Erva-das-lamparinas *(Ballota nigra L.)
Erva vivaz (tipo biológico: hemicriptófito) com caules (15 a 80cm) com indumento de pêlos simples, curtos e retroflexos; folhas pecioladas, de ovadas a orbiculares, dentadas (com dentes largos e arredondados); inflorescência formada por verticilos, cada um com 4 a 48 flores, estas com corola bilabiada de cor creme, por vezes, branca, com o lábio superior recto e erecto, com pêlos numerosos na face superior e lábio inferior com três lóbulos: o central, em geral, bilobulado; os laterais muito menores.
Família: Lamiaceae:
Distribuição: Europa; Sudoeste da Ásia; Região Mediterrânica;
Em Portugal ocorre, quer como espécie autóctone (no território do Continente, em particular nas regiões a norte do Tejo e no arquipélago da Madeira), quer como espécie introduzida (nos Açores).
Ecologia/habitat: locais húmidos e nitrificados, nas margens de cursos de água e em prados sombrios, a altitudes até aos 1500m. Indiferente à natureza do solo.
Floração: de Maio a Novembro.
* Outros nomes comuns: Marroio-negro; Erva-dos-pavios; Balota;
Observações:
1. Tradicionalmente considerava-se existirem na Península Ibérica duas subespécies de Ballota nigra, além da nominal, com as designações de B. n. foetida e de B. n. uncinata. No entanto, para a Flora Iberica, as diferenças não justificam a distinção, pois as existentes são explicáveis no âmbito da variação normal da espécie.
2. As expressões "Erva-das-lamparinas" e "Erva-dos-pavios", tiveram origem no facto de as peças florais da planta, depois de secas, terem servido de pavio nas lamparinas de azeite que alumiavam, antes da chegada da electricidade, o local (em geral, a capela-mor) onde nas igrejas das aldeias se guardavam as hóstias consagradas (o "Santíssimo Sacramento", na terminologia canónica).
(Local e data: concelho de Bragança; 25 - Junho - 2015)