Mostrar mensagens com a etiqueta Flora portuguesa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Flora portuguesa. Mostrar todas as mensagens

domingo, 29 de setembro de 2024

Lírio-fétido (Iris foetidissima)




 Lírio-fétido *(Iris foetidissima L.)

Planta rizomatosa, perene, da família Iridaceae, pode atingir cerca de um metro de altura, embora, por regra, se fique por dimensões mais modestas, variando entre 30 e 90 cm. É  nativa da Europa ocidental e meridional e do norte de África. Em Portugal ocorre um pouco por todo o país, em zonas de mato e de floresta com boas abertas, em sítios mais húmidos ou menos húmidos, desde que sombrios. Não é, no entanto, uma planta que se encontre com muita frequência.
Deve a sua designação, quer a vulgar, quer a científica ao facto de as folhas emitirem um odor pouco agradável, quando cortadas ou esmagadas. Não obstante, é uma planta que é cultivada e usada como planta ornamental, não  devido às flores que apresentam cores (amarelo e violeta) pouco vivas e mesmo baças, mas sim devido às sementes muito vistosas (vermelho-coral) que permanecem longo tempo nas respectivas cápsulas depois de abertas.
Floresce de Maio a Julho.
*Outro nome comum: Íris-fétida
(Avistamento: Serra de Montejunto; 30  - Junho - 2016) 

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Gilbardeira (Ruscus aculeatus)



A Gilbardeira  (Ruscus aculeatus L.) também designada por Azevinho-menor, Erva-dos-vasculhos e Pica-rato é um subarbusto, da família Ruscaceae, comum na Europa Ocidental, Central e Meridional, bem como no Sudoeste asiático e no Norte de África. Cresce em terrenos secos e arborizados, onde prospera à sombra protectora das árvores. Em Portugal, distribui-se por quase todo o país.
A Gilbardeira também é cultivada como planta ornamental e as suas raízes e rizomas são usadas em fitoterapia, no tratamento de hemorróidas e varizes.
Refira-se, como curiosidade, que as formações que aparentam ser  folhas são, na realidade, expansões do caule, designadas por cladódios, e é nessas formações que despontam as flores e se formam os frutos  (bagas que, depois de maduras, apresentam cor vermelha e cujo consumo não é recomendado, pois podem provocar vómitos, diarreias e convulsões). As folhas encontram-se reduzidas a escamas que passam despercebidas a olho nu.
(Clicando nas imagens, amplia)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Craveiro-do-monte (Simethis mattiazzi)





Craveiro-do-monte, Cravo-do-monte ou Ouropeso [Simethis mattiazzi (Vand.) Sacc.*]

Planta rizomatosa, perene, de caule erecto (20-45 cm); folhas lineares, basais, geralmente mais compridas que a haste floral; flores (brancas na parte interior e de cor púrpura na parte exterior, estames com filamento densamente peloso, na parte média, característico desta espécie, e anteras amarelas) agrupadas em panículas lassas. 
Distribui-se  ao longo dos países ribeirinhos da costa ocidental do Atlântico (noroeste de Marrocos, Portugal, Espanha, França e Sudoeste da Irlanda) e da costa ocidental do Mediterrâneo, desde Espanha até à Itália.
Segundo esta fonte, é uma espécie pouco frequente em Portugal, surgindo em locais graníticos ou areníticos, de solos muito ácidos. Não pondo em causa a informação que, no geral, corresponderá à verdade, certo é que  os exemplares fotografados foram encontrados em clareiras de matas sobre terrenos pedregosos de natureza argilo-xistosa, podendo, pelo menos presumir-se que a sua ocorrência não se limita àquele tipo de solos, até porque, também ao invés da referida informação, foram numerosos (da ordem das centenas) os exemplares que encontrei no mesmo local.
Espécie única do género Simethis, tem sido habitualmente classificada como pertencendo à família Asphodelaceae/Liliaceae. Todavia, esta fonte, com base em análises filogenéticas, enquadra-a na família Xanthorrhoeaceae (subfamília Hemerocallidoideae). (Como é óbvio, não serei eu a resolver a disputatio. O leitor terá que se contentar, tal como eu, com a informação sobre a existência desta divergência.) 
Floração: de Março a Julho.
*Sinónimos: Anthericum mattiazii Vand.; Anthericum planifolium Vand.; Pubilaria mattiazzi (Vand.) Samp.; Simethis bicolor Kunth; Simethis planifolia (L.) Gren. et Godr.
[Local e datas: Troviscal - Sertã; 09 abril - 2011 (fotos 1, 2 e 3); 28 - abril - 2011 (fotos 4 e 5)]
(Clicando nas imagens, amplia) 

domingo, 23 de maio de 2021

Linho-rijo (Linum strictum)


