domingo, 10 de julho de 2011

Tramazeira (Sorbus aucuparia)

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Tramazeira * (Sorbus aucuparia L.**)
Árvore de folha caduca, da família Rosaceae, que pode atingir até 15 metros de altura, mas que frequentemente não ultrapassa as dimensões dum arbusto. Apresenta: folhas compostas com um número variável de folíolos (oblongos, mais ou menos serrados) (foto 7); flores com corolas brancas, dispostas em corimbo (foto 2); frutos (bagas) agrupados em cachos, pequenos (4 a 8 mm de diâmetro) vermelhos quando maduros (ocorrendo a maturação por volta de setembro) (foto 3).
É uma espécie que se distribui pelo norte da Ásia e por quase toda a Europa. No entanto, no sul da Europa, o seu aparecimento só ocorre a altitudes elevadas. Similarmente, também em Portugal só se encontra no centro e norte do país (Serra do Gerês, Trás-os-Montes, Serra da Estrela e também na Serra da Lousã). Em recente viagem pelo centro do país, tive a oportunidade de verificar a sua existência nestas duas últimas localizações.
Suporta bem o frio e não é particularmente exigente em matéria de solos, podendo sobreviver em terrenos pouco ricos, secos e  mesmo nas fendas de rochas .Todavia, nestas condições (documentadas  nas fotos 4 e 5) o seu crescimento é, forçosamente, limitado.
Os frutos, muito amargos, não são geralmente utilizados na alimentação humana, sendo, no entanto, usados, nalgumas regiões, no fabrico de geleias e compotas de sabor amargo. Em contraposição, algumas aves incluem-nos com frequência na sua dieta.
Floresce entre junho e julho.
(*Outras designações comunsCornogodinho; Escancerejo; Sorveira; Sorveira-brava; Sorveira-dos-passarinhos)
[** Sinonímia: Aucuparia sylvestris Medik.; Mespilus aucuparia  (L.) Scop.; Pyrenia aucuparia Clairv.); Pyrus aucuparia  (L.) Gaertn.]
[Locais e datas: Serra da Estrela; 17 - junho - 2011 (fotos 1, 2, 3, 4 e 5); Serra da Lousã, 15 - junho - 2011 (fotos 6 e 7)]  
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sábado, 9 de julho de 2011

Minuartia recurva

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Minuartia recurva (All.) Sch. et Thell. 
Planta herbácea, perene, da família Caryophyllaceae, que ocorre apenas em montanhas do sul da Europa e do sudoeste asiático, a altitudes entre os 1500 e os 2800 metros. Em Portugal, segundo o "Dias com árvores" encontra-se apenas na Serra do Gerês e na Serra da Estrela. Nesta, onde as fotografias supra foram obtidas, é possível deparar com ela, ora instalada nos espaços entre as rochas graníticas, ora nas fissuras das mesmas rochas, pelo menos, desde as imediações da Lagoa Comprida (foto 1) até ao Planalto Central (foto 2) nas proximidades da Torre, apresentando, na zona mais alta da serra, onde praticamente não tem outra concorrência que não seja a dos musgos e líquenes, o aspecto duma lapa agarrada à rocha, com as hastes florais reduzidas ao mínimo.
Floresce de junho a setembro.
(Local e data: Serra da Estrela; 17 - junho - 2011)
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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Jasmineiro-do-monte (Jasminum fruticans)

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Jasmineiro-do-monte (Jasminum fruticans L.)

Também designado, vulgarmente, por Jasmineiro-do-campo e Giestó, o Jasmineiro-do-monte é um arbusto de pequeno porte (2-3metros) da família Oleaceae,  perenifólio e muito ramificado, logo a partir do colo. Caracteriza-se por ter folhas brilhantes, alternas e geralmente trifoliadas; flores (fotos 2 e 3) de corola amarela e tubo comprido, reunidas em cimeiras terminais;  frutos (bagas) brilhantes e negros, depois de maduros (o que não é o caso dos reproduzidos na foto 4, ainda imaturos).
É uma planta tipicamente mediterrânica, mas cultivada noutras paragens como planta ornamental. Em Portugal, distribui-se desde Trás-os-Montes ao Algarve, mas de forma descontínua, não sendo particularmente abundante, a não ser nalguns locais, como na Serra da Arrábida, onde as fotografias foram obtidas. 
Parece preferir solos calcários, podendo ocorrer em matagais e bosques pouco densos e ao longo de sebes.  Quando implantada em terrenos com boa profundidade e maior humidade (por exemplo, nas margens de cursos de água, esta espécie tende a formar moitas densas (foto1), por vezes com grande extensão.
Floresce de março a julho. 
(Local e data: Serra da Arrábida; 15- abril -2011 (fotos 1,2 e 3); 29 - maio-2011 (foto 4)
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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Alfazema-de-folhas-recortadas (Lavandula multifida)



