quinta-feira, 5 de junho de 2014

Lomelosia simplex subsp. dentata

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Lomelosia simplex (Desf.) Raf. subsp. dentata (Jord. & Fourr.) Greuter & Burdet 
Erva anual (tipo biológico: terófito) da família Dipsacaceae. Planta com caule  erecto (30 a 70 cm) geralmente simples, por vezes, ramificado, com folhas basais e caulinares inferiores secas na altura da floração; folhas caulinares médias penatifendidas ou penatipartidas apresentando, em qualquer caso, o segmento terminal muito mais largo que os laterais; folhas caulinares superiores penatissectas com segmento terminal maior que os restantes; flores desiguais (as exteriores com maior tamanho) com corola azulada, reunidas em inflorescências capituliformes.
Distribuição: A subespécie em causa tem, segundo a Flora Ibérica, a sua distribuição limitada à Península Ibérica e ao Noroeste de África. No que respeita Portugal, a mesma fonte apenas a considera como ocorrendo no Algarve, no Alto e no Baixo Alentejo, o que, a ser verdade, poria em causa a identificação que faço das plantas representadas nas fotografias supra, todas encontradas no mesmo local (Vale da Serra) freguesia de Pedrógão, concelho de Torres Novas, em terras, pois, da antiga província do Ribatejo. 
Que possa ter havido erro na identificação da minha parte não seria motivo para grande estranheza, considerando as minhas mais que sérias limitações nesta matéria. Gastemos, então, algumas linhas em defesa da identificação proposta: segundo a mesma fonte, além da L. simplex, só ocorre em Portugal e no território do Continente uma outra espécie do mesmo género, a L. stellata que apresenta, ao contrário da L. simplex, como explica o portal da SPBotânica (Flora.on)  "Pelo menos algumas brácteas do capítulo profundamente divididas" e "Aristas claramente ultrapassando a coroa", características que as plantas reproduzidas nas fotos supra não apresentam, como se pode verificar através da foto 4, quanto ao primeiro ponto e através da foto 6, quanto ao segundo.
Ultrapassada, desta forma, a questão da identificação da espécie, sobra a dúvida sobre a subespécie, já que são atribuídas à L. simplex, duas subespécies: a nominal, L. s. simplex e a que agora temos entre mãos, L.  s. dentata. Em quase todas as partes das plantas enquadradas nas duas subespécies há diferenças, indo, por exemplo, desde o tamanho do caule (em regra, menor na subespécie nominal) até ao diâmetro das corolas (menor também na subespécie nominal). Decisiva para mim foi a verificação de que as características dos segmentos terminais das folhas caulinares médias (muito mais largos que os laterais) e das folhas caulinares superiores (maiores que os laterais) apresentadas pelas plantas fotografadas correspondiam às das folhas da L. s. dentata, distinguindo-se claramente de idênticos segmentos da subespécie nominal que nas folhas caulinares médias apresenta segmentos terminais pouco mais largos que os laterais, não havendo distinção entre segmentos terminais e laterais, nas folhas caulinares superiores. Todos são, alegadamente, lineares.
Longa vai a conversa e não era essa, à partida, a minha intenção. Passemos, então, adiante, para a:
Ecologia/Habitat: baldios, terrenos incultos ou em pousio, bermas de caminhos, sobre substrato calcário ou margoso, até aos 1500m de altitude. 
Floração: Maio - Junho
(Local e data: referido o local, enquadrado na Serra d'Aire, registem-se as datas: 25 - Maio - 2014 (fotos 1, 2, 3, 4 e 5); 6 - Junho - 2012 (fotos 6 e 7). 

6 comentários:

Majo disse...

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~ Uma inflorescência muito curiosa!

~ Custa a crer que os capítulos observados nas cinco primeiras fotos, evoluem para a fase representada nas duas últimas.

~ A foto 6, faz falta no "flora.on".

Francisco Clamote disse...

Tem razão, Majo. A inflorescência é realmente muito interessante. Não tem, porém, razão quanto ao "Flora.on". Na página respeitante à espécie existem, não uma, mas várias fotografias, todas bem melhor do que a minha.

Majo disse...

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~ Não sou da mesma opinião.

~ Penso que a foto 6 representa uma fase de transição importante.

~ ~ ~ Abraço. ~ ~ ~

Paulo Araújo disse...

Uma descoberta e tanto, Franciso! A planta é belíssima e, a julgar pelo Flora On, só três pessoas (contando com o Francisco) a conseguiram ver em Portugal nos últimos anos. Cada vez mais me convenço de que, se procurarmos bem, no PNSAC encontra-se representada quase toda a flora portuguesa.

Um abraço,
Paulo

Fernanda Delgado do Nascimento disse...

Parabens por esta descoberta fantastica, tanto mais que se trata de uma especie tao interessante. As fotos tambem sao excelentes, como de costume.
Obrigada pela partilha.
Cumprimentos

Francisco Clamote disse...

Obrigado, Fernanda.