terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Serralha-macia-de-folha-alongada (Sonchus tenerrimus)




Serralha-macia-de-folha-alongada (Sonchus tenerrimus L.)
Erva anual ou bienal, com caule erecto, ramificado e folhoso, com 20 a 80 cm de altura; folhas penatissectas com "divisões (...) bruscamente contraídas na base" (fonte), característica que permite distinguir esta espécie da sua congénere (bem mais comum) Sonchus oleraceus, a vulgar e bem conhecida Serralha. Apresenta flores liguladas, em tons de amarelo vivo, agrupadas em capítulos longamente pedunculados. Frutos (cipselas) providos de papilho formado por pêlos brancos, estrutura que facilita a dispersão das sementes pelo vento.
Tipo biológico: terófito ou hemicriptófito.
Família: Asteraceae (Compositae)
Distribuição: Região Mediterrância e Macaronésia, mas, neste caso, limitada aos arquipélagos da Madeira e das Canárias. Introduzida e naturalizada nas Américas e na Austrália.
Em Portugal ocorre como espécie autóctone no território do Continente e na Madeira e como planta introduzida no arquipélago dos Açores.
Ecologia/habitat: planta ruderal, encontra-se em campos cultivados e incultos, em bermas de estradas e caminhos.
Floração: ao longo de quase todo o ano, mas com maior intensidade de Fevereiro a Julho.
(Avistamento: Parque da Paz - Almada; 4 - Dezembro - 2019)

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Gamochaeta coarctata





Gamochaeta coarctata (Willd.) Kerguelen *
Erva anual ou bienal, podendo atingir até cerca de 15 cm de altura; folhas basais dispostas em roseta, com cerca de 3 cm de comprimento, com margens inteiras algo onduladas, obtusas no ápice; as caulinares semelhantes, mas menores, dispersas; flores agrupadas (3 a 4) em pequenos capítulos (2 a 3 mm de diâmetro) com invólucro formado por várias camadas de brácteas de cores variadas, desde verdes a arroxeadas; flores não liguladas.
Tipos biológicos: terófito; hemicriptófito;
Família: Asteraceae (Compositae)
Distribuição: planta originária da América do Sul, entretanto introduzida na Europa, Ásia, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.
Habitat: em Portugal ocorre sobretudo em parques e jardins, devido, presumo, à presença de sementes da espécie incluídas nas misturas usadas no arrelvamento dos locais indicados, locais onde a planta dá mostras de comportamento algo invasor.
* Sinonímia: Gnaphalium coarctatum Willd.; Gamochaeta spicata (Lam.) Cabrera
(Avistamento: Parque urbano de Almada; 14 - Maio - 2018)

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Trevo-amarelo (Trifolium campestre)




Trevo-amarelo ou Trevão (Trifolium campestre Schreb.)

Erva anual, com pilosidade variável, com caules erectos ou ascendentes, podendo atingir até 50 cm; folhas alternas, estipuladas, pecioladas, trifoliadas, com folíolos obovados ou elípticos, peciolulados, sinuado-dentados, obtusos, truncados ou emarginados no ápice; estípulas lanceoladas, agudas, membranáceas, glabras ou glabrescentes ou ciliadas; inflorescências axilares, subcilíndricas ou obovóides, com 7 a 10 mm de diâmetro, na floração; flores com corola amarela com estandarte estriado, curvado no ápice; frutos (vagens) incluídos no cálice, indeiscentes, com 1 semente.
Tipo biológico: terófito;
Família: Fabaceae (Leguminosae);
Distribuição: Europa, Sudoeste da Ásia, Noroeste de África. Introduzido em vários outros países e regiões, incluindo a América do Norte.
Em Portugal ocorre, como planta autóctone em todo o território do Continente e, como espécie introduzida, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: prados e pastagens anuais; terrenos incultos, bermas de estradas e caminhos, a altitudes até 1800m.
Floração: de Março a Setembro.
(Avistamento: Parque da paz - Almada; 30 - Abril - 2016)

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Cípero-de-jardim (Cyperus involucratus)

Cípero-de-jardim (Cyperus involucratus Rottb.)

Erva perene, rizomatosa, com caules cilíndricos que podem atingir até 130 cm de altura; folhas reduzidas a bainhas; inflorescência terminal em antela composta, com numerosos raios que se subdividem em (até 14) raios secundários terminando estes em fascículos, geralmente com 2 a  4 espiguetas, cada com 10 a 30 flores. As brácteas (em número até 14) formam uma espécie de invólucro com função clorofílica ultrapassando, em comprimento, a própria inflorescência.
Tipo biológico: geófito;
Família: Cyperaceae;
Distribuição: Planta originária da região tropical de África, introduzida como planta ornamental noutros países e regiões, onde acabou por se naturalizar, como aconteceu em Portugal, onde surge sobretudo nas margens e em leitos de (pequenos) cursos de água, tendo, frequentemente, origem em restos  provenientes da  limpeza de jardins.
Floração (em Portugal): de Abril a Outubro.
[Avistamento: Ribeira da Enxurrada - Trafaria (Almada); 31 - Maio - 2023]

