sábado, 2 de junho de 2012

Withania frutescens



Withania frutescens (L.) Pauquy
Não é a primeira vez que se faz referência aqui no "Botânico Aprendiz" a esta espécie da família Solanaceae. De facto, em tempos fotografei um exemplar existente do Jardim Botânico de Lisboa e publiquei aqui, uma das fotografias então obtidas. Volto a falar dela porque, no mesmo dia em que avistei a Convolvus fernandesii a que se reporta o "post" anterior, também encontrei este exemplar de Withania frutescens em local não muito distante do sítio onde aquela vicejava, o que, na verdade, nada tem de surpreendente, visto que a Withania frutescens, embora não seja um endemismo português, ao contrário daquela, partilha o mesmo habitat, pois também só ocorre, em Portugal, nas falésias, ou nas suas proximidades, entre o Cabo Espichel e a zona de Sesimbra.
E tal como aquela é uma espécie rara. Confirma a asserção o facto de em todas as minhas deambulações pelo local nunca ter deparado com outro exemplar, designadamente, nas imediações do acima reproduzido. 
À emoção de ter encontrado a espécie no seu habitat natural, veio juntar-se, no entanto, o receio pela sobrevivência da espécie no local, não só devido ao facto de constatar a sua raridade, mas, sobretudo, por  dar conta que o exemplar fotografado não mostrava grande vitalidade, pois não tinha sinais, nem de flores, nem de frutos e a maioria das folhas tinha um aspecto amarelado. Fica a dúvida sobre se tal estado se fica a dever à circunstância de a planta ter já muita idade (denunciada pelo tronco grosso na base - foto 3) ou se é o resultado da pouca chuva caída durante este inverno. Lá mais para o verão, conto dar por lá mais umas voltas para me inteirar da situação e para, eventualmente, encontrar algo de novo.
Uma última nota para dizer que apesar da idade, o exemplar examinado não tem mais de um metro e meio de altura, com os ramos enovelados e de forma algo desordenada. Curiosa, porque não me apercebi desse facto, quando observei a planta no Jardim Botânico é a estrutura e forma do ritidoma, semelhante, à primeira vista (que outra não está ao meu alcance) com a cortiça. Certamente, uma forma de, simultaneamente, a planta se proteger contra os fortes ventos que sopram naquelas paragens e de evitar a perda de água, por evaporação, água que, nos sítios áridos e calcários onde vive (ou sobrevive), não abunda 
(Local e data: Cabo Espichel - Serra da Arrábida; 28 - maio - 2012)
(Clicando nas imagens, amplia)

2 comentários:

Leonor Vieira disse...

Olá Francisco estou na mesma região entre Almada e Costa de Caparica. Tenho uma pequena horta biológica no quintal, aprendo praticamente tudo com grupos do facebook, partilhamos muito o seu blogue, na tentativa de identificação de plantas e flores para as nossas consociações para atrair bons insectos, entre outros fins. Questão podemos enviar fotos de plantas ou flores que desconhecemos para uma futura identificação? Obrigada
Leonor Vieira

Francisco Clamote disse...

Viva Leonor!
Lá poder, pode. O que não lhe garanto é que eu as consiga identificar, pois estou muito longe de ser um perito. Identificar plantas é, aliás, o meu maior problema.
Saudações.