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Viola langeana Valentine
Seguindo a pista deixada aqui, lá fui eu de abalada até à Serra da Estrela para encontrar esta espécie da família Violaceae que é, segundo a Maria Carvalho (link supra), "um endemismo peninsular [que] ocorre na metade oeste do Sistema Central Ibérico", informação que também encontrei aqui.
Depois dumas quantas voltas nas imediações da Lagoa Comprida que se revelaram infrutíferas, acabei por deparar com ela, por acaso, à beira da estrada, no trajecto Lagoa Comprida - Torre, já depois de abandonadas as buscas. Aí estão as fotos 1, 2 e 3 a documentar o encontro que teve lugar a 17 de junho.
Curiosamente, uns dias depois (23 de junho) vim a encontrar na Serra de Malcata, ao longo dum caminho de terra batida, numa encosta a nascente da povoação que dá o nome à serra (Malcata) numerosas plantas (fotos 4,5,6 e 7) que suponho pertencerem à mesma espécie, embora as flores apresentem algumas diferenças em relação às flores das plantas encontradas na Serra da Estrela. Com efeito, enquanto aquelas apresentam estrias apenas nas pétalas inferiores, nas flores da Serra da Estrela as estrias são visíveis quer nas pétalas inferiores, quer nas pétalas laterais, diferença que não será, suponho, suficiente para classificar aquelas como pertencentes a uma espécie diferente. Tratar-se-á, quando muito, duma variedade, ou, quiçá, duma subespécie diferente.
A ser certa a minha suposição, então ter-se-á de concluir que a distribuição da Viola langeana, não está limitada, em Portugal, à Serra da Estrela, como sugere a Maria Carvalho. Permanece, em todo caso, de pé a afirmação de que se trata dum endemismo peninsular limitado ao Sistema Central Ibérico, visto que a Serra de Malcata se integra, tal como a Serra da Estrela, em tal sistema.
Floresce de março a agosto
Sinonímia: Viola caespitosa Lange in Willk. et Lange, nom. illeg., non D. Don; Viola caespitosa Lange, nom. illeg. var. condensata Henriq.; Viola caespitosa Lange, nom. illeg. var. laxa Henriq.;Viola lutea auct. lusit.
(Clicando nas imagens, amplia)
5 comentários:
É bom saber que a Viola langeana não é um exclusivo da serra da Estrela. O que se passa é que, segundo a Flora Ibérica, a espécie em Portugal ocorre só na Beira Alta e na Beira Baixa, que são as províncias por onde se estende a serra da Estrela; e a Maria e eu não tínhamos notícia de que ela ocorresse noutro local do nosso país que não na dita serra. Por exemplo, parece que nunca ninguém a encontrou na vizinha serra do Açor.
A ausência de estrias nas pétalas laterais nas plantas da Malcata não deve ter qualquer significado: a mesma Flora Ibérica não assinala qualquer subespécie ou variedade da Viola langeana.
Só uma nota final. Vimos as plantas em Maio e quando voltámos um mês depois já não as encontrámos nos mesmos sítios, mas só em lugares mais elevados. Parece pois que cada planta floresce durante pouco tempo, e que a floração da espécie só é longa por ocorrer tardiamente em zonas de maior altitude.
(E parabéns pela excelente série sobre a flora da Estrela.)
Obrigado Paulo, pelos esclarecimentos e pelas palavras de encorajamento. Mas não só: de facto, utilizo tanta informação do vosso "Dias com árvores" que até devia ser obrigado a pagar direitos de autor.
Por acaso também passei pela Serra do Açor, uns dias antes da subida à Estrela e também não vi por lá a "Viola langeana".
Abraço.
Viva
encontrei este estudo sobre biogeografia de portugal continental no Scrib.
Francamente não consegui perceber muito do que li mas afirma algo na página 10 de 46 que talvez o ajude a perceber a razão pela qual não encontrou a espécie na serra do açor. Há espécies que interrompem o seu território para cima do gerês e para baixo da Estrela.
O mesmo estudo coloca a viola langeana como própria do sector estrelense (que inclui a encosta oriental da serra do Açor) e não como endémica (pag.19de 46).
Não sei se ajuda mas na minha apreciação de leiga gostei do estudo.
e da flor XD
Obrigado, Anabela, pela informação, de que me vou servir, pela certa, em mais que uma ocasião.
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