terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Arroz-das-paredes (Sedum forsterianum)

 

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)
Arroz-das-paredes (Sedum forsterianum Sm.)

Planta perene, suculenta, glabra,  com raízes finas e abundantes que nascem a partir dos rebentos anuais; caules erectos, com folhas persistentes mesmo depois de secas, podendo atingir até 35 cm; folhas oblongo-lineares, quase planas, mais ou menos carnudas, agudas; flores pentâmeras ou hexâmeras, com pétalas livres em tons de amarelo intenso; estames em número de 10 ou 12, consoante o número de pétalas (5 ou 6); flores agrupadas em inflorescências corimbosas, bracteadas, subglobosas, em geral curvadas para o exterior, antes da fase da antese.
Tipo biológico: Caméfito;
Família: Crassulaceae;
Distribuição: Europa Ocidental.
Em Portugal ocorre, como espécie autóctone, em todo o território do Continente e como espécie introduzida no arquipélago dos Açores. Inexistente no arquipélago da Madeira.
Ecologia/habitat: taludes à beira de estradas e caminhos; orlas e clareiras de bosques e matagais, com frequência em solos arenosos ou pedregosos, a altitudes até 1700m.
Floração: de Abril a Julho.
[Avistamentos: Serra da Estrela; 15 - Junho - 2014 (foto 1); Serra de Montejunto; 13 - Maio 2014 (fotos restantes)]

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Craveiro-do-monte (Simethis mattiazzi)





Craveiro-do-monte, Cravo-do-monte ou Ouropeso [Simethis mattiazzi (Vand.) Sacc.*]

Planta rizomatosa, perene, de caule erecto (20-45 cm); folhas lineares, basais, geralmente mais compridas que a haste floral; flores (brancas na parte interior e de cor púrpura na parte exterior, estames com filamento densamente peloso, na parte média, característico desta espécie, e anteras amarelas) agrupadas em panículas lassas. 
Distribui-se  ao longo dos países ribeirinhos da costa ocidental do Atlântico (noroeste de Marrocos, Portugal, Espanha, França e Sudoeste da Irlanda) e da costa ocidental do Mediterrâneo, desde Espanha até à Itália.
Segundo esta fonte, é uma espécie pouco frequente em Portugal, surgindo em locais graníticos ou areníticos, de solos muito ácidos. Não pondo em causa a informação que, no geral, corresponderá à verdade, certo é que  os exemplares fotografados foram encontrados em clareiras de matas sobre terrenos pedregosos de natureza argilo-xistosa, podendo, pelo menos presumir-se que a sua ocorrência não se limita àquele tipo de solos, até porque, também ao invés da referida informação, foram numerosos (da ordem das centenas) os exemplares que encontrei no mesmo local.
Espécie única do género Simethis, tem sido habitualmente classificada como pertencendo à família Asphodelaceae/Liliaceae. Todavia, esta fonte, com base em análises filogenéticas, enquadra-a na família Xanthorrhoeaceae (subfamília Hemerocallidoideae). (Como é óbvio, não serei eu a resolver a disputatio. O leitor terá que se contentar, tal como eu, com a informação sobre a existência desta divergência.) 
Floração: de Março a Julho.
*Sinónimos: Anthericum mattiazii Vand.; Anthericum planifolium Vand.; Pubilaria mattiazzi (Vand.) Samp.; Simethis bicolor Kunth; Simethis planifolia (L.) Gren. et Godr.
[Local e datas: Troviscal - Sertã; 09 abril - 2011 (fotos 1, 2 e 3); 28 - abril - 2011 (fotos 4 e 5)]
(Clicando nas imagens, amplia) 

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Alface-das-areias (Andryala arenaria subsp. arenaria)