Alfazema-de-folhas-recortadas (Lavandula multifida L.)
Pequeno arbusto, aromático, da família Lamiaceae, geralmente, com altura inferior a um metro. É uma planta que até um leigo facilmente identifica pelas folhas muito recortadas, folhas a que se fica a dever a sua designação em vernáculo. Distribui-se por vários países da Região Mediterrânica (Egipto, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos, no norte de África e Portugal, Espanha e Itália, no sul da Europa). Em Portugal está confinada à região da Serra da Arrábida e a algumas zonas do leste alentejano e algarvio. Tem o seu habitat preferencial em terrenos incultos, secos e pedregosos, com frequência, nas proximidades do mar.
Floresce de fevereiro a junho
É cultivada e utilizada como planta ornamental.
(Local e data: arribas na zona da Azóia, Cabo Espichel; 01 - junho -2011)
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terça-feira, 28 de junho de 2011

Alcachofra-brava (Cynara humilis)

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Alcachofra-brava *(Cynara humilis L.)
Erva vivaz, da família Asteraceae,  com caules que podem atingir até um metro de altura, embora, em regra,  fiquem por dimensões mais modestas, apresenta inflorescências em capítulo, corola geralmente azul-púrpura e, por vezes, branca.
Distribui-se pela Península Ibérica e pelo noroeste de África, designadamente, Argélia e Marrocos. Em Portugal ocorre, sobretudo, no centro e sul do território do continente, em terrenos secos e incultos, geralmente em solos calcários e/ou argilosos.
Floresce de maio a julho.
*A planta também é designada vulgarmente por Alcachofra-de-S.João e por Alcachofra-branca.
(Local e datas: Serra da Arrábida; 15- abril (foto 1);  29 - maio (foto2); 1 - junho (fotos 3 e 4)
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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Betónica-da-Alemanha [Stachys germanica subsp. lusitanica)




 Betónica-da-Alemanha [Stachys germanica subsp. lusitanica (Hoffmanns. & Link) P. Cout.] 

Esta subespécie de Stachys germanica, da família Lamiaceae, cujo caule pode variar entre 30  e 80 cm, terá também, segundo a Flora Digital de Portugal, a designação comum, algo complicada, de Betónica-da-Alemanha (subespécie-de-Portugal) e ainda de acordo com a mesma fonte, a sua distribuição está limitada  ao sul da Península Ibérica. Por sua vez, o Paulo Araújo no Dias com Árvores mostra-se mais generoso, pois acrescenta Marrocos à sua área de distribuição. As duas fontes parecem, no entanto, estar de acordo quanto à sua ocorrência em Portugal (no centro e sul do país), mas voltam a divergir quanto ao habitat: "relvados húmidos" para a Flora Digital e "terrenos pedregosos ou baldios e em orlas de bosques" diz o Paulo. Eu, que não percebo nada disto, só posso afirmar que as plantas fotografadas e outras várias, foram por mim encontradas nas margens dum ribeiro no sopé da Serra da Arrábida, onde a relva não faltava. E alta, como se pode ver pela fotografia.
Floração: de abril a agosto.
Nota complementar: tem razão o Paulo Araújo quando advoga que a designação de "Rabo-de-raposa"  assentava bem melhor à planta, por todas as razões e mais uma. 
(Local e data: Serra da Arrábida; 10 - 20 - maio - 2011)
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terça-feira, 7 de junho de 2011

Sideritis hirsuta





Sideritis hirsuta L.

