sexta-feira, 13 de julho de 2012

Escorcioneira-de-folha-estreita (Scorzonera angustifolia var. angustifolia)








Escorcioneira-de-folha-estreita (Scorzonera angustifolia L. var. angustifolia)
Descrição (resumo): Planta perene, raramente bienal, da família Asteraceae, provida de rizoma,  com caule erecto, simples ou pouco ramificado;  folhas alternas, lineares, inteiras e compridas; flores liguladas, amarelas, dispostas em capítulos terminais e solitários.
Distribuição geral: Península Ibérica e noroeste de Marrocos; 
Em Portugal: presente, de forma irregular, no centro do território do Continente,  no interior alentejano e no Algarve. Rara na região norte.
Ecologia: "Clareiras de matos xerófíticos, taludes e pousios. Em locais secos e expostos, sobre substratos  xistosos ou calcários, frequentemente pedregosos"(Flora.On)
Floração: de abril a julho.
(Local e data: Vale da Serra - Serra d'Aire; 06 - junho - 2012)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Uma espécie (Cynara humilis) com razão de queixa




Alcachofra-de-São-João, ou Alcachofra-brava (Cynara humilis L.)
Uma planta que apresenta inflorescências tão belas, em qualquer das variantes de cor das suas flores, tem toda a razão para se sentir ofendida e para se queixar de Lineu que se lembrou de lhe atribuir o epíteto especifico de humilis. Humilde? Nem por isso, digo eu. Que acham?
(Local e data: Vale da Serra, Serra d'Aire; 06 - junho - 2012)
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terça-feira, 10 de julho de 2012

Rapôncio-da-terra (Centaurea africana)





Rapôncio-da-terra (Centaurea africana Lam.)

Herbácea, perene, da família Asteraceae, possui um caule com 50 a 100 cm de altura, geralmente simples, ou pouco ramificado;  folhas quase todas basilares, serrado-dentadas; e flores, com o aspecto que as imagens documentam, reunidas em capítulos solitários e largamente pedunculados.
Distribui-se pelo centro e sul de Portugal, sudoeste de Espanha, Sicília e norte de África.
Floresce de junho a julho, surgindo, segundo o portal Flora.On, "em matos abertos, sobreirais e pinhais, geralmente em solos siliciosos". As aqui reproduzidas foram encontradas na Arrábida, num declive à beira da estrada, em zona ladeada por matos, em solo calcário/margoso. 
Que me lembre, foi o primeiro contacto com a planta, e se fiquei satisfeito ao deparar com ela, também tive razão para algum desconsolo devido ao facto de ter constatado que entre as várias dezenas de exemplares existentes no local, a grande maioria apresentava as hastes florais cortadas. Ao todo e excluindo aquelas cujas flores ainda se mantinham resguardadas no invólucro do capítulo,  escaparam à devastação dois únicos exemplares, talvez  porque um tanto escondidos na sombra de uns arbustos.  Confesso o meu espanto perante tanta inconsciência. Será que as pessoas que procedem desta forma saberão que, se as plantas não cumprirem a fase de floração/frutificação, não disporão de sementes para se reproduzirem no futuro? Ou sabendo, será que fala mais alto o egoísmo do que o respeito pela natureza e pela sua conservação?
(Local  e data: Serra da Arrábida; 09 - julho - 2012)
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domingo, 8 de julho de 2012

Saxifraga fragosoi





 Saxifraga fragosoi Sennen
Depois duma Saxifraga, outra Saxifraga, fotografada, tal como a do "post" anterior na Serra da Estrela. 
Erva perene, classificada do ponto de vista do tipo fisionómico como Hemicriptófito ("planta com as gemas de renovo situadas na superfície do solo, muitas vezes envolvidas por folhas em forma de roseta" segundo a definição da Flora Digital de Portugal) distribui-se pela metade norte da Península Ibéria e pelas zonas montanhosas do sul de França. Em Portugal está presente nas Beiras (Alta, Baixa e Litoral) e Trás-os-Montes. É particularmente abundante na Serra do Açor e na Serra da Estrela. Quem passar pela estrada que desce do alto da serra até Piódão (Serra do Açor) ou pela estrada que vai desde a Nave de Santo António a Manteigas (Serra da Estrela) encontrará, pelo menos ao longo da metade superior de qualquer das vias, mesmo nesta altura, porque a floração decorre entre maio e julho, inúmeros tapetes floridos, mais ou menos extensos, formados por plantas desta espécie que, a fiar-me na minha observação, raramente, se apresentam isoladas, à semelhança, aliás de algumas outras congéneres. É uma espécie rupícola que habita em zonas rochosas, com algum grau de humidade, sendo que, neste aspecto é menos exigente que a S. stellaris ou a S. spathularis. Distingue-se facilmente das espécies do mesmo género pelo formato das folhas, com "a forma de um garfo", no dizer expressivo do Paulo Araújo, formato bem visível em algumas das fotografias acima publicadas. Pelas suas flores, com cinco pétalas brancas e arredondadas na extremidade, também não é difícil distingui-la das duas espécies acima referidas. Já o mesmo se não poderá  dizer, neste particular, em relação à S. granulata, que ainda um dia espero vir a publicar aqui, porque tem flores algo semelhantes.

