quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Época das orquídeas silvestres (2025): Erva-abelhão (Ophrys tenthredinifera)

 



Ophrys tenthredinifera Willd.

Erva vivaz, tuberosa, da família OrchidaceaeDistribui-se por toda a Região Mediterrânica, ocorrendo em Portugal no centro e sul do território do Continente. Surge em terrenos de pastagem mais ou menos sombreados, mas também  em terrenos pedregosos calcários, em clareiras e sob coberto de matos.
Floração: de Fevereiro a Junho.
(Local e datas: Parque Natural da Arrábida: 19 - Fevereiro - 2025)

Geum hispidum



 Geum hispidum Fr.
Erva perene. Caules com 25 a 50 cm, geralmente apenas ramificados na parte superior. Folhas penatissectas, dentadas; as basais com contorno aproximadamente lanceolado. Flores com cerca de 15 mm de diâmetro, com sépalas triangulares, pilosas, esverdeadas, fortemente reflexas algum tempo após a floração; pétalas oblongo-ovadas, às vezes ovais, em tons  de amarelo claro; estames (mais de 20) e carpelos (em geral mais de 100)  inseridos num disco nectarífero. Fruto, um múltiplo de aquénios muito peludos e em grande número. 
Tipo biológico: Caméfito; Hemicriptófito.
Família: Rosaceae:
Distribuição: Península Ibérica (metade norte) e França (Pirinéus). Em Portugal é apenas havida e achada em Trás-os-Montes.
Ecologia/habitat: planta humidícola e nitrófila, ocorre em pastagens de montanha e nas margens de pequenos cursos de água, a altitudes desde 600 a 1700 m. 
Floração: Junho e Julho.
[Avistamento: Serra da Nogueira (Trás-os-Montes); 16 - Junho 2019]

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Erva-toira-maior (Orobanche rapum-genistae)





Erva-toira-maior ou Rabo-de-zorra (Orobanche rapum-genistae Thuill.)
Planta perene ou de vida curta. Caule simples, erecto, rosado, engrossado na base, com revestimento de pêlos glandulíferos; folhas linear-lanceoladas. Inflorescência em forma de espiga, densa, multiflora. Flores sésseis. Corola tubular, campanulada, bilabiada, com o lábio superior indiviso ou bífido e o inferior com 4 lóbulos agudos com margens ciliadas. Estigma bilobulado, com lóbulos divergentes, em tons de amarelo vivo.
Tipo biológico: Geófito; Epífito.
Família: Orobanchaceae;
Distribuição: Oeste da Europa. 
Em Portugal a planta ocorre apenas no território do Continente, sendo muito rara nas regiões a sul do Tejo e bem mais comum nas regiões a norte do mesmo rio. 
Ecologia/habitat: a Orobanche rapum-genistae é desprovida de clorofila, tal como as demais espécies do mesmo género, pelo que, para se desenvolver, tem que parasitar outras plantas chamadas "hospedeiras", plantas que, no caso da O. rapum-genista, são plantas arbustivas da família das Leguminosas (Fabaceae) pertencentes aos géneros Cytisus, Genista e Ulex, tendo, por isso, que partilhar com elas os habitats (terrenos de matos e matagais) onde elas ocorrem, a altitudes desde 200 a  2400 m.
Floração: de Abril a Julho.
[Avistamento: Serra da Nogueira (Trás-os-Montes); 16 - Junho - 2019]

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Tomilhinho ou Serpão-do-monte (Thymus zygis subsp. zygis)

 





Tomilhinho ou Serpão-do-monte (Thymus zygis subsp. zygis L.)

Subarbusto decumbente, com 10 a 20 cm. Caules ascendentes com pilosidade variável, em geral, com pêlos curtos, dispersos. Folhas lineares, com margens recurvadas para a página inferior. Inflorescência especiforme. Flores com pedicelos até 2mm; cálice com 3 a 4 mm;  corola (com cerca de 4 mm) de cor branca ou creme; antera de cor branca.
Tipo biológico: caméfito;
Família: Lamiaceae (Labiatae);
Distribuição: planta endémica da Península Ibérica, com ocorrência supostamente limitada em Portugal a Trás-os-Montes e  Douro Litoral.
Ecologia/habitat: matos baixos, orlas e clareiras de bosques, em solos de origem calcária, margosa, granítica, quartzítica ou xistosa, a altitudes desde 300 até 1600m.
Floração: de Abril a Agosto.
[Avistamento: Serra da Nogueira (Trás-os-Montes); 21 - Junho - 2019]