Pequeno arbusto, algo lenhoso, da família Lamiaceae, muito ramificado, podendo alcançar os 50 cm de altura, embora, por regra, se contente com dimensões mais modestas, apresenta caules cobertos de pêlos mais ou menos compridos; folhas opostas e profundamente dentadas dispostas ao longo dos caules; flores com corola entre o amarelo e o branco, dispostas em grupos de 5 ou 6, distanciados uns dos outros,  formando, no conjunto,  espigas bastante compridas.
É considerada nativa da Região Mediterrânica Ocidental, encontrando-se, designadamente, na Península Ibérica, sul de França e de Itália e no noroeste de África. Em Portugal, segundo a obra citada no "post" anterior, ocorre no noroeste, no centro oeste, no centro sul (Arrábida) e no sudoeste setentrional do território do Continente. 
Tendo em conta as minhas observações diria que Sideritis hirsuta manifesta preferência por terrenos incultos, ao longo de encostas pedregosas ou mesmo rochosas de base calcária, não recusando as encostas com vistas para o mar. 
Floresce de abril a junho.
Também no caso desta espécie não encontrei designação comum em vernáculo. Em Espanha, entre outras  designações vulgares, encontra-se a de "Rabo de gato". Acho que não lhe assentaria mal de todo tal designação vertida para a nossa língua.
(Locais e datas: Serra da Arrábida; Azoia - Cabo Espichel; 10 e 29 - Maio -2011)
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domingo, 5 de junho de 2011

Assembleias (Iberis procumbens ssp. microcarpa)


Assembleias * (Iberis procumbens Lange, subsp. microcarpa Franco & P. Silva)

Erva vivaz, da família Brassicaceae, lenhosa na base, ramificada a partir do colo, com ramos geralmente prostrados e curtos, orientados em várias direcções, mas eventualmente menos prostrados, quase erectos e mais alongados, quando a planta tem de competir pela luz solar com a vegetação circundante; folhas um tanto carnudas, inteiras, ou com 1 ou 2 pares de dentes pouco pronunciados; flores em corimbos, brancas no exterior e violáceas no interior.
Segundo a obra Flores da Arrábida - guia de campo, de José Gomes Pedro - Isabel Silva Santos, obra que segui de perto até aqui, esta espécie é endémica de Portugal, ocorrendo apenas no Centro oeste do território do Continente e na Arrábida, em encostas e arribas marítimas, sobre solos calcários. 
Floração: de abril a agosto.
* A designação vulgar é comum a outras espécies do mesmo género.
(Local e data: Serra da Arrábida; 10 - maio - 2010) 
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sábado, 4 de junho de 2011

Matthiola fruticulosa



Matthiola fruticulosa*(Loefl ex L.) Maire

Erva vivaz, lenhosa na base, da família Brassicaceae, com caule muito ramificado, podendo atingir os 60 cm de altura; folhas geralmente lineares, por vezes, oblongas; flores com 4 pétalas de cor púrpura (eventualmente amarelas) dispostas em cachos pouco densos.
Distribuição geral: Região Mediterrânica.
Em Portugal, ocorre no nordeste setentrional, Baixo Douro, Arrábida e sudeste do território do Continente. 
Surge em terrenos incultos, secos, rochosos e com boa exposição solar, brotando, pelo menos as que avistei, em solos calcários e frequentemente em fendas de rochas.
Floração: de abril a julho. 
*Não encontrei designação em português. Parece-me, no entanto, que já vai sendo tempo de a baptizar. Os espanhóis designam a espécie por alhelí del campo, expressão que poderíamos traduzir por Goivo-do campo. Prefiro, no entanto, tendo em conta o local em que as fotografei, a designação de Goivo-das-encostas, ou, em alternativa, Goivo-das-rochas.
(Local e data: encostas marítimas na zona da Azoia - Cabo Espichel; 01 - junho -2011)
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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Omphalodes linifolia


Omphalodes linifolia (L.) Moench
Erva anual (tipo biológico: terófito) da família Boraginaceae, de caule simples ou pouco ramificado, com 15 a 40 cm de altura; folhas levemente serrilhadas; flores com corola de cor geralmente branca dispostas em cimeiras nuas.
Distribuição geral: Península Ibérica e sudeste de França.
Em Portugal ocorre na Terra Quente, (Alto Douro), Centro oeste, Centro sul (Arrábida) no sudeste e no barrocal algarvio, surgindo em terrenos secos, pedregosos e incultos e, por via de regra, sobre solos calcários.
Floresce de Março a Junho.
(Local e data: Serra da Arrábida; 10 - Maio - 2011)
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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Nepeta tuberosa






