domingo, 12 de novembro de 2017

Açafrão-bravo (Crocus clusii)

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Açafrão-bravo ou Pé-de-burro (Crocus clusii J. Gay *)
Erva perene, bulbosa, com bolbo quase esférico, solitário, revestido por túnicas internas e externas, estas formadas por fibras grossas entrelaçadas; 3 a 7 folhas que podem surgir simultaneamente com (ou logo após) o desabrochar floral; flores (1 ou 2) com tépalas de cor lilás; estilo cor de laranja muito ramificado e, em comprimento, maior que os estames (estes com antera e filete amarelados).
Tipo biológico: geófito;
Família: Iridaceae;
Distribuição: Endemismo ibérico, circunscrito à metade ocidental de Península Ibérica. A ocorrência da espécie em Portugal é dada como certa no Algarve, Baixo Alentejo, Estremadura e Beira Litoral e como incerta no Douro Litoral e Minho. 
Ecologia/habitat: pastagens secas e  clareiras de pinhais, em solos arenosos, em geral, próximos do litoral, a altitudes até 120m.
Floração: de Outubro a Dezembro.
* Sinonímia: Crocus serotinus subsp. clusii (Gay) B.Matew
[Locais e datas: Arriba Fóssil - Fonte da Telha (concelho de Almada); 11 - Novembro - 2017 ( fotos 1 a 4); Brejos de Azeitão (concelho de Setúbal); 9 - Novembro - 2017 (fotos restantes)]
(Clicando nas imagens, amplia) 


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

#Exóticas nos Açores (III): Vinhático (Persea indica)







Vinhático * [Persea indica (L.) C. K. Spreng. **]
Árvore perenifólia, com copa larga e arredondada, que pode atingir até cerca de 20 m de altura; folhas de lanceoladas a elípticas, verde-claras, tornando-se avermelhadas à medida que envelhecem; flores pequenas com pétalas brancas, dispostas em inflorescências em panícula; frutos (bagas) ovóides, semelhantes a azeitonas, verdes, mas que adquirem, na maturação, um tom azul-escuro.
Tipo biológico: Fanerófito;
Família: Lauraceae;
Distribuição: Planta endémica da Madeira e das Canárias. Ocorre também no arquipélago dos Açores, como espécie introduzida, eventualmente naturalizada.
Ecologia: a floresta laurissilva é o habitat natural da espécie.
Floração: de fins de Julho a Novembro.
*Outros nomes comuns: vinhático-das-ilhas; vinhoto; loureiro-real.
**Sinonímia: Laurus indica L.; Phoebe indica (L.) Pax
[Local e data: ilha do Pico (Açores); 30 - Julho - 2017]

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

#Exóticas nos Açores (II): Conteira (Hedychium gardnerianum)





Conteira * (Hedychium gardnerianum Sheppard ex Ker Gawl.
Planta perene, rizomatosa (com rizoma horizontal, ramificado, robusto e suculento, donde brotam ramos simples, erectos, podendo atingir até 3 m, folhosos, com folhas oblongas a lanceoladas, sésseis, acuminadas, inteiras, podendo atingir 50cm de comprimento). Flores amarelas, hermafroditas, perfumadas, tubulares, com longos estiletes vermelhos, agrupadas em inflorescências terminais, espiciformes, com 20 a 30 cm. Os frutos são constituídos por cápsulas globosas com numerosas sementes avermelhadas, brilhantes.
Tipo biológico: geófito;
Família: Zingiberaceae;
Distribuição: originária da região dos Himalaias, mas introduzida, como planta ornamental em muitas regiões tropicais, subtropicais e mesmo temperadas, encontrou frequentemente condições para se naturalizar e, por vezes, até para se tornar numa invasora muito agressiva, como é caso dos Açores, sendo considerada a "principal espécie invasora no arquipélago (...) ausente apenas das zonas costeiras e das altitudes mais elevadas, formando extensos e impenetráveis maciços que inviabilizam qualquer outra vegetação." (Fonte).
No que a Portugal respeita, a planta ocorre, enquanto subespontânea, quer em todas as ilhas dos Açores, quer na ilha da Madeira. No território do Continente, encontra-se também, mas como planta cultivada.
Floração: de Julho a Outubro.
* Outros nomes comuns: Roca, Roca-da-velha, Cana-roca; Jarroca; Bananilha; Gengibre-selvagem.
(Locais e datas: ilhas de S. Jorge e do Pico (Açores) 23 a 30 - Julho - 2017)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

#Exóticas nos Açores (I): Lophospermum erubescens





  

Lophospermum erubescens D.Don 
Planta trepadeira, perene, com caules que podem atingir mais de 2m de comprimento.
Tipo biológico: hemicriptófito;
FamíliaPlantaginaceae;
Distribuição: espécie originária das montanhas do México, introduzida como planta ornamental  nas regiões subtropicais de ambos os hemisférios e também nos Açores, onde entretanto se naturalizou. No arquipélago dos Açores, há registos da sua ocorrência como subespontânea em pelo menos duas ilhas: S. Jorge e Pico.
Ecologia/habitat: taludes,  orlas e clareiras de matos e bosques em zonas declivosas, com preferência por locais com alguma sombra.
Floração: de Junho a Setembro.
(Locais e datas: ilhas de S. Jorge e do Pico; 23/26/27 - Julho - 2017)

