quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Bredos (Amaranthus blitoides)



Bredos ou Erva-aranha (Amaranthus blitoides S. Watson)

Erva anual, com caules ascendentes, decumbentes ou prostrados, de cor verde ou avermelhada; folhas com limbos geralmente elípticos; flores [pentâmeras, com tépalas diminutas (2 a 3 mm) desiguais e agudas, com 1 só nervo principal] agrupadas em inflorescências sob a forma de glomérulos axilares; fruto em forma de pixídio, com comprimento algo semelhante ao das tépalas maiores; sementes negras, brilhantes, com 1,2 a 1,7 mm de diâmetro, no máximo.
Tipo biológico: terófito;
Família: Amaranthaceae;
Distribuição: nativa da América do Norte, entretanto introduzida e naturalizada em grande parte das regiões do globo com clima temperado-quente. Em Portugal ocorre como planta exótica, quer no território do Continente (Algarve, Alto e Baixo Alentejo, Estremadura, Ribatejo, Beira Alta, Beira Litoral e Douro Litoral), quer nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: planta ruderal, ocorre principalmente em terrenos agrícolas, de regadio ou de sequeiro, mas também em locais degradados, à beira de estradas e caminhos. 
Floração: de Maio a Dezembro.
(Avistamento: Cabo Espichel; 7 - Outubro - 2024)

domingo, 29 de setembro de 2024

Lírio-fétido (Iris foetidissima)




 Lírio-fétido *(Iris foetidissima L.)

Planta rizomatosa, perene, da família Iridaceae, pode atingir cerca de um metro de altura, embora, por regra, se fique por dimensões mais modestas, variando entre 30 e 90 cm. É  nativa da Europa ocidental e meridional e do norte de África. Em Portugal ocorre um pouco por todo o país, em zonas de mato e de floresta com boas abertas, em sítios mais húmidos ou menos húmidos, desde que sombrios. Não é, no entanto, uma planta que se encontre com muita frequência.
Deve a sua designação, quer a vulgar, quer a científica ao facto de as folhas emitirem um odor pouco agradável, quando cortadas ou esmagadas. Não obstante, é uma planta que é cultivada e usada como planta ornamental, não  devido às flores que apresentam cores (amarelo e violeta) pouco vivas e mesmo baças, mas sim devido às sementes muito vistosas (vermelho-coral) que permanecem longo tempo nas respectivas cápsulas depois de abertas.
Floresce de Maio a Julho.
*Outro nome comum: Íris-fétida
(Avistamento: Serra de Montejunto; 30  - Junho - 2016) 

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Anarrhinum longipedicellatum






Anarrhinum longipedicellatum R. Fern. *
Erva bienal, glabra, ramosa ou não, densamente papilosa na inflorecência, com caules herbáceos, erectos, em geral ramificados, podendo atingir até 90 cm. Folhas heteromorfas, glabras, sésseis ou ligeiramente pecioladas; flores zigomorfas, de cor violeta escura, com pedicelos capilares, com 5 a 11 mm, mais compridos que as brácteas; corola bilabiada, com o lábio inferior maior que o superior; cápsula (fruto) subglobosa, glabra, mais curta que o cálice.
Planta com hábito muito semelhante ao da sua congénere Anarrhinum bellidifolium sendo, no entanto, facilmente distinguíveis, atentando nos pedicelos: capilares e mais compridos que as brácteas (os do A. longipedicellatum); mais curtos que as brácteas (os do A. bellidifolium).
Tipo biológico: hemicriptófito:
Família: Plantaginaceae;
Distribuição: planta endémica de Portugal Continental, com ocorrência circunscrita à Beira Alta, Beira Litoral e Douro Litoral.
Ecologia/habitat: taludes e terrenos pedregosos, em locais secos, com boa exposição solar, em solos ácidos a altitudes entre 20 e 1000 m.
Floração: de Abril a Agosto.
* Nome comum sugerido recentemente, desconhecendo-se qual o grau de aceitação popular: "Maceróvia pedunculata".
(Avistamento: Serra da Arada; 16 - Agosto - 2017)

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Galium lucidum subsp. lucidum






Galium lucidum subsp. lucidum All.