Alface-das-areias [Andryala arenaria subsp. arenaria (DC.) Boiss. & Reut.]
Planta anual, densamente coberta com pêlos estrelados; com raiz aprumada, fibrosa;  caules com 10 a 50 cm, simples ou ramificados; folhas de inteiras a penatissectas; as inferiores oblanceoladas, curtamente pecioladas; as caulinares médias, de ovado-lanceoladas a lanceoladas, sésseis; as caulinares superiores bractiformes; flores amarelas, liguladas, agrupadas em capítulos dispostos em inflorescências corimbiformes, raramente solitários.
Tipo biológico: terófito;
Família: Asteraceae (Compositae)
Distribuição: Sudoeste da Península Ibérica e Noroeste de África (Marrocos)
Em Portugal ocorre apenas no território do Continente (Algarve; Alto e Baixo Alentejo; Estremadura e Beira Litoral)
Ecologia/habitat: terrenos secos e arenosos.
Floração: de Março a Julho.
[Local e data do avistamento: Herdade da Apostiça (Sesimbra); 25 - Maio - 2018]

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Inaugurando a época das orquídeas silvestres



[Himantoglossum robertianum (Loisel.) P.Delforge; Sinónimo: Barlia robertiana (Loisel.) Greute]
Família: Orchidaceae;
(Avistamento: Pedreiras - Sesimbra (Parque Natural da Arrábida); 6 - Janeiro - 2022)
(Clicando nas imagens, amplia)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Saxifraga lepismigena




Saxifraga lepismigena Planellas
Planta perene, com cepa fistulosa, com uma ou várias rosetas, com indumento de glândulas esféricas e outras mais ou menos planas e com pêlos gandulíferos e não glandulíferos; caules floríferos principais erectos, podendo atingir até 60 cm, geralmente com vários caules secundários flexuosos; folhas basais erecto-patentes, inteiras, com pecíolo pouco diferenciado, com contorno entre o obovado e o lanceolado, com dentes em número muito variável (5 a 23); inflorescência em panícula difusa, com ramificação desordenada, com 10 a 100 flores e com propágulos folhosos em número semelhante ao das flores, caducos durante a frutificação; brácteas semelhantes, na forma e no revestimento, às folhas basais, mas de menor tamanho; flores zigomorfas; sépalas ovadas, glabras; pétalas lanceoladas ou linear-lanceoladas, agudas, brancas, três delas com manchas amareladas na base; fruto elipsoidal; sementes com espínulas sobre costas longitudinais.
Tipo biológico: hemicriptóito;
Distribuição: planta endémica da Península Ibérica, confinada ao Noroeste peninsular, com ocorrência limitada em Portugal ao território do Continente e circunscrita à Beira Litoral, Douro Litoral, Minho e Trás-os-Montes.
Ecologia/habitat: locais húmidos ou encharcados tais como margens de ribeiros e outros pequenos cursos de água, turfeiras, lameiros e rochas ressumantes.
Floração: de Abril a Agosto, mas com maior intensidade nos meses de Maio a Julho .
[Avistamento: Serra do Soajo (Parque Nacional da Peneda-Gerês); 24 - Junho - 2018]
(Clicando nas imagens, amplia)

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Ervilhaca-amarela (Vicia lutea subsp. vestita)

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)
Ervilhaca-amarela [Vicia lutea subsp. vestita (Boiss.) Rouy *] 
Erva anual ou perenizante, trepadora, glabrescente ou com indumento ralo de pêlos mais ou menos rígidos; com caules ascendentes ou procumbentes, angulosos, podendo atingir até 50cm; folhas com 6 a 9 pares de folíolos, terminando em gavinha ramificada; folíolos elípticos ou oblongo-elípticos; inflorescências com 1 a 3 flores, com pedúnculo não superior a 2mm; flores com pétalas rosadas, com tons de púrpura; fruto muito comprimido, com 2 a 4 sementes, com revestimento denso de pêlos (6 a 10 por mm2) sedosos ou hirsutos, de início adpresos, erectos na maturação; sementes esferoidais ou ovóides, ligeiramente comprimidas, lisas, de cor castanha, mais ou menos acentuada.
Tipo biológico: terófito ou hemicriptófito;
Família: Fabaceae (Leguminosae)
Distribuição: Sudoeste da Europa; Ásia Menor e Noroeste de África.
Em Portugal ocorre como planta autóctone, quer no Continente (Algarve; Alto e Baixo Alentejo; Estremadura e Beira Litoral), quer no arquipélago da Madeira. Inexistente no arquipélago dos Açores.
Ecologia/habitat; campos agrícolas, terrenos de pastagem, bermas de caminhos, orlas e clareiras de matos, a altitudes até 900m.
Floração: de finais de Fevereiro a princípios de Junho.
* Sinonímia: Vicia lutea Boiss. (Basónimo)
[Avistamentos: Setúbal (arredores do estuário do Sado); 25 - Fevereiro - 2016 (fotos 1 a 4); Murfacém - Trafaria (Almada); 25 - Abril - 2021 (foto 5)]
(Clicando nas imagens, amplia)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Grizandra (Diplotaxis catholica)