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Feto-vivaz (Diphasiastrum madeirense)






Feto-vivaz [Diphasiastrum madeirense (J.H.Wilce) Holub]
Um "feto-vivaz", na linguagem comum, que não é, afinal, como se sublinha aqui, um feto. Poderá, quando muito, falar-se em parente afastado, visto que os fetos propriamente ditos e as espécies englobadas no género Diphasiastrum (família: Lycopodiaceae) têm um tronco comum: a superdivisão das Pterifófitas.
Planta perene (tipo biológico: caméfito) que é, no respeitante à distribuição, um endemismo da ilha da Madeira e do arquipélago dos Açores, ocorrendo neste arquipélago, na ilha do Pico, onde é abundante e nas ilhas de São Miguel, Faial, São Jorge, Terceira, Flores e Corvo, onde será raro.
Ecologia/habitat: aparentemente o habitat natural da espécie não é idêntico em toda a área de distribuição: na ilha da Madeira ocorre na floresta laurissilva, enquanto que nos Açores se desenvolve a altitudes acima dos 500 metros, em zonas húmidas, em bosques de floresta natural e em ravinas e crateras vulcânicas.
Fase reprodutora: de Julho a Setembro.
Estatuto de conservação da espécie: "Vulnerável".
(Local e data: ilha do Pico (Açores); 27 - Julho - 2017)

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Anagallis tenella






Anagallis tenella (L.) L.*
Erva perene, com caule prostrado, enraizante nos nós, com 7 a 30 cm de comprimento; folhas algo suculentas, com limbo aproximadamente orbicular; flores com corola rosa ou branca, infundibuliforme.
Tipo biológico: hemicriptófito;
FamíliaPrimulaceae
Distribuição: Europa (metade ocidental), Noroeste de África e Macaronésia.
Ecologia: turfeiras; pastagens húmidas; superfícies de escorrência de água; terrenos temporariamente encharcados, a altitudes até 1500m.
Floração: de Abril a Setembro.
*Sinonímia: Lisymachia tenella L. (Basónimo)
[Local e datas: ilha de S. Jorge (Açores) 23/24 - Julho - 2017]
(Clicando nas imagens, amplia)

domingo, 29 de outubro de 2017

Tormentelo (Thymus caespititius)




Tormentelo *(Thymus caespititius Brot.)
Subarbusto rastejante, cespitoso, estolhoso, com folhas linear-espatuladas, glabras, planas, ciliadas na base ou até metade do seu comprimento; flores bilabiadas, com corola de cor púrpura, por vezes, esbranquiçada.
Tipo biológico: Caméfito
Família: Lamiaceae;
Distribuição: Península Ibérica (Oeste e Noroeste) e arquipélago dos Açores.
Ecologia/habitat: urzais, clareiras de bosques; encostas e outros terrenos declivosos, em zonas de clima húmido onde se faça sentir a influência do Atlântico, a altitudes até 1200m.
Floração: de Maio a Setembro.
* Outros nomes comuns: Alecrim-da-serra; Erva-úrsula.
(Locais e datas: Ilhas de S. Jorge e do Pico (Açores); 23 e 27 - Julho - 2017)
(Clicando nas imagens, amplia)

Adenda:


 [Imagens obtidas no Minho (concelho de Melgaço) em 23 - Junho - 2018  e aditadas em 3 - Julho - 2018] 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Endémicas dos Açores #25: Conchelo-do-mato (Platanthera pollostantha)





Conchelo-do-mato (Platanthera pollostantha R.M.Bateman & M.Moura)
Reconhecidamente, a flora do arquipélago dos Açores não é especialmente rica em espécies da família das orquídeas (Orchidaceae). De facto, em todo o arquipélago não ocorrem mais que dois géneros da dita família: Serapias e Platanthera. Todavia, se a flora açoriana não é rica em número de espécies de orquídeas, já o mesmo não se pode dizer quando se encara a questão sob o ângulo da  originalidade. É que, na verdade, das cinco espécies de orquídeas existentes nos Açores (2 do género Serapias: S. parvifloraS. cordigera subsp. azorica e 3 do género Platanthera), quatro delas são endémicas do arquipélago: a S. cordigera subsp. azorica; e as três englobadas no género Platanthera.
As populações deste género existentes no arquipélago dos Açores foram objecto de um estudo recente (v. aqui) que conclui pela existência de três espécies diferentes:  P. pollostantha (a que figura nas imagens supra, erradamente designada, antes da revisão sistemática levada a cabo pelo citado estudo, por  P. micrantha), espécie que é, não só a mais comum, mas também a única que ocorre em todas as ilhas; P. micrantha (antes da citada revisão, designada por  P. azorica ), presente apenas em 7 ilhas do arquipélago (São Miguel, Terceira, São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo; e a raríssima P. azorica, espécie de que se conhecem apenas duas populações: uma circunscrita à cordilheira central da Ilha de S. Jorge e outra reduzida, por ora, a um único exemplar avistado na reserva natural da Caldeira do Faial, na ilha do mesmo nome.
Ecologia/habitat da Platanthera pollostantha:"Zonas declivosas, crateras, prados naturais, taludes, matos de Erica, florestas de Juniperus, antigas plantações de criptomérias"(fonte)
Floração: de Maio a Julho.
(Locais e datas: ilhas de S. Jorge e do Pico; 23/27 - Julho - 2017)