Linho-rijo, ou Linho-estreito (Linum strictum L.)
Erva anual, com caule erecto, geralmente ramificado no terço superior. Pode atingir cerca de 40 cm de altura.
Tipo biológico: terófito;
Família:  Linaceae
Distribuição geral: sul da Europa, norte e leste de África, sudoeste da Ásia e Macaronésia (Madeira e Canárias).
Em Portugal continental ocorre, sobretudo, no centro e sul do território, surgindo em terrenos incultos, em relvados e em clareiras de matos, sobre substrato calcário, ou argilo-arenoso.
Floração: de Abril a Julho.
(Local e data: Murfacém - Trafaria  (Almada); 21 - Maio - 2021)
(Clicando nas imagens amplia)

domingo, 15 de janeiro de 2012

Narcissus calcicola


Narcissus calcicola Mendonça
Planta vivaz, bolbosa, de flores amarelas, da família  Amaryllidaceae que chega aqui ainda fresca, pois acabou de ser colhida fotografada ontem em plena Serra da Arrábida.
É um endemismo português, descrito também por um português (Francisco de Ascensão Mendonça) que ocorre apenas no centro do país (Arruda dos Vinhos, Alvaiázere, serras de Sicó, Aire e Candeeiros) e no sul (Serra da Arrábida e Barrocal algarvio) em terrenos pedregosos calcários e nas fendas de rochas com igual composição. Apesar de a sua distribuição ser limitada, parece não correr risco de extinção, dada a circunstância de a planta surgir, em muitos casos, em locais de difícil acesso, pelo menos na Serra da Arrábida. 
Estranhamente, apesar de ser um endemismo português, não se lhe conhece designação em vernáculo. É só mais um caso da pouca atenção dada ao que é nosso.
Floresce entre janeiro e abril.
(Clicando sobre as imagens, amplia)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Craveiro-das-areias (Armeria pungens)

(1)

(2)

(3)

(4)

 (5)

(6)

(7)
Craveiro-das-areias (Armeria pungens (Link) Hoffmanns & Link *)
Pequeno arbusto da família Plumbaginaceae que pode atingir até cerca de 50 cm de altura, de base lenhosa ramificada, apresentando folhas só basilares, simples, lineares; flores com cinco pétalas rosadas, agrupadas em capítulos no topo de pedúnculos com com cerca de 35 cm, onde persistem durante algum tempo depois de secas.
É uma espécie considerada endémica da Península Ibérica, Córsega (França) e Sardenha (Itália), tendo o seu habitat nas areias e dunas do litoral. Em Portugal ocorre ao longo do litoral a sul do Tejo.
Floração: de março a maio.
*SinonímiaArmeria fasciculata (Vent.) Willd.; Armeria maritima Willd. subsp. pungens (Link) Bernis; Armeria pungens (Link) Hoffmanns. et Link subsp. major (Daveau) Franco; Statice pungens Link (basónimo).
[Local e datas: Praia da Fonte da Telha - Almada; 19 - abril - 2011 (Fotos 1, 2 e 3); 05 - agosto - 2011 (Fotos 4, 5, 6 e 7)]
(Clicando nas imagens, amplia)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Focinho-de-rato (Misopates orontium)

Focinho-de-rato  [(Misopates orontium (L.) Raf.*]

Descrição: Planta herbácea, anual, da família Plantaginaceae, de caule simples ou escassamente ramificado, que pode atingir entre 20 a 50 cm de altura; folhas inferiores opostas, as superiores geralmente alternas, de lineares a oblongo-elípticas, inteiras e com pecíolo curto; flores dispostas em cachos terminais, pouco densos, com corola de 10 a 15 mm, de cor rosa, formada por um tubo terminado em dois lábios, o  superior bilobado e o inferior trilobado; fruto constituído por uma cápsula ovalada, glandulosa e pilosa.
Distribuição: originária do sul da Europa, norte de África, oeste da Ásia e Macaronésia, encontra-se também naturalizada na América do Norte, norte da Europa e Austrália. Em Portugal é uma espécie muito comum.
Habitat: adapta-se a todos os tipos de solos e a todas as espécies de terrenos (cultivados, em pousio, ou incultos, secos e mais ou menos húmidos) desde que, em qualquer dos casos, disponha de boa exposição solar.
Floração: de março a agosto.
*Sinonímia: Antirrhinum orontium L.
(Local e data: Troviscal - Sertã; 12 - junho - 2011)
(Clicando na imagem, amplia)

domingo, 20 de novembro de 2011

Polígono-marítimo (Polygonum maritimum)




Polígono-marítimo, ou Erva-pessegueira-da-praia (Polygonum maritimum L.)