 Grizandra [Diplotaxis catholica (L.) DC. *]

Erva anual, inodora, com raiz aprumada; caules folhosos, erectos, com pêlos dispersos; folhas inferiores profundamente recortadas, com 3 a seis pares de segmentos laterais, elípticos, oblongos ou ovados e um segmento terminal maior; as intermédias, menores, com segmentos mais estreitos, de elípticos a lineares, quase inteiros; as superiores, curtamente pecioladas ou quase sésseis, inteiras e lineares ou penatipartidas com 1 ou 2 pares de segmentos lineares; inflorescência em cacho; flores com 4 sépalas, 2 delas claramente corniculadas e 4 pétalas amarelas com unha estreita bem diferenciada;  fruto (silíqua) com 20 a 30 × 1 a 2 mm, em geral erecto-patentes, com 2 lóculos onde se alojam as sementes dispostas em 1 ou 2 fiadas por lóculo, terminando num rostro com 3 a 8 mm de comprimento contendo 1 ou 2 sementes ou primórdios; sementes: de ovóides a elipsoidais.
Tipo biológico: terófito;
Família: Brassicaceae (Cruciferae)
Distribuição: Península Ibérica e Norte de Marrocos.
Em Portugal ocorre como planta autóctone em quase todo o território do Continente e como espécie introduzida nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: planta ruderal, presente em campos agrícolas, cultivados, incultos e em pousio, baldios, bermas de estradas e caminhos, em solos preferentemente siliciosos, a altitudes até 800 m.
Floração: ao longo de quase todo o ano, mas com maior intensidade de Novembro a Junho.
* Sinonímia: Sisymbrium catholicum L. (Basónimo)
[Avistamentos: Carrasqueira (Alcácer do Sal); 8 - Janeiro - 2019 (fotos 1 e 2); Almada; 14 - Fevereiro - 2018 (fotos restantes)]
(Clicando nas imagens, amplia)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Cenoura-brava (Daucus carota subsp. maximus)





Cenoura-brava * [Daucus carota subsp. maximus (Desf.) Ball]
Planta perene ou perenizante, em geral erecta, com 60 a 170 cm; caules escábridos ou híspido-escábridos, vilosos nos nós; folhas basais com contorno triangular, penatissectas (1 a 3 vezes), com divisões de última ordem de ovadas a oblongas; as caulinares semelhantes às basais, penatissectas (1 ou 2 vezes) com lóbulos linear-lanceolados; umbelas com 12 a 23 cm de diâmetro, com 35 a 120 raios, escábridos (com os internos menores que os externos) progressivamente contraídos após a antese; brácteas (10 a 13) penatissectas com lóbulos lineares, com comprimento inferior ao dos raios; flores com pétalas brancas, cordiformes, emarginadas, de cor branca; as externas das flores exteriores maiores que as restantes; flor central estéril e purpúrea sempre presente; frutos com 1,5 a 2,5 x 1 a 2 mm, elipsóide-oblongos, por vezes, subesféricos, de cor castanha.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Apiaceae (Umbelliferae)
Distribuição: Região Mediterrânica; Sudoeste da Ásia e Macaronésia.
Em Portugal ocorre apenas, e de forma descontínua, no território do Continente.
Ecologia/habitat: planta ruderal e arvense, presente em campos agrícolas, cultivados e em pousio; pastagens; orlas e clareiras de bosques e matos; taludes e bermas de estradas e caminhos, a altitudes até 1400m.
Floração: de Abril a Agosto.
* Outros nomes comuns: Cenoura-brava-grande; Chapéu-de-sol; Erva-salsa.
[Avistamento: Trafaria (Almada); 14 - Maio - 2021]
(Clicando sobre as imagens, amplia)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Malva (Malva nicaeensis)






