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Leite-de-galinha * (Ornithogalum concinnum (Salisb.) P. Cout.?)
Plantas fotografadas em três locais diferentes, mas que são todas elas, suponho eu, da mesma espécie.
Avistei a primeira, em 17 de junho deste ano, isolada, na encosta do Cântaro Raso (Serra da Estrela) à beira da estrada (fotos 1 e 2) e ao observá-la, tendo na lembrança imagens vistas anteriormente, pensei estar em presença da espécie Ornithogalum broteroi, ideia que só abandonei ao ler aqui que esta espécie não tem mais que uma folha, não sendo este o caso das plantas acima reproduzidas. Forçado a novas pesquisas, acabei por chegar à conclusão (?) de que a espécie em questão não poderia ser outra que não fosse a indicada em título.
Ainda na Serra da Estrela e na mesma data, uns quilómetros mais abaixo (por estrada) em direcção à Covilhã, numa zona relativamente plana, afastada da estrada, a altitude entre os 1200 e os 1300m, encontrei, não uma planta isolada, mas mais duma dezena beneficiando da sombra duma rocha arredondada, formando quase um círculo completo à volta dela (fotos 3 e 4).
Dias depois, em 24 do mesmo mês, fui encontrar vários outros exemplares mesmo junto à nascente do Rio Côa (à altitude de 1175m) na Serra das Mesas (elevação de natureza granítica integrada geomoforlogicamente na Serra de Malcata, onde esta, por sinal, atinge a sua maior altitude - 1256m - situada na freguesia de Fóios, concelho do Sabugal e a que é atribuída localmente aquela designação) (fotos 5 e 6).
Já vai longa a descrição da excursão, pelo que é altura de olhar para a planta:
Partindo do pressuposto que a identificação supra está correcta, a distribuição da espécie, segundo a Flora Digital de Portugal está limitada a Portugal. Porém, de acordo com a Wikipédia em língua espanhola, trata-se dum endemismo ibérico presente nalguns lugares de Portugal e nas regiões mais ocidentais do Sistema Central espanhol. Por sua vez, o "Dias com árvores" considera também a espécie como um endemismo peninsular que "ocorre no noroeste da Península Ibérica e ainda no Cabo da Roca e no litoral de Alcácer do Sal", geralmente "em clareiras de matos e de bosques, sobre solos silícios, em altitudes dos 200 aos 2000m". Acrescentaria eu da minha lavra que também surge, partindo do aludido pressuposto de estar certa a identificação, em relvados húmidos, como é o caso das plantas encontradas junto da nascente do Côa, nascente que, recorda-se, se situa a escassas duas centenas de metros da fronteira luso-espanhola, facto que me leva a concluir que o mais provável é que se trate efectivamente dum endemismo ibérico, até porque a Serra de Malcata se integra no sector mais ocidental da Cordilheira Central da Península.
Floração: de março a julho.
*Compartilha com outras espécies do mesmo género não só a designação comum de Leite-de-galinha, mas também a de Donzelas.
(Se clicar nas imagens, amplia)
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