domingo, 6 de fevereiro de 2011

Narcissus triandrus



Que as imagens se reportam à espécie Narcissus triandrus L. (família: Amaryllidaceae) não me parece que haja grandes dúvidas. Já quanto à respectiva subespécie (N. t. subsp. lusitanicus - N. t. subsp. pallidulus - N. t. subsp. triandrus) tenho as maiores dúvidas, tão desencontradas são as opiniões das fontes consultadas e a confusão na nomenclatura. Tendo em conta que as flores apresentam um amarelo bem vivo, parece-me bem provável, seguindo esta fonte que se trate do Narcissus triandrus L. subsp. pallidulus (Graells) Rivas Goday (sin.: Narcissus cernuus Salisb. var. pulchellus Samp.; Narcissus lusitanicus Dorda et Fern. Casas; Narcissus triandrus auct., non L.) endémico da Península Ibérica, de acordo com aquele autor.
As plantas fotografadas foram encontradas numa encosta bem ensolarada coberta de matos, em terreno à base de  argila e xisto e bastante pedregoso.
(Local e data: Troviscal - Sertã; 02 - Fevereiro - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

7 comentários:

  1. Parabéns! Belíssima imagem.

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  2. Não conhecia a flor. É lindíssima. Independentemente da subespécie (tb andei a pesquisar :) parece ter o nome comum de "lágrima de anjo" o que é outra coisa que eu tb não sabia; - que os anjos choram - A cor a forma e a designação comum harmonizam-se na poesia desta flor. Parabéns tb pela fotografia

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  3. Obbrigado, Loila e Anabela, pelo cumprimento. À Anabela fico também a dever a informação sobre a designação em vernáculo que ainda não tinha encontrado, embora, de facto, já tivesse lido que, em língua inglesa, a flor é designada por "Angel's Tears". Quem terá traduzido quem ?

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  4. não sei :) mas eu tenho a agradecer-lhe um poema
    aqui fica

    Longe e liberto
    O olhar da mulher contemplava
    O mar aberto
    Navegando as suas emoções

    Os homens que amou
    Vida que as suas entranhas gerou
    Manhãs presente de risos
    Noites de horas feitas longas
    Na ausência
    Palavras e silêncios ditos
    Musicalidades
    Que a vida coroou de eternidade

    E o mar do seu olhar tombou
    Em forma de sentimento
    O anjo que dela se acercou
    Lambeu as dunas da sua prece

    Sem cheiro e sem cor
    Como se foram puro milagre de amor
    Resgate de alegria e de dor
    Daquela que se deu
    As lágrimas lhe recolheu

    E tal beleza lhes achou
    Tal milagre lhes encontrou
    Que as fez pender
    Narciso em flor.

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  5. O passeio pelos blogues à procura de plantas levou-me a este que por sinal está muito bem feito.
    Sou apaixonada pela natureza e claro pelas plantas, por isso gostaria de deixar aqui um comentário.
    Quando era puequenita e passa muito tempo com os avós aprendi muito sobre o mundo natural e, claro, tive o prazer de conhecer o "Narcissus triandrus" que os meus avós chamavam de "cantarinha".
    Por esta altura, adorava passear no campo à procura das "cantarinhas", sentir o seu cheiro e observar a sua cor que em dias de sol á maravilhosa. Ainda hoje, quando me é possível, procuro esta flor no meio do mato,em florestas no interior do país (Beira Baixa).
    Parabens pelo blogue.

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  6. Cantarinha parece-me ser um nome comum bem mais português na alusão ao cântaro central da flôr. De qualquer forma encontrei a designação "lágrima de anjo" em português num texto de Clarice Lispector do livro Perto do coração selvagem:
    "Ela contara-lhe certa vez que em pequena podia brincar uma tarde
    inteira com uma palavra. Ele pedia lhe então para lhe inventar novas.
    Nunca ela o queria tanto como nesses momentos.
    _ Diga de novo o que é Lalande - implorou a Joana.
    _ É como lágrimas de anjo. Sabe o que é lágrimas de anjo? Uma
    espécie de narcisinho, qualquer brisa inclina ele de um lado para
    outro. Lalande é também mar de madrugada, quando nenhum olhar
    ainda não viu a praia, quando o sol não nasceu. Toda a vez que eu
    disser: Lalande, você deve sentir a viração fresca e salgada do mar,
    deve andar ao longo da praia ainda escurecida, devagar, nu. Em breve
    você sentirá Lalande..."

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