Planta perene, da família Polygonaceae, herbácea, mas lenhosa na base, com caules ramificados desde o colo, de erectos, quando novos, a prostrados no solo, podendo atingir entre 60-80 cm de comprimento. As folhas são carnudas, elípticas, com as margens enroladas, tendo os pecíolos protegidos por estípulas soldadas entre si, formação que é designada por ócrea, de cor castanho-avermelhada na base, hialina na parte restante e que cobre igualmente os pedicelos das flores. Estas, minúsculas (perianto com 3-4mm) surgem nas axilas das folhas, solitárias ou em grupos de 2 a 4.
Distribui-se por todo o hemisfério norte, ao longo das costas marítimas, nas areias das praias, dunas e falésias.
Floração: de março a dezembro.
(Local e data: Costa da Caparica; julho - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

sábado, 19 de novembro de 2011

Lentisco (Phillyrea angustifolia)

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)
Lentisco (Phillyrea angustifolia L.)
Espécie da família Oleaceae, o Lentisco, também designado vulgarmente por Lentisco-bastardo, Cadorno e Aderno-de-folhas-estreitas, é um arbusto muito ramificado, logo a partir do colo, que pode atingir até 3m de altura, com ramos flexíveis; folhas opostas, sempre verdes, lineares a linear-lanceoladas, coriáceas e inteiras;  flores diminutas, com 4 sépalas e igual número de pétalas dum branco-róseo, parcialmente unidas num tubo curto e agrupadas em cachos  axilares; frutos (drupas) semelhantes a pequenas azeitonas (5-6x4,5 mm)  de cor azul-carregado a preto, na maturação.
Distribui-se pela região mediterrânica ocidental e central, ocorrendo em matagais e em clareiras de florestas pouco densas, principalmente sobre solos argilo-xistosos ou argilo-arenosos e a altitudes pouco elevadas.
Floração: de fevereiro a abril.
[Local e datas: Mata Nacional dos Medos - Costa da Caparica; 12 - 03- 2011 (fotos 1, 2 e 3); 14 - 09- 2011 (foto 4); 02- 08 - 2011(foto 5) ; 13 -07-2011 (foto 6)];
(Clicando nas imagens, amplia)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Jacinto-da-tarde (Dipcadi serotinum)

(1)

(2)

(3)

(4)
Jacinto-da-tarde, ou Jacinto-serôdio [Dipcadi serotinum (L.) Medik.*]

Planta herbácea, bulbosa, perene, da família Hyacinthaceae, o Jacinto-da-tarde distribui-se pelo sudoeste europeu, norte de África e Canárias, aparecendo, geralmente, em terrenos rochosos ou arenosos, desde  o litoral até altitudes próximas dos 2000 m. Em Portugal está presente no noroeste, bem como no centro e sul do território do Continente.
Apresenta haste floral com 20-40 cm de altura, folhas (3-5) em roseta basal, lineares, com cerca de 30 cm de comprimento; flores em forma de sino, em número variável (6-23) dispostas, mais ou menos unilateralmente, em espiga pouco densa; frutos sob a forma de cápsula globosa; e sementes escuras e achatadas.
Floração: de fevereiro a maio.
*Sinonímia: Hyacinthus serotinus L.;Uropetalum serotinum (L.) Ker-Gawler
Local e datas: plataforma superior da Arriba Fóssil - Capuchos - Almada; 21- março - 2011 (fotos 1, 2 e 3);  11- abril - 2011 (foto 4)
(Clicando nas imagens, amplia)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Campainhas (Campanula erinus)

 (1)

 (2)

(3)
Campainhas, ou Campânula (Campanula erinus L.)

Herbácea anual da família Campanulaceae, de pequenas dimensões (até 30 cm, que raramente atinge) geralmente ramificada, a partir da base, distribui-se pelo sul da Europa, norte de África, oeste da Ásia e Macaronésia. Em Portugal encontra-se, a crer no mapa aqui consultado, por quase todo o território do continente.  Trata-se, aparentemente de uma espécie pouco exigente, pois é capaz de aproveitar a fenda do topo dum muro de pedra e cimento para ali germinar e para nela se desenvolver até até ao ponto de florir (foto 1), embora não tenha, como é evidente, condições para atingir grande dimensão (no caso, não ia além dos 5-6 cm). Também aparentemente, não aprecia a concorrência, pois apresenta-se, geralmente, isolada, em muros, no meio de rochas ou mesmo entre as pedras dos caminhos.
Floresce a partir de Março. 
(Agradecimentos à Crix, pois a ela devo o ter identificado esta planta que, há uns tempos, tinha guardada nas minhas "reservas")
(Local e data: Encosta junto ao Estuário do Tejo - Fonte da Pipa - Almada; 05 - maio - 2010)
(Clicando nas imagens, amplia)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Teixo (Taxus baccata)




Teixo (Taxus baccata L.)