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Giesta-dos-jardins (Spartium junceum)

 

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Giesta-dos-jardins (Spartium junceum L.)
Arbusto com caules até 3 m de altura, com copa larga e algo irregular, com ramos cilíndricos, junciformes, verdes; folhas com caducidade precoce, glabras na página superior, serícias no verso; inflorescências em cacho, com 5 a 28 flores aromáticas, com cálice unilabiado, glabrescente, persistente na frutificação e corola amarela com estandarte glabro, com ápice mucronado e unha muito curta; asas com 16-24 x 7-10 mm e quilha com 20-30 x 5,5 mm; fruto comprimido com 60-120 x 6,5-8 mm, com margens grossas, serício quando jovem, glabrescente na maturação.
Tipo biológico: fanerófito;
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Distribuição: Sul da Europa, Norte de África, Turquia, Próximo Oriente e Macaronésia, entretanto introduzida  no Sul da Grã Bretanha, América do Norte e América do Sul; Sul de África e Austrália
Em Portugal ocorre como espécie introduzida para fins ornamentais e, a seguir, naturalizada, estando, actualmente, presente em grande parte do território do Continente, bem como no arquipélago dos Açores.
Ecologia/habitat: barrancos húmidos, margens de rios e de outros pequenos cursos de água, a altitudes até 1000 e frequentemente, como é o caso de Portugal, à beira de estradas e nas proximidades de zonas habitadas.
Floração: de Abril a Julho.
[Avistamentos: Ponta dos Corvos (Seixal); 12 - Maio - 2023 (fotos 3,4,7,8 e 9); Fernão Ferro (Seixal); 23 - Maio - 2018 (fotos 1, 2, 5 e 6)]

sábado, 11 de novembro de 2023

Vulnerária-amarela (Anthyllis vulneraria subsp. sampaioana)







Vulnerária-amarela [Anthyllis vulneraria subsp. sampaioana (Rothm.) Vasc. *]
Erva perene; caules com 10 a 35 cm de altura, ascendentes ou erectos, simples ou pouco ramificados, hirsuto-vilosos na base, com indumento aplicado, na metade ou no terço superior; folhas com folíolos glabros ou glabrescentes na página superior, vilosos no verso; as basilares com 5 a 9 folíolos, de elípticos a ovais, com o terminal maior que os laterais; as caulinares com 9 a 13, os laterais aproximadamente iguais entre si e o terminal igual ou pouco maior; flores, com 14 a 18 mm, agrupadas em glomérulos com 25 a 35 mm de diâmetro, solitários ou dispostos 2 a 3 em grupos axilares; cálice das flores de cor geralmente uniforme, por (raras) vezes com o ápice do lábio superior tingido de púrpura; corola com estandarte amarelo ou amarelo-pálido; fruto giboso na base, com estípite com 2 a 3 mm; sementes, reniformes, lisas.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Distribuição: Alpes ocidentais; Norte e Noroeste da Península Ibérica.
Em Portugal é dado como ocorrendo apenas em Trás-os-Montes e Beira Alta.
Ecologia/habitat: prados e outros terrenos de pastagem mesófilos ou xerófilos; socalcos e taludes em encostas com boa exposição solar, frequentemente em solos derivados de rochas ultrabásicas, a altitudes desde 400 a 1500 m.
Floração: de Maio a Julho.
* Sinonímia: Anthyllis sampaioana Rothm. (Basónimo);
[Avistamento: Castrelos (Bragança); 19 - Junho 2019]

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Plantas ornamentais: Solandra maxima

 




Solandra maxima (Sessé & Moc.) P.S.Green
Arbusto trepador, podendo atingir até cerca de 10/12 m de comprimento, usado como planta ornamental atendendo à suas flores com grandes dimensões (cálice com 5 a 8 cm de comprimento e corola infundibuliforme, com tons de amarelo variáveis ao longo da sua duração, com 15 a 24 cm de comprimento e com 8 a 15 cm de diâmetro), apresentando folhas coriáceas com superfície brilhante sobretudo na página superior, também interessantes do ponto de vista ornamental.
Tipo biológico: Fanerófito;
Família: Solanaceae;
Distribuição: Planta originária da América do Sul, América Central e México, introduzida noutras partes do globo para fins ornamentais.
Floração: ao longo de quase todo o ano, embora com intensidade variável.
Toxicidade: é considerada como planta tóxica. 
[Avistamento: Murfacém - Trafaria (Almada); 7 - Novembro - 2023]

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Hipericão-estriado (Hypericum linariifolium)




Hipericão-estriado, ou hipericão-de-folha-estreita (Hypericum linariifolium Vahl)

