Regel) Shinners; Tiniaria aubertii (Henry) Hedb. ex Janchen; Tiniaria baldschuanica (Regel) Hedb. ex Janchen

(Avistamento: Castro Daire; 18 - Agosto - 2017)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Inaugurando a época das orquídeas: Salepeira-grande (Himantoglossum robertianum)






Salepeira-grande [Himantoglossum robertianum (Loisel.) P. Delforge *]
Outras imagens + informação: aqui.
*Sinonímia: Orchis robertiana Loisel.; Barlia robertiana (Loisel.) Greuter
[Avistamento: Pedreiras (Sesimbra) - Parque Natural da Arrábida; 2 - Janeiro - 2025]

domingo, 17 de novembro de 2024

Juncus tenageia

 


Juncus tenageia Ehrh. ex L. fil.

Erva anual, geralmente cespitosa, com caules cilíndricos com 3 a 26 cm; 1 a 3 folhas basais, folhas caulinares, ou inexistentes, ou em número reduzido (1 ou 2), geralmente localizadas na metade inferior do caule; inflorescência terminal, lassa, ramificada 1 ou mais vezes; flores solitárias; fruto subgloboso, castanho ou acastanhado, brilhante.
Tipo biológico: terófito:
Família: Juncaceae;
Distribuição: Centro e Sul da Europa; Oeste da Ásia; Sibéria; Leste e Norte de África. 
Em Portugal ocorre em todo o território do Continente, com distribuição de forma dispersa, irregular e pouco numerosa. Inexistente nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: locais temporiamente encharcados, com vegetação anual, a altitudes até 2900m.
Floração: de Maio a Setembro.
[Avistamento: Verdizela - Amora (Seixal); 17 - Maio - 2024]

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Trevo-do-nordeste (Trifolium ochroleucon)

 





Trevo-do-nordeste (Trifolium ochroleucon Huds.)
Erva perene, vilosa, com caules erectos ou ascendentes que podem atingir até cerca de 60 cm, geralmente com pêlos, mais ou menos, adpresos; folhas pecioladas, estipuladas, geralmente alternas, com as duas superiores subopostas, trifolioladas, com folíolos elípticos ou obovados, subsésseis, inteiros ou denticulados, com pilosidade em ambas as faces; pecíolos compridos (até 17 cm) com pêlos patentes ou aplicados. Flores sésseis com corola amarelada ou, mais raramente, rosada, agrupadas em inflorescências capituliformes ou especiformes, ovóides ou subglobosas, aparentemente terminais, sem invólucro ou com invólucro formado pelas estípulas das folhas superiores, com pedúnculo que, quando exista, pode atingir até 25 mm; fruto em forma de vagem inclusa no cálice, com uma única semente, lisa e amarelada.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Fabaceae;
Distribuição: Europa; Sudoeste da Ásia e Nordeste de África.
Em Portugal há notícia segura da sua ocorrência na Beira Alta e em Trás-os-Montes, mas dá-se também como certa a presença no Alto Alentejo, Beira Baixa e Beira Litoral.
Ecologia/habitat: pastagens na orla de bosques de montanha, designadamente de carvalhos, de castanheiros e de pinheiros, a altitudes desde 600 a 1500m.
Floração: de Maio a Agosto.
[Local e data da observação: Serra de Montesinho (Trás-os-Montes); 21 - Junho - 2019]

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Umbilicus heylandianus




Umbilicus heylandianus Webb & Berthel.

Planta perene, glabra, com caule erecto, por via de regra não ramificado, com 40 a 80 cm; folhas algo suculentas, com formas várias; flores com corola tubular de cor amarela mais ou menos intensa, com estrangulamento na garganta (característica que permite distingui-la facilmente da sua congénere Umbilicus rupestris); inflorescências de grandes dimensões, podendo atingir até 60% do comprimento da haste floral.
Tipo biológico: hemicriptófito;
FamíliaCrassulaceae;
Distribuição: Europa, Norte de África e Macaronésia.
Em Portugal ocorre apenas no Continente,  sendo, ao contrário da sua congénere U. rupestris, pouco comum, não chegando a cobrir todo o território, pois não existe, nem no Algarve, nem no Baixo Alentejo.
Ecologia/habitat: bosques e terrenos rochosos, em locais sombrios, a altitudes até 1000m. Indiferente à composição do solo.
Floração: de Maio a Julho.
(Nota:  poderá encontrar aqui imagens desta planta na fase da floração, altura em que apresenta um aspecto muito diferente).
(Avistamento: proximidades da Lagoa de Albufeira (Sesimbra); 13 - Novembro - 2024)