Erva perene, mais ou menos subarbustiva, multicaule, em geral com estolhos, glabra ou com indumento variável, verde ou verde-acinzentada; caules (com 12 a 90 cm) erectos ou ascendentes, por vezes prostrados, ramificados; folhas sésseis, lineares ou linear-lanceoladas, dispostas em verticilos de 6 a 12; flores tetrâmeras com corola branca, com 3 a 5 mm de diâmetro; fruto (esquizocarpo) em geral com 2 mericarpos, glabros, rugosos, castanho-amarelados.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Rubiaceae;
Distribuição: Centro e Centro Sul da Europa e Noroeste de África.
Em Portugal, a planta ocorre, como espécie autóctone, apenas no território do Continente, sendo relativamente comum nas regiões do Norte e Centro e rara no Sul.
Ecologia/habitat: terrenos pedregosos de matagais e sub-bosques, taludes, bermas de estradas e caminhos, em locais com boa exposição solar, em substratos preferentemente calcários, podendo, também surgir em solos graníticos, xistosos e margosos, entre outros, a altitudes até 2200 m.
Floração: de Maio a Agosto.
(Avistamento: Serra de Montejunto; 1 Junho 2016)

sábado, 21 de setembro de 2024

Biarum arundanum

 

Biarum arundanum Boiss. & Reut.*
Planta herbácea com tubérculo globoso, donde partem raízes que podem atingir até cerca de 10 cm.
Tipo biológico: geófito;
Família: Araceae;
Distribuição: Oeste da Região Mediterrânica (Península Ibérica e Marrocos)
Em Portugal a espécie ocorre apenas no Centro e Sul do território do Continente.
Habitat: terrenos incultos, em sítios abertos, a altitudes até 1300 m. Indiferente à natureza do solo.
Floração: de Abril a Dezembro, mas com maior intensidade, nos meses de Abril a Junho. 
*Sinonímia: Biarum tenuifolium subsp. arundanum (Boiss. & Reut.) Nyman
Nota: a espécie não tem, em língua portuguesa, designação comum generalizada. Recentemente foi-lhe atribuído o nome de "Jarro-clandestino", mas desconhece-se se tal nome colheu ou não aceitação popular.
(Avistamento: Marmeleiro (Sertã); 2 - Junho - 2020)

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Plantas ornamentais: Ipê-de-jardim (Tecoma stans)



Ipê-de-jardim * [Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth]
Arbusto ou pequena árvore muito ramificada que pode atingir até 6 m de altura, com folhas compostas por folíolos ovado-lanceolados, com margens serradas; flores campanuladas, amarelas, agrupadas em inflorescências terminais ou axilares, muito vistosas; frutos sob a forma de cápsulas estreitas e compridas, deiscentes, com numerosas sementes aladas.
Tipo biológico: fanerófito;
FamíliaBignoniaceae;
Distribuição: planta originária da América do Norte (México e Sul dos Estados Unidos) posteriormente introduzida na América Central e em diversos países da América do Sul, onde se naturalizou com tanto sucesso que, em algumas situações, se tornou uma séria infestante. Actualmente cultivada noutras paragens, como planta ornamental.
Floração: ao longo de boa parte do ano.
*Outros nomes comuns: Amarelinho; Ipê-amarelo-de-jardim; Ipê-mirim; Ipezinho-de-jardim; Sinos-amarelos.
(Avistamento: Costa da Caparica; 8 - Agosto - 2024)

sábado, 10 de agosto de 2024

Plantas ornamentais: Ameixa-de-Natal (Carissa macrocarpa)






