Conchelo-do-mato (Platanthera pollostantha R.M.Bateman & M.Moura)
Reconhecidamente, a flora do arquipélago dos Açores não é especialmente rica em espécies da família das orquídeas (Orchidaceae). De facto, em todo o arquipélago não ocorrem mais que dois géneros da dita família: Serapias e Platanthera. Todavia, se a flora açoriana não é rica em número de espécies de orquídeas, já o mesmo não se pode dizer quando se encara a questão sob o ângulo da originalidade. É que, na verdade, das cinco espécies de orquídeas existentes nos Açores (2 do género Serapias: S. parviflora e S. cordigera subsp. azorica e 3 do género Platanthera), quatro delas são endémicas do arquipélago: a S. cordigera subsp. azorica; e as três englobadas no género Platanthera.
As populações deste género existentes no arquipélago dos Açores foram objecto de um estudo recente (v. aqui) que conclui pela existência de três espécies diferentes: P. pollostantha (a que figura nas imagens supra, erradamente designada, antes da revisão sistemática levada a cabo pelo citado estudo, por P. micrantha), espécie que é, não só a mais comum, mas também a única que ocorre em todas as ilhas; P. micrantha (antes da citada revisão, designada por P. azorica ), presente apenas em 7 ilhas do arquipélago (São Miguel, Terceira, São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo; e a raríssima P. azorica, espécie de que se conhecem apenas duas populações: uma circunscrita à cordilheira central da Ilha de S. Jorge e outra reduzida, por ora, a um único exemplar avistado na reserva natural da Caldeira do Faial, na ilha do mesmo nome.
Ecologia/habitat da Platanthera pollostantha:"Zonas declivosas, crateras, prados naturais, taludes, matos de Erica, florestas de Juniperus, antigas plantações de criptomérias"(fonte)
Floração: de Maio a Julho.
(Locais e datas: ilhas de S. Jorge e do Pico; 23/27 - Julho - 2017)
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