sábado, 26 de outubro de 2024

Jasione crispa subsp. crispa




 Jasione crispa subsp. crispa (Pourr.) Samp.

Planta vivaz, cespitosa, prostrada, com caules divididos na base; folhas ciliadas;  inflorescências sob a forma de glomérulos com pedúnculos sempre pilosos, pelo menos, no ápice; brácteas involucrais ciliadas; flores com cerca de 5 mm de diâmetro, com corola azul-lilás e cálice com dentes lineares. Sementes sem carúncula.
Tipo biológico: hemicriptófito:
Família: Campanulaceae;
Distribuição: endemismo ibérico, com ocorrência limitada às montanhas do Centro e Norte da Península Ibérica. Em Portugal a sua ocorrência estará circunscrita à Serra da Estrela (Beira Alta e Beira Baixa).
Ecologia/Habitat: pastagens e outros relvados, em solos graníticos, xistosos ou calcários, a altitudes desde 700 a 2600 m.
Floração: de Junho a Agosto.
(Avistamento: Serra da Estrela; 11 - Julho - 2019)

domingo, 20 de outubro de 2024

Plantas suculentas: Sedum anglicum




Sedum anglicum Huds.
Planta perene, suculenta, glabra, multicaule, acinzentada, glauca ou esbranquiçada, com abundantes raízes secundárias; caules débeis, flexíveis, prostrado-ascendentes, muito ramificados, radicantes na base, não indo além de 12 cm de comprimento; folhas subcilíndricas ou subglobosas, alternas, obtusas; flores pentâmeras agrupadas em inflorescências mais ou menos laxas, com pedicelos curtos; sépalas livres, glabras, com ápice agudo; pétalas em geral com o dobro do comprimento das sépalas, esbranquiçadas ou rosadas; 10 estames; folículos glabros, dispostos em estrela, soldados na metade inferior.
Tipo biológico: caméfito;
Família: Crassulaceae;
Distribuição: Europa Ocidental.
Em Portugal ocorre apenas no território do Continente com presença circunscrita às regiões a Norte do Tejo (Beira Alta, Beira Baixa, Beira Litoral, Douro Litoral, Minho e Trás-os-Montes.
Ecologia/habitat; locais rochosos, pedregosos ou arenosos, a altitudes até 2700m. 
Floração: de Junho a Agosto.
(Avistamento: Serra da Estrela; 10 - Julho - 2019)

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Centáurea-da-estrela (Centaurea langei subsp. rothmaleriana)





Centáurea-da-estrela [Centaurea langei subsp. rothmaleriana (Arènes) E. López, Devesa & Arnelas]
Erva perene, subarbustiva, com raiz axonomorfamulticaule, inerme, um tanto acinzentada, escábrida; com caules  erectos, ascendentes, ou decumbentes, muito ramificados desde a parte inferior ou média, podendo atingir até 70 cm.;  flores agrupadas em capítulos solitários, com invólucro ovóide, arredondado na base; brácteas médias com apêndice acastanhado ou escurecido, com comprimento e largura semelhante na parte central; aquénios com 3 a 4 mm; papilho externo com 1 a  2 mm.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Asteraceae;
Distribuição: planta endémica da Serra da Estrela;
Ecologia/habitat: orlas e clareiras de bosques e matagais, bermas de estradas e caminhos, em terrenos ácidos, a altitudes desde 900 a 1500 m.
Floração: de Maio a Outubro.
Categoria de risco de extinção atribuida na Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental,  de acordo com os critérios da IUCN:  "Quase ameaçada".
(Avistamento: Serra da Estrela, 12 - Julho - 2019)