Nepeta tuberosa L. *
Planta vivaz, de rizoma tuberoso, da família Lamiaceae, apresenta caule simples que pode atingir cerca de 8o cm de altura, e inflorescência em espiga geralmente comprida (cerca de um terço da altura da planta).
Distribui-se pela Península Ibérica, Sicília e Marrocos. Em Portugal a sua distribuição está limitada à Beira Litoral, Estremadura, incluindo a Península de Setúbal, Alentejo e Algarve.
Tendo em conta os casos que me foi dado observar, diria que a Nepeta tuberosa surge, frequentemente, aos pares, em encostas de colinas, secas e pedregosas e, geralmente, sobre solos calcários.
Floresce de Abril a Agosto.
*Sinonímia: Glechoma reticulata (Desf.) Kuntze; Glechoma tuberosa (L.) Kuntze; Nepeta gienensis Degen; Nepeta lanata Jacq.; Nepeta reticulata Desf.
[Local e data: Serra da Arrábida; 10 - maio - 2011 (as 3 primeiras imagens) e 20 do mesmo mês (as restantes)]
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(Arranjo do editor num momento de "inspiração" artística)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Erva-língua (Serapias lingua)


Erva-língua (Serapias lingua L.)
Erva vivaz, tuberosa, da família Orchidaceae, a Erva-língua, também designada vulgarmente por Serapião, distribui-se por toda a Região Mediterrânica Ocidental. Em Portugal, encontra-se em quase todo o país, sendo, dentro da família Orchidaceae, uma das plantas mais vulgares.
Ocorre geralmente em terrenos incultos, relvados e com boa exposição solar. 
Floresce de abril a junho.
(Local e data: Serra da Arrábida; 10 - maio - 2011)
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sábado, 28 de maio de 2011

Erva-férrea (Prunella vulgaris)


Erva-férrea (Prunella vulgaris L.)

Também conhecida pelas designações comuns de Consolda-menor e Prunela, a Prunella vulgaris é uma erva vivaz da família Lamiaceae, alegadamente originária das zonas temperadas da Europa e da Ásia, mas presente na maior parte das regiões temperadas do globo, ocorrendo normalmente em lugares húmidos, frequentemente nas margens de cursos de água e em terrenos relvados, mas também em sítios pouco ensolarados ao longo de valetas de estradas e caminhos que recebem as escorrências da água da chuva.
Em Portugal, segundo esta fonte, ocorre em todo o país.
São-lhe atribuídas muitas propriedades curativas (v. aqui e aqui), propriedades que estou longe de poder  confirmar, até porque sou muito céptico nesta matéria.
Floresce ao longo da primavera e do verão.
(Local e data: Sertã;  27 - maio - 2011)
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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cardinho-azul ( Eryngium dilatatum)


(caule e folhas)


(inflorescência)

(capítulo)

O Cardinho-azul (Eryngium dilatatum Lam.) é uma erva vivaz, da família Apiaceae, que apresenta caule erecto de pequenas dimensões (altura entre 10 e 40 cm). Distribui-se pela Península Ibéria e pelo norte de África, designamente em Marrocos.
Em Portugal ocorre, sobretudo, no centro e no sul do território do Continente.
A espécie está, em geral, associada a lugares bem ensolarados, em terrenos incultos e em matagais, sobre solos argilosos e calcários.
Floresce de maio a agosto.
(Local e data: Serra da Arrábida; 10 - maio - 2011)
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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cleónia (Cleonia lusitanica)




Cleónia* [Cleonia lusitanica (L.) L.; sin.: Prunella lusitanica L.; Prunella odorata Lam.; Cleonia lusitanica var. aristata Cout.; Cleonia punica Beauverd]

É uma planta anual, híspida (= "revestida de pêlos compridos"), da família Lamiaceae, cujo caule pode atingir até cerca de 40 cm. Distribui-se pela  Península Ibérica (Portugal e Espanha) e pelo norte de África  (Argélia, Marrocos e Tunísia). No território continental de Portugal, a espécie encontra-se no centro oeste, centro sul, sudeste e barlavento algarvio.
No geral, ocorre em encostas de outeiros e colinas, em terrenos incultos e secos, sobre solos calcários.
Segundo a fonte para que remete o "link" supra, a Cleonia lusitanica  será a única espécie do género Cleonia, sendo este, pois, um género monotípico, uma vez que considera a Cleonia punica, como simples sinónimo da mesma espécie. Há, no entanto, quem considere esta como uma espécie diferente (aqui e aqui). Não sou eu, porém e como é óbvio, a pessoa indicada para resolver o diferendo.
Floresce de maio a junho.
(*Não encontrei, em nenhuma fonte, qualquer designação em português vernáculo. Optar pela tradução da designação científica, foi ousadia minha. Não direi, no entanto, que tenha sido um trabalho de Hércules.)
(Local e datas: Serra da Arrábida; maio - 2011)
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