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Junça-da-areia (Pycreus flavescens)


Junça-da-areia [Pycreus flavescens (L.) Rchb. *]
Planta herbácea, anual, cespitosa. Caules com 7 a 30 cm, direitos, fasciculados, glabros e lisos; folhas com comprimento inferior ao dos caules, raras, basais ou quase, deixando o caule nu na maior parte do seu comprimento, planas ou com quilha, glabras. Antela geralmente simples, por vezes composta, com 1 a 4 raios primários encimados por um fascículo lasso com 3 a13 espiguetas linear-lanceoladas, laxas, com até 25 flores;
Tipo biológico: helófito; terófito.
Família: Cyperaceae;
Distribuição: Centro e Sul da Europa; África e América. Em Portugal ocorre, como espécie autóctone,  e encontra-se dispersa por quase todo o território do Continente, de forma descontínua, não sendo, aparentemente, muito comum.
Ecologia/habitat: prados e pastagens anuais, em terrenos muito húmidos ou temporariamente encharcados, a altitudes até 1500 m. 
Floração: de Julho a Novembro.
* Sinonímia: Cyperus flavescens L. (basónimo)
[Avistamento: Envendos (Mação); 7 - Julho - 2023]

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Giesta-piorneira (Genista florida)

 





Giesta-piorneira; Piorno-dos-tintureiros (Genista florida L.)

Arbusto inerme, ramificado desde a base, com até 250 cm de altura; caules com indumento duplo, serício nas nervuras e pubérulo no espaço entre nervuras; folhas unifolioladas, alternas, estipuladas, com folíolo linear-oblongo, oblanceolado, ovado ou espatulado; flores pediceladas, em geral solitárias, (com cálice campanulado, bilabiado, serício; corola amarela, com estandarte ovalado, arredondado e emarginado no ápice, com indumento serício na base do dorso e nervura central; asas elípticas, glabras; quilha oblonga, serícia) agrupadas (3 a 30) em inflorescências em cacho, terminais; fruto (vagem) linear-oblongo, com 2 a 6 sementes.
Tipos biológicos: Fanerófito; Caméfito;
Família: Fabaceae.
Distribuição: Península Ibérica; Norte de Marrocos (montanhas do Atlas) e Sudoeste de França (Pirinéus). Em Portugal ocorre apenas no território do Continente, em zonas montanhosas de regiões a Norte do Tejo (Beira Alta, Beira Baixa, Beira Litoral, Douro Litoral, Minho e Trás-os-Montes).
Ecologia/habitat: orlas e clareiras de bosques; terrenos de matos e matagais, a altitudes desde 500 até 2000 m.
Floração: de Maio a Julho.
(Avistamento: Serra da Estrela; 10 - Julho - 2019)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Plantas ornamentais: Amarílis (Amaryllis belladonna)






Amarílis * (Amaryllis belladonna L. **)
Planta perene, bulbosa.
Tipo biológico: geófito
Família: Amaryllidaceae;
Distribuição: Planta originária da África do Sul, introduzida para fins ornamentais em numerosos países em todos os continentes. Introduzida em Portugal ocorre actualmente como espécie cultivada no território do Continente e como espécie cultivada mas também assilvestrada nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Floração (em Portugal): de Agosto a Outubro.
* Outros nomes comuns: Beladona-falsa; Beladona-bastarda; Beladona-do-cabo;  Açucena-da-serra.
** Sinonímia: Amaryllis blanda Ker Gawl.; Amaryllis pallida Delile; Amaryllis pudica Ker Gawl.; Belladonna blanda (Ker Gawl.) Sweet; Belladonna pallida (Delile) Sweet; Belladonna pudica (Ker Gawl.) Sweet; Brunsvigia rosea (Lam.) L.S.Hannibal; Callicore rosea (Lam.) Link; além de  numerosos outros.
(Avistamento: Troviscal (Sertã); 17 - Setembro - 2024)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Hepáticas: Targionia hypophylla





Targionia hypophylla L.
Hepática* talosa, com talo plano, simples ou bifurcado, com tons de verde escuro, que apresenta orgãos reprodutores femininos sob a forma de cápsulas globosas, negras, instaladas na extremidade dos talos, característica que permite distingui-la de outras espécies de hepáticas, com alguma facilidade.