Ameixa-de-Natal *[Carissa macrocarpa (Eckl.) A.DC.]
Arbusto de folha perene e copa densa que, em regra, não ultrapassa 2 m de altura, mas que, enquanto planta cultivada, pode atingir a dimensão de uma pequena árvore. Caule muito ramificado provido de fortes espinhos bifurcados; folhas ovadas, coriáceas, de cor verde-escura, brilhantes; flores pentâmeras, hermafroditas, com pétalas brancas; fruto (drupa) comestível.
A planta é cultivada, sobretudo nos locais de origem, para fins de produção de frutos comestíveis, sendo também utilizada para formação de sebes, dada o caráracter espinhoso dos caules.
Tipo biológico: nanofanerófito;
Família: Apocynaceae;
Distribuição: planta nativa do Sul de África, actualmente cultivada nos dois hemisférios, sobretudo para fins ornamentais.
Em Portugal ocorre como planta cultivada e, aparentemente, não é muito comum.
Floração: em regiões tropicais a floração pode ocorrer ao longo de todo o ano. Em regiões temperadas o mais comum é dar-se apenas durante os meses da Primavera e do Verão.
* Também designada, em Portugal; por "Cereja-de-Natal".
(Avistamento: Costa da Caparica; 10 - Agosto - 2024)

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Agrião-da-estrela (Murbeckiella boryi)





Agrião-da-estrela [Murbeckiella boryi (Boiss.) Rothm. *]
Erva perene, unicaule ou multicaule, com caules que podem atingir até 25 cm; folhas basais (numerosas) inteiras ou divididas superficialmente; folhas caulinares (raras) penatífidas ou penatissectas; flores com pétalas brancas, agrupadas em inflorescências em cacho, desprovidas de brácteas; frutos (silíquas) com 10 a 25 mm de comprimento.
Em Portugal ocorre uma outra espécie do mesmo género, com "hábito" muito semelhante: Murbeckiella sousae. Para distinguir as duas espécies o portal da SPBotânica (Flora.on) sugere que se atente: i) na forma das folhas basais (as da M. boryi são, em geral e ao contrário das da M. sousae, "inteiras ou só superficialmente divididas"); e ii) no comprimento dos frutos (os da M. boryi com 10 a 25 mm de comprimento, são bem mais curtos que os da congénere, com 30 a 50 mm). Um outro dado pode servir para remover eventuais dúvidas: a M. sousae não ocorre a altitudes superiores a 1300m e, ao invés, a M. boryi só surge altitudes a partir de 1300m.
Tipo biológico: caméfito.
Família: Brassicaceae / Cruciferae;
Distribuição: planta com ocorrência limitada à Península Ibérica e Norte de África. Em Portugal a ocorrência da espécie está concentrada nas serras da Estrela, do Gerês e do Marão, sendo a subpopulação da serra da Estrela muito mais numerosa que as restantes.
Ecologia/habitat: fissuras de rochas siliciosas em zonas montanhosas, a altitudes desde 1300m a 3300 m.
Floração: de Abril a Agosto.
* Sinonímia: - Cardamine boryi Boiss. (Basónimo)
Nota: espécie incluída na Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental (LVFVPC) na categoria (IUCN) de "QUASE AMEAÇADA"
(Avistamento: Serra da Estrela; 7 - Junho - 2016)

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Orvalhinha (Drosera intermedia)






Orvalhinha; Rorela; Rorela-de-folhas-compridas (Drosera intermedia Hayne)

Erva perene (tipo biológicoHemicriptófitoHelófito) da família das Droseraceae, plantas "de hábito carnívoro, as quais obtêm parte de seus nutrientes (...) por meio da digestão enzimática de insetos" (fonte).
Distribuição:América do Norte; Centro e Oeste da Europa; Ásia Menor. 
Em Portugal ocorre apenas em parte do território do Continente e, nomeadamente, no Alentejo, Estremadura, Beira Baixa, Beira Litoral, Douro Litoral e Minho.
Ecologia/habitat: turfeiras, pequenas lagoas, charcos e terrenos inundados ainda que temporariamente, a altitudes até 1800m.
Floração: de Junho a Agosto.
(Avistamento: Pombal; 2 - Julho - 2024)