 Malva (Malva nicaeensis All.)
Erva bienal ou perene, com caules erectos ou ascendentes, simples ou ramificados desde a base, híspidos, com pêlos simples ou bífidos, glabrescentes na base, podendo atingir até 100cm; folhas com 2 a 10 cm de diâmetro, longamente pecioladas, de suborbiculares a sub-reniformes com 5 a 7 lóbulos mais (as superiores) ou menos  (as basais) profundos,  umas e outras densamente pubescentes na página inferior; flores com 1 a 1,5 cm de diâmetro, curtamente pedunculadas, agrupadas (2 a 6) em fascículos axilares;  epicálice formado por 3 peças, livres entre si, abundantemente ciliadas na margem; sépalas triangular-ovadas, pouco acrescentes na frutificação; pétalas oblongo-ovadas, emarginadas, de cor lilás ou azulada; fruto  com a forma de esquizocarpo discóide, com 8 a 9 mericarpos rugosos, de cor castanha escura na maturação.
Tipo biológico: hemicriptófito;
Família: Malvaceae;
Distribuição: Sul da Europa; Região Mediterrânica; Sudoeste da Ásia e Macaronésia. Naturalizada na América Central e do Norte.
Em Portugal ocorre como planta autóctone no território do Continente e como espécie introduzida nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ecologia/habitat: planta ruderal, presente em campos agrícolas, cultivados ou em pousio, baldios, bermas de estradas e caminhos, a altitudes até 1200.
Floração: de Janeiro a Julho.
(Avistamento: Almada; 5 - Março - 2020)

sábado, 11 de dezembro de 2021

Lírio-cardeno (Iris lutescens)




Lírio-cardeno * (Iris lutescens Lam. **)
Erva perene, com rizoma com 5 a 16 cm de diâmetro, com numerosas raízes flexíveis; caules com 4 a 40 cm, simples, cilíndricos, lisos; folhas ensiformes; as basais com 4 a 33 cm, persistentes; raras as caulinares; inflorescência não ramosa, reduzida, por via de regra, a uma flor solitária, ou excepcionalmente a 2 e ainda mais raramente a 3; flores com tépalas de cor variada: roxa, azul, púrpurea, amarela e, excepcionalmente, branca.
Tipo biológico: geófito;
Família: Iridaceae;
Distribuição: Oeste da Região Mediterrânica.
Em Portugal a sua distribuição está limitada ao território do Continente e circunscrita à Estremadura, Ribatejo e Beira Litoral.
Ecologia/habitat: prados e clareiras de matos, em terrenos secos, frequentemente pedregosos e pouco profundos, de natureza calcária, a altitudes até 2000 m.
Floração: de Fevereiro a Maio.
Nota: É controversa a inclusão das plantas com as tépalas de cor roxa, como as que figuram nas imagens supra e que ocorrem em Portugal no "centro oeste calcário e olissiponense", no Sudeste de Espanha e em Marrocos, na zona de Tânger, na espécie Iris lutescens. Com efeito, alguns autores classificam tais plantas com pertencendo a uma espécie distinta a que é dada a designação de Iris subbiflora Brot., designação que, para outros, é apenas sinónimo de Iris lutescens.
* Outros nomes comuns: Lírio-cardano; Lírio-roxo;
**Sinonímia: Iris subbiflora Brot.; I. chamaeiris Bertol.;I. olbiensis Hénon; I. lutescens subsp. olbiensis (Hénon) Rouy & Foucaud; I. lutescens subsp. subbiflora (Brot.) D.A. Webb & Chater.
[Avistamento: Cheleiros (Mafra); 13 - Março - 2018]
(Clicando nas imagens, amplia)