Planta, da família Taxaceae, que pode revestir a forma de um arbusto (2-3 m) ou de uma árvore (15 - 20 m) com copa em forma de pirâmide muito ramificada, com ramos horizontais ou pendentes, sobretudo na parte terminal. Apresenta folhas perenes, verde-escuro; flores unissexuais masculinas agrupadas na face inferior dos raminhos e as femininas, isoladas e pouco visíveis. A semente com tegumento lenhoso é parcialmente envolvida por uma cobertura carnuda designada por arilo de cor vermelha quando atingida a maturação, a qual  ocorre geralmente em setembro. A floração, por sua vez, decorre entre março e abril. 
Distribui-se por grande parte da Europa, oeste da Ásia e norte de África. Em Portugal ocorre de forma espontânea na Serra do Gerês e na Serra da Estrela e, alegadamente, também na Serra de Montesinho. Na Serra da Estrela, pelo menos, é considerada em perigo de extinção*. (Refira-se a este propósito que, em recente visita efectuada a esta montanha não encontrei mais que dois exemplares: um nas margens do Zêzere, próximo de Manteigas  (objecto das fotografias supra) e outro a ladear o caminho para o Poço do Inferno.)
Prefere solos frescos, geralmente em encostas, a altitudes entre os 500 e os 1500 m. 
É utilizada, com alguma frequência, como planta ornamental.
A planta é tóxica,devido à presença duma substância designada por taxina II**. Esta substância, no entanto, não está presente no arilo vermelho, o qual é utilizado como alimento pelas aves, as quais, por sua vez, servem de instrumento de dispersão das sementes.

(*Há vários factores que contribuem para o referido perigo de extinção: as sementes levam tempo a germinar (dois anos); a espécie é de crescimento lento nos primeiros anos, pelo que os produtores florestais optam facilmente pela sua substituição por árvores de crescimento mais rápido; e a sua toxidade, incluindo para os animais, leva à sua eliminação das pastagens)
(** Como não há bela sem senão (e vice-versa, digo eu) refira-se que desta substância deriva o taxol que é usado no tratamento de algumas espécies de cancros)
(Principais fontes utilizadas na elaboração deste comentário: esta e esta)
(Local e data: Serra da Estrela; 27 - setembro - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

sábado, 8 de outubro de 2011

Açafrão-bravo (Crocus serotinus)





Açafrão-bravo, ou Pé-de-burro (Crocus serotinus Salisb. )
Espécie bolbosa, da família Iridaceae, com 6-12 cm de altura, designada cientificamente por Crocus serotinus Salisb. divide-se, segundo as fontes consultadas, em três subespécies:
Crocus serotinus serotinus;
Crocus serotinus subsp. clusii; e
Crocus serotinus subsp. salzmannii .
Qualquer das subespécies floresce no outono e também todas elas são cultivadas como plantas ornamentais.
(Local e data: relvado nas proximidades da Lagoa Comprida - Serra da Estrela; 27- setembro - 2011) 
(Clicando nas imagens, amplia)

domingo, 25 de setembro de 2011

Marcetão (Santolina rosmarinifolia)





Pequeno arbusto (30-60 cm de altura) da família Asteraceae, apresentando caule com numerosos rebentos (verdes e com consistência herbácea, quando jovens);  flores amarelas reunidas em capítulos densos, terminais e solitários. Em Portugal, a sua presença está limitada à região da Terra Quente e ao Centro Sul (miocénico e arrábido), ocorrendo em matagais pouco densos, com boas clareiras e em encostas pedregosas e mesmo rochosas.
É uma planta cultivada e utilizada em jardins, não só pela exuberância e longo período da sua floração, mas também porque resiste bem à secura.
Floresce de abril a novembro.
Bibliografia: Flores da Arrábida - guia de campo;- José Gomes Pedro - Isabel Silva Santos; ed. Assírio & Alvim (2010)
(Local e data: Serra da Arrábida; maio 2011) 
(Clicando nas imagens, amplia)