Como é de norma para a generalidade das hepáticas, também esta espécie se instala em locais húmidos, embora suporte ambientes temporiamente secos. Daí que possa ser observada em paredes, muros e fendas de rochas, em locais sombreados.
Esta hepática ocorre em Portugal, como espécie autóctone, quer no território do Continente, quer nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Classificação científica:
Reino: Plantae;
Sub-reino: Embryophyta;
Superdivisão: Bryophyta sensu lato;
Divisão: Marchantiophyta ou Hepaticophyta;
Classe: Marchantiopsida;
Ordem: Marchantiales;
Família: Targioniaceae;
Género: Targionia;
Espécie: T. hypophylla.

* Nota: Sobre plantas hepáticas, o visitante dispõe aqui de um breve resumo, obviamente, muito simplificado.
(Avistamento: Almada; 28 - Janeiro - 2025)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Teline linifolia









Teline linifolia (L.) Webb in Webb & Berthel *

Arbusto inerme, com copa arrendondada, densamente ramificado, podendo atingir até 4 m de altura. Com caules e ramos com revestimento aveludado, quando jovens; folhas sésseis, trifoliadas, com folíolos lineares; flores amarelas, com cálice aveludado e com corola formada por estandarte densamente sedoso, tal como a quilha; asas glabras; frutos (vagens) densamente pilosos, negros na maturação, com 1 a 3 cm de comprimento e com 2 a 8 sementes.
Tipo fisionómico: fanerófito;
Família: Fabaceae;
Distribuição: planta originária da Região Mediterrânea Ocidental (Itália, França e Espanha, na Europa; Argélia e Marrocos em África). Ocorre na Austrália e Nova Zelândia, como espécie introduzida para fins ornamentais e ali naturalizada.
Também ocorre em Portugal, figurando no portal da SPBotânica (Flora.on), como espécie autóctone, classificação que, no entanto, não parece compaginável com o facto de no referido Portal só haver registo da ocorrência da espécie em 2 quadrículas, quando é certo que se trata de planta com sementes com fácil dispersão e germinação.
Floração em Portugal: de Fevereiro a Maio.
* Sinonímia: Genista linifolia L. (Basónimo); Cytisus linifolius (L.) Lam.
(Avistamentos: Feijó - Almada; Fevereiro, Março e Junho - 2024)

Fallopia baldschuanica

 





Cascata ou Cordão-prateado [Fallopia baldschuanica (Regel) Holub. *]
Planta trepadeira, lenhosa, podendo  atingir até 10 metros de comprimento ou, eventualmente, até mais, em condições particularmente favoráveis. Apresenta folhas pecioladas, cordadas na base e pontiagudas no ápice; flores brancas ou rosadas, dispostas em fascículos, por sua vez, agrupados em inflorescências em panícula mais ou meno densa; frutos: aquénios alados, negros, lisos. 
Tipo biológico: Fanerófito;
FamíliaPolygonaceae.
Distribuição: Planta originária da Ásia, introduzida e naturalizada em várias outras regiões do globo. Em Portugal ocorre como espécie introduzida, com o estatuto de planta invasora, incluída na Lista Nacional de Espécies Invasoras (fonte)
Floração em Portugal: de Maio a Outubro.
* Sinonímia:Bilderdykia aubertii (Louis Henry) Moldenke; Bilderdykia baldschuanica (Regel) D. A. Webb; Fagopyrum baldschuanicum (Regel) H. Gross; Fallopia aubertii (Louis Henry) J. Holub; Polygonum aubertii Louis Henry; Polygonum baldschuanicum Regel; Reynoutria aubertii (L. Henry) Moldenke; Reynoutria baldschuanica (Regel) Mold.; Reynoutria baldschuanica (Regel) Shinners; Tiniaria aubertii (Henry) Hedb. ex Janchen; Tiniaria baldschuanica (Regel) Hedb. ex Janchen

(Avistamento: Castro Daire; 18 - Agosto - 2017)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Inaugurando a época das orquídeas: Salepeira-grande (Himantoglossum robertianum)






Salepeira-grande [Himantoglossum robertianum (Loisel.) P. Delforge *]
Outras imagens + informação: aqui.
*Sinonímia: Orchis robertiana Loisel.; Barlia robertiana (Loisel.) Greuter
[Avistamento: Pedreiras (Sesimbra) - Parque Natural da Arrábida; 2 - Janeiro - 2025]