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Cravina-vulgar (Petrorhagia nanteuilii)







Cravina-vulgar [Petrorhagia nanteuilii (Burnat) P.W.Ball & Heywood *]

Planta anual, com caules glabros ou rugoso-pubescentes com até cerca de 60 cm de altura; folhas caulinares lineares, rugosas na margem; inflorescência capitada, por vezes, reduzida a uma única flor, com brácteas ovadas, as internas obtusas ou mucronadas; flores hermafroditas, hipóginas; cálice com 12 a 25 mm, com dentes trinérvios; 5 pétalas rosadas ou purpúreas, excepcionalmente brancas, com limbo obcordado ou bífido, com uma mancha ao longo da base do nervo médio; fruto sob a forma de cápsula oblonga com sementes tuberculadas.
Tipo biológico: terófito;
Família: Caryophyllaceae;
Distribuição: Europa Ocidental; Noroeste de África e Macaronésia (arquipélagos das Canárias e da Madeira); introduzida na Austrália, Grã Bretanha e América do Norte.
Em Portugal está presente, como planta autóctone, não apenas na Madeira, mas também em todo o território do Continente.
Ecologia/habitat: solos arrenosos, em substrato ácido ou neutro, em locais mais ou menos ruderalizados, a altitudes até 1700m.
Floração: de Abril a Agosto.
* Sinonímia: Dianthus nanteuilii Burnat
(Avistamentos: Pragal - Almada; Maio - 2024)

domingo, 14 de julho de 2024

Plantas ornamentais: Eryngium planum






Eryngium planum L.
Planta perene, com cerca de 50 cm de altura; caule erecto, ramificado pelo menos na parte superior; folhas basais inteiras ou serrado/crenadas; limbo com cerca de 10 a 15 cm de comprimento por 7 a 8 de largura; flores de reduzida dimensão, hermafroditas, pentâmeras, roxas ou azuladas, agrupadas em inflorescências terminais, aproximadamente esféricas, protegidas por 5 a 8 brácteas mais ou menos espinhosas, com até 6 cm de comprimento.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Apiaceae (Umbelliferae);
Distribuição: planta nativa da Europa (Centro, Leste e Sudeste) e da Ásia Central. Introduzida e cultivada noutras partes do globo como planta ornamental.
Ecologia/habitat: terrenos húmidos, em solos arenosos, nos locais de origem.
Floração: de Junho a Setembro.
(Avistamento: Almada; 13 - Julho - 2024)

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Alfafa-amarela (Medicago falcata)




 Alfafa-amarela *(Medicago falcata L.)
Erva perene, erecta ou ascendente, muito ramificada, sedosa; caules com 30 a 70 cm, lenhosos na base; folhas trifolioladas; as inferiores com folíolos ovado-oblongos; as superiores com folíolos linear-acuneados; inflorescências pedunculadas, com pedúnculo maior que a folha adjacente, com flores numerosas agrupadas em cachos densos; flores com cálice pubescente, não glanduloso e corola amarela, com 7,5-10 mm; fruto (vagem) pubescente, falciforme ou formando quase uma espira completa.
Tipo biológico: caméfito:
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Distribuição: Centro e Sul da Europa; Sibéria; Ásia (Centro e Oeste e Índia); Norte de África (Marrocos). Introduzida e naturalizada na Austrália e no Sul de África.
Em Portugal tem ocorrência limitada ao território do Continente (Alto Alentejo e Estremadura) onde, todavia, não parecem ser numerosos os registos de avistamentos.
Ecologia/habitat: terrenos nitrificados, com preferência por substratos arenosos, gessosos ou margoso-calcários, a altitudes até 1500m.
Floração: de Abril a Agosto.
* Outros nomes comuns: Cassoa; Luzerna-de-sequeiro; Melga-dos-prados.
[Avistamentos: Pragal (Almada); de 3 Maio a 17 Junho - 2024]