Erva perene, glabra, com 30 a 80 cm. Apresenta caules lisos, por vezes, com ramos estéreis; folhas semi-amplexicaules, decussadas, revolutas, de lineares a estreitamente elípticas, obtusas, geralmente sem glândulas translúcidas, mas com glândulas pretas laminares e marginais; flores hermafroditas; pedicelos florais com 2 a 9 mm; brácteas claramente distintas das folhas, com glândulas marginais pretas, sésseis ou pediceladas; sépalas (5) com 2 a 6 mm, de lanceoladas a ovado-elípticas, com glândulas negras laminares e marginais, sésseis ou não; pétalas (5) amarelas, com 8 a12 mm, com ou sem nervação avermelhada, com glândulas negras marginais sésseis ou pediceladas curtas, pontilhadas ou lineares; fruto em forma de cápsula ovóide; sementes castanho-escuras, brilhantes.
Em Portugal, tal como em toda a Península Ibérica, são reconhecidas duas variantes: a típica (Hypericum linariifolium var. linariifolium Vahl) e a designada por Hypericum linariifolium var. parviflorum Lange. A típica apresenta sépalas com 4 a 6 mm, agudas, com glândulas negras marginais pediceladas ou subsésseis e pétalas com 8,5 a 12 mm, com nervação avermelhada, ao passo que na var. parviflorum, as sépalas (subobtusas) não não vão além dos 2 a 4 mm, não tendo glândulas pediceladas, mas apenas sésseis e subsésseis e as pétalas, com 8 a 9 mm, em geral, não apresentam nervação avermelhada.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Hypericaceae
Distribuição:  a espécie ocorre no Oeste da Europa e na Madeira.
No que respeita a Portugal, está presente, não apenas na Madeira, mas também em todo o território do Continente. A var. parviflorum tem, no entanto, uma distribuição bem mais limitada, pois ocorre apenas em Portugal (Beira Alta, Beira Baixa,  Beira Litoral, Minho, Estremadura e Ribatejo) e em Espanha (província de Orense), tratando-se, pois, de um endemismo ibérico. 
Ecologia/habitat: clareiras de matos, pastagens, em terrenos rochosos e/ou pedregosos, em solos ácidos e secos, a altitudes até 2300 m. 
Floração: de Abril a Agosto.
[Avistamento: Póvoa de Rio de Moinhos (Castelo Branco); 5 - Maio - 2022]

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Plantas ornamentais: Açafrão-da-Cochinchina (Curcuma alismatifolia)

 

Açafrão-da-Cochinchina * (Curcuma alismatifolia Gagnep.)
Erva rizomatosa, perene, com porte erecto, podendo atingir até cerca de 60 cm de altura; folhas verdes com limbo largo, longo, com ponta aguda, com nervuras bem visíveis; inflorescência única e terminal que surge no topo de um escapo suficientemente alto para a tornar visível por entre a folhagem; flores diminutas de cor amarela, lilás ou violeta, protegidas, na parte inferior, por brácteas verdes, pouco vistosas e na parte superior por outras brácteas, estas, ao invés, bem coloridas, rosadas, com o ápice tingido com outras cores, desde brancas, azuladas ou avemelhadas, consoante as respectivas variedades.
Tipo biológico: geófito
Família: Zingiberaceae;
Distribuição: espécie originária da Ásia (Laos, Tailândia e Cambodja) entretanto introduzida e cultivada noutros países, como planta ornamental.
A floração decorre geralmente ou, pelo menos, com maior intensidade, ao longo de todo o Verão.
* Outros nomes comuns: Tulipa-de-verão; Tulipa-de-Sião.
(Avistamento: Sertã; 31 - Outubro - 2023)

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Pimenteira-bastarda (Schinus molle)



Pimenteira-bastarda ou Pimenteira-americana (Schinus molle L.)
Árvore perenifólia, resinosa, com até 15 m de altura, com copa larga e arredondada, com ramos pendentes; tronco rugoso; folhas compostas, paripinadas ou imparipinadas, com 11 a 47 folíolos opostos, sésseis, linear-lanceolados; inflorescência racemiforme, com 10 a 20 cm que surge na ponta dos ramos, pendente, muito ramificada, pouco densa; flores com 3 a 5 mm, femininas e masculinas, de amarelo-esbranquiçado ou verdoso; fruto (drupa) com 6 a 8 mm de diâmetro, de cor rosada ou avermelhada, brilhante, que se desprende facilmente, depois de seco.
Tipo biológico: fanerófito;
Família: Anacardiaceae;
Distribuição: planta nativa da América do Sul (Peru, Equador, Bolívia e Chile), naturalizada no México.
Introduzida na Península Ibérica encontra-se "eventualmente naturalizada" no leste e na metade sul peninsular, incluindo em Portugal, no Alto Alentejo (Fonte), sendo, porém certo que a espécie não figura na Checklist da Flora de Portugal. Certo, certo, é que a planta é cultivada e usada em Portugal para fins ornamentais.
Floração (em Portugal): de Maio a Agosto.
Observação: nos países de origem, os frutos, depois de moídos, são usados como condimento em culinária, em substituição da pimenta (preta ou branca). Daí, suponho, a designação de Pimenteira-bastarda.
(Avistamento: Parque da Paz - Almada)