(Local e data: Serra da Estrela; o8 - junho - 2012)
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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Saxifraga stellaris







Saxifraga stellaris L.
Planta herbácea perene, da família Saxifragaceae. Apresenta folhas dispostas em roseta basal da qual emerge, em regra, uma só haste floral erecta que pode atingir até 18 cm. Distingue-se com alguma facilidade de outras plantas do mesmo género, pela forma da roseta foliar e porque apresenta  duas pequenas manchas amarelas na base das 5 pétalas da corola branca das suas flores. A possibilidade de distingui-la é possível mesmo para um leigo quando ela surge junto de outras congéneres. Sirva de exemplo o caso observado em que a Saxifraga stellaris tinha a companhia de numerosos mouchões formados pela muito mais numerosa  Saxifraga spathularis, espécie que, pelo que observei, também floresce mais cedo, o que contribuiu igualmente para a facilitar a distinção neste caso.
Tende a formar aglomerados junto de "regatos, fontes e rochas ressumantes, em substratos ácidos" (Flora.On). Distribui-se pela norte da América do Norte, parte da Europa, Islândia e Gronelândia, em locais onde a neve permanece por longos períodos. Em Portugal, segundo o Paulo Araújo, só ocorre na Serra da Estrela, a altitudes acima dos 1700m. Não serei eu a contestar a sua afirmação, pois o local onde obtive as fotografias,  numa vertente do Cântaro Raso, deve situar-se por volta ou um pouco acima da referida altitude.
Floração: de junho a agosto, segundo a Flora Digital, o que tem toda a probabilidade de corresponder à verdade, visto que, no final de junho, muitos dos exemplares encontrados no referido local, por onde passei três vezes nesse mês, ainda não tinham iniciado a floração.
(Local e data: Serra da Estrela; 16 - 06 - 2012)
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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cardo-de-isca (Echinops strigosus) (Reincidência)




Peço desculpa aos visitantes que por aqui passam com frequência  por voltar ao Echinops strigosus, mas confesso que não resisti a publicar estas fotografias. O Cardo-de-isca, em plena floração é, a meu ver, espectacular.
(Local e data: Serra da Arrábida; 27 06 - 2012)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cardo-sanguinho (Carthamus lanatus)

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Cardo-sanguinho * (Carthamus lanatus L.)

Planta herbácea, anual, da família Asteraceae. Possui caule erecto, tomentoso, geralmente com 15 a 60 cm de altura, ramificado na metade superior; folhas espinhosas; flores amarelas com veios e com manchas cor de sangue, reunidas em capítulos, frequentemente, solitários, envolvidos por abundante tomento lanoso e guarnecidos de brácteas involucrais semelhantes às folhas e igualmente espinhosas.
Planta nativa do sul da Europa e,  em geral, de toda a Região Mediterrânica, bem como de algumas regiões da Ásia, foi introduzida e encontra-se naturalizada noutras partes do globo, como a América do Norte e Austrália onde é considerada como planta daninha.
Em Portugal, distribui-se sobretudo por todo o Alentejo e pela região da Estremadura.
 Tem o seu habitat preferencial em terrenos cultivados e incultos e em terrenos em pousio bem como à beira de estradas e caminhos, em lugares ensolarados, secos, frequentemente, sobre substrato calcário ou margoso.
Floração: de maio a agosto.
*Outras designações comuns: Cardo-lanoso; Cardo-Cristo; 
(Locais e datas: Serra da Arrábida; 27 - 06 - 2012 (fotos 1, 2, 3 e 4); 30 - 04 - 2012 (fotos 5 e 6); Vale da Serra - Serra d'Aire; 06 -06 - 2012)
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Cardo-santo (Cnicus benedictus)








Cardo-santo ou Cardo-bento (Cnicus benedictus L.)

Apesar da proclamada "santidade", noção que facilmente associamos a algo de esplendoroso, a verdade é que o Cnicus benedictus é uma planta bastante discreta e que pode passar facilmente despercebida. E eu que o diga, pois andei, em vão, à procura dele durante umas horas num local onde o Paulo Araújo tinha assinalado a sua presença, tendo acabado por vir a encontrá-lo, uns dias depois, por mero acaso, já em terras do meu concelho natal (Sabugal) e mais exactamente nos limites da Aldeia de Santo António. E digo por mero acaso, porque, embora estivesse a passar por perto, só dei com ele, apesar da presença dumas dezenas de exemplares, quando me preparava para fotografar umas belíssimas flores dumas tantas Centaurea cyanus que, à beira do caminho, partilhavam com eles, uns terrenos arenosos, derivados do granito, com sinais de terem sido lavrados não há muito tempo. 
A relativa discrição da planta deve-se, em boa parte, ao facto de os capítulos serem de pequena dimensão e, para mais, envolvidos por folhas e brácteas lanudas, estas também portadoras de espinhos (ausentes nas restantes partes da planta) que mal deixam ver as flores, não obstante estas se apresentarem coloridas com um amarelo brilhante. 
A planta é anual e é a única espécie do género Cnicus, fazendo parte da família Asteraceae.
Os autores atribuem-lhe, geralmente, porte erecto e caule ramificado que pode atingir 50 cm de altura. As plantas observadas, no entanto, se bem que ramificadas, não só não atingiam tal dimensão como os ramos se apresentavam prostrados, situação bem visível nas fotos  4, 5, e 6, devido, porventura, ao facto de este ano ter sido um ano de pouca chuva, circunstância que também explica a existência no local de vários exemplares secos antes atingirem a fase da floração.
Nativa da Região Mediterrânica encontra-se também naturalizada, pelo menos, na América do Norte, sendo que nalguns países é ainda cultivada como planta medicinal, pois embora já tenha perdido a aura de remédio para todos os males, aura que justificou a atribuição dos qualificativos "santo" e "bento", na linguagem comum e do equivalente "benedictus", na terminologia científica, é ainda usado em fitoterapia para obtenção de bebida, após cozimento de partes da planta, com indicação de uso em situações de perda de apetite, anorexia e dispepsia.
Em Portugal, segundo a Flora Digital de Portugal, a espécie, a que atribui carácter ruderal, distribui-se sobretudo pelo interior alentejano, aparecendo também, de forma  descontinua, nas Beiras e em Trás-os-Montes e Alto Douro. 
A floração, ainda de acordo, com a mesma fonte ocorre de maio a julho. 
(Local e data: Aldeia de Santo António - Sabugal ; 19 - junho - 2012)
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sábado, 30 de junho de 2012

Serratula baetica subsp. lusitanica

 





Serratula baetica DC. subsp. lusitanica Cantó 
Herbácea perene da família Asteraceae, apresenta caule erecto que pode atingir até 90 cm, geralmente simples, raramente bi-ramificado, com folhas até ao ápice; folhas basilares pecioladas, lanceoladas, inteiras ou laciniadas, apresentando pêlos esparsos em ambas as faces do limbo, mais abundantes nas margens; as caulinares, sésseis ou sub-sésseis, lanceoladas, inteiras, dentadas ou serradas, por vezes laciniado-lanceoladas; flores de cor púrpura ou rosadas reunidas em capítulos terminais, com formato cilíndrico oblongo-ovóide ou campaniforme, protegidos por brácteas linear-triangulares providas de espinhos.
Trata-se dum endemismo português limitado ao centro e sul do país, com ocorrências confirmadas desde as Serras de Aire e Candeeiros (no centro) até ao Algarve, passando pela Estremadura, Serra da Arrábida e Alentejo. 
Paloma Cantó, autora de um estudo a que em nota final farei referência, distingue duas formas dentro da subespécie, correspondentes a outras tantas populações: a f. lusitanica, de populações basófilas (Algarve e Serra da Arrábida), caracterizada pela predominância de folhas inteiras e a f. sampaiana, de populações silicícolas, portadoras de folhas laciniadas. Como os exemplares acima reproduzidos foram todos fotografados na Serra da Arrábida não será ousada a conclusão de que se enquadram na f. lusitanica.
Floração: de maio a junho.
(Local e data: Serra da Arrábida; 22 - maio - 2012)
Nota final: Na descrição supra segui de perto um estudo da citada autora Paloma Cantó, estudo que me foi facultado pelo Miguel Porto, responsável, além do mais, pela concepção e programação do Portal Flora-On a quem fico a dever também a preciosa colaboração na identificação da planta. Cumpre-me, no entanto, assinalar, que as eventuais incorrecções ou imprecisões contidas no texto supra são da minha lavra e, logo, da minha inteira e exclusiva responsabilidade.