quarta-feira, 31 de julho de 2013

Arabis glabra

 






Arabis glabra (L.) Bernh. *
Erva anual, ou vivaz (tipo fisionómico:  Hemicriptófito) com caule erecto (60 a 200cm), simples ou ramificado, sobretudo nas proximidades da inflorescência, pubescente na base do caule e nas folhas basilares (estas, marcescentes na floração) e glabra na partes restantes. Inflorescência em cacho que pode comportar entre 20 e 100 flores.
Distribuição: Planta subcosmopolita, considerada nativa de grande parte da Europa e da Ásia, Norte de África e América do Norte e naturalizada noutras regiões do globo.
Em Portugal, a espécie não é aparentemente muito comum, embora localmente possa ser abundante (como nos locais onde as fotos supra foram obtidas) e, segundo a Flora Ibérica, a sua ocorrência está limitada à Beira Alta e Trás-os-Montes.
Habitat: terrenos incultos e relvados com humidade moderada, em locais mais ou menos sombrios, com frequência na orla de bosques, designadamente, de carvalho-negral (Quercus pyrenaica), a altitudes entre 650 e 1800m.
Floração: de Maio a Julho.
* Sinónimo: Turritis glabra L. (basónimo)
(Local e datas: Rapoula do Côa - Sabugal; 16/19 - Junho - 2013)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Estevão (Cistus populifolius subsp. populifolius)







Estevão, ou Lada (Cistus populifolius L. subsp. populifolius)
O Cistus populifolius é um arbusto da família Cistaceae, com 80 a 200cm de altura, de que se conhecem duas subespécies: C. p. populifolius  e C. p. major, apresentando aquele inflorescência geralmente glabra, folhas com margem lisa ou levemente ondulada e limbo cerca de 2 vezes mais comprido do que largo, ao passo que no C. p. major, a inflorescência apresenta abundantes pêlos compridos, tendo folhas com margens claramente onduladas. Diferem também, parcialmente, no que respeita à distribuição geográfica: o C. p. populifolius distribui-se pela Península Ibérica e sul de França, enquanto que o C. p. major ocorre na parte sul da Península Ibérica e no norte de Marrocos.
Em Portugal, o C. p. populifolius ocorre no Algarve, Alto e Baixo Alentejo, Estremadura,  Beira Baixa, Beira Alta, Beira Litoral e Trás-os-Montes, ao passo que a distribuição do C. p. major está limitada ao território a sul do Tejo.  
Habitat: é uma espécie menos heliófila que o Cistus ladanifer (a vulgar Esteva, presente em algumas das imagens supra) pelo que, partilhando embora em parte o habitat desta espécie, prefere as zonas mais sombrias e os terrenos mais frescos, em locais de clima não muito frio. É uma espécie calcífuga, com ocorrência mais frequente em solos argilo-xistosos.
Floração: de Março a Julho.
(Local e data: Troviscal - Sertã; 11  - Maio - 2013)
(Clicando nas imagens, amplia)

sábado, 20 de julho de 2013

Sabugueirinho ( Sambucus ebulus)






Sabugueirinho * (Sambucus ebulus L. )
Pertencendo o Sabugueirinho à mesma família (Adoxaceae) e ao mesmo género (Sambucus)  não se pode dizer que aquele não consegue disfarçar o seu bem próximo parentesco com o assaz comum Sabugueiro (Sambucus nigra . E disfarça-o tão bem ou tão mal que, tendo-o já visto em fotografias onde aparecia identificado, fui incapaz de o identificar quando avistado na natureza. Sem a ajuda de Miguel Porto, ainda a estas horas não lhe saberia dar o nome.
O disfarce resulta do facto de se tratar de uma planta herbácea, vivaz, provida de rizoma estolhoso, cujos caules, erectos, geralmente não ramificados, raramente ultrapassam 1,5 m de altura, apresentando, pois, um "hábito" bem distinto do Sambucus nigra, arbusto, ou pequena árvore que, quando cultivado, pode atingir até 10m de altura.
Distribuição: Região Mediterrânica, centro e leste da Europa e oeste da Ásia. Naturalizado na Madeira. Em Portugal continental é considerado pela Flora Ibérica, como  planta rara, dando-a como existente apenas no Algarve, Alto Alentejo e Trás-os-Montes, regiões a que acrescento, por minha conta, a Beira Alta, pois foi em terras desta região que as fotografias supra foram obtidas. 
Habitat: orlas de bosques caducifólios, geralmente ribeirinhos, margens de cursos de água, com preferência por solos argilosos ou calcários.
Floração: de Junho a Agosto.
* Outros nomes comuns: Sabugueiro-anão; Ébulo; Engos; Erva-de-São-Cristovão.
(Local e datas: Sabugal; 27/29 - Junho - 2013)

Lugar onde:

Ao publicar esta fotografia do Castelo do Sabugal não quero significar que o "Sabuguerinho" se tenha acolhido no interior dos muros do castelo. Estou apenas a dizer que viceja por ali muito perto, nas margem direita do Rio Côa, onde o castelo também está "plantado".

terça-feira, 16 de julho de 2013

Em "peregrinação" pelas serras da Estrela e do Açor







Pólio, ou Pólio-montano (Teucrium salviastrum Schreb.)  
Mais uma planta que, à semelhança da publicada no "post" anterior, também aprecia as alturas.Trata-se de um endemismo português que ocorre apenas nas zonas de montanha do centro do país. 
Habitat: em terrenos pedregosos de encostas com maior ou menor declive, por entre matagais pouco densos e matos rasteiros e em  fendas e noutros espaços entre rochas, a altitudes entre 900 e 1800m.
Apresenta-se sob a forma de um pequeno arbusto (tipo fisionómico: caméfito) com 15 a 30 cm de altura, com caules erectos,  formando frequentemente mouchões que é uma boa forma de resistir aos ventos e ás temperaturas baixas frequentes nas regiões onde se desenvolve; folhas com pêlos glandulosos; e flores com corola (9-12mm) bilabiada, rosada. 
Floração: de Junho  a Agosto.
[Locais e data: as fotos foram obtidas na mesma data (30 - Junho - 2013) no Monte do Colcurinho (Serra do Açor) à altitude aproximada de 1242m e na Serra da Estrela a uma altitude entre os 1500 e os 1600m.]
(Clicando nas imagens, amplia)

Lugares onde:
 (Capela de N. S. das Necessidades no cimo do Monte do Colcurinho)

(A Serra da Estrela avistada do alto do Monte do Colcurinho)

sábado, 13 de julho de 2013

"Humilde", mas com a mania das alturas

 








 Jurinea humilis (Desf.) DC.
Erva vivaz, rizomatosa (tipo fisionómico: geófito) da família Asteraceae. Planta rasteira, acaule ou provida de uma haste floral com escassos centímetros que mal se distingue por entre as folhas que a envolvem. 
Distribui-se pela Península Ibérica, Sul de França e Noroeste de África (Argélia e Marrocos). Em Portugal é planta tida como rara, com distribuição limitada às zonas montanhosa do Centro do país.
Habitat: Clareiras de matos baixos e prados de montanha, em locais a altitudes superiores a 1200 m, sobre substratos xistosos. 
Floração: Junho e Julho
(Local e data: Serra do Açor; 14 - Junho - 2013)

Lugar onde:
Em grande plano, o marco geodésico que me serviu de referência para chegar ao local, por caminhos pouco recomendáveis, servindo-me das indicações deixadas aqui, pela Maria Carvalho, a quem fico a dever mais este favor.

E já agora, fiquem também com as "vistas" da Jurinea e verifiquem como ela aprecia as alturas.



quinta-feira, 11 de julho de 2013

Alcar (Tuberaria lignosa)




Alcar * [Tuberaria lignosa (Sweet) Samp.]  **
Erva rizomatosa, perene (tipo fisionómico: hemicriptófito) da família Cistaceae, com cerca de  40cm de altura, de base lenhosa geralmente ramificada formando toiças; com folhas de obovado-lanceoladas a elípticas, subglabras na página superior e tomentosas na página inferior, com sulcos longitudinais bem visíveis, concentradas, em grande medida, na base onde se dispõem em roseta basal; com talos floríferos com 20 a 30cm, dispondo-se as flores com cerca de 3 cm de diâmetro, com corola amarela e estames com filetes de igual cor (pormenor que, segundo o portal Flora.On, a distingue da congénere Tuberaria globulariifolia que tem estames com filetes negros) em cimeiras pouco densas.
Distribuição:  Oeste da Europa e da Região Mediterrânica; e Canárias. Em Portugal distribui-se, de forma irregular e descontínua por todo o território do Continente, não sendo, aparentemente, muito vulgar.
Habitat: clareiras de matos baixos, orlas de bosques e bermas de  caminhos, sobre solos ácidos.
Floração: de Abril a Julho
*Outras designações comuns: Alcária; Erva-das-túberas; Sargacinha.
**Sinonímia:  Xolantha tuberaria (L.) Gallego, Muñoz Garm. et C. Navarro 
(Local e datas: Serra de Malcata; 20/24 - Junho - 2013)

terça-feira, 9 de julho de 2013

Erva-contra-venenos (Vincetoxicum nigrum)






Erva-contra-veneno *(Vincetoxicum nigrum (L.) Moench **
Erva rizomatosa, perene, (tipo fisionómico: hemicriptófito) da família Apocynaceae, com caules ascendentes, pubescentes (com pêlos curtos e macios) e volúveis que podem alcançar mais de 2 m de comprimento; folhas opostas, inteiras, geralmente lanceoladas, mas vagamente cordiformes na base, também pubescentes, sobretudo na margem e ao longo das nervuras; flores com corola composta por lóbulos triangulares de cor castanha-arroxeada escura, tal como a coroa, dispostas (4 a 16) em cimeiras pedunculadas, axilares ou terminais.
Distribuição: Originária do Sudoeste europeu, mas entretanto introduzida noutras regiões do Globo, designadamente na América do Norte, onde ganhou o estatuto de planta invasora.
Ocorre também em Portugal, estando presente, segundo a Flora Ibérica, no Alto e Baixo Alentejo, Ribatejo, Beira Litoral, Minho e Trás-os-Montes, regiões a que há que acrescentar, pelo menos, as terras da Beira Alta onde fotografias supra foram obtidas.
Habitat: margens de rios e de outros cursos de água e sob coberto de bosques e matagais.  
Floração: de Abril a Agosto.
*Presumo que o nome comum mais não é do que a tradução para vernáculo da expressão "Vincetoxicum" que, à letra, se pode traduzir por "vence-veneno". Se  vence ou não, confesso que não sei. 
** Sinonímia; Asclepias nigra L (Basónimo); Cynanchum louiseae Kartesz & Gandhi.
(Local e data: Rio Côa, entre Valongo e Seixo do Côa (concelho do Sabugal); 27 . Junho . 2013) 
(Clicando nas imagens, amplia)

Lugar onde:
 (Rio Côa, fotografado da Ponte que liga Seixo